Ação de sindicato tenta liberação de R$ 2 milhões para pagar salários

Quantia relativa a direitos de transmissão deve ser depositada em juízo na próxima semana, evitando que Botafogo chegue a três meses de atraso

Presidente Maurício Assumpção pode ver tensão
aliviada por ação de sindicato (Foto: Satiro Sodré)

Em meio à grande tensão que tomou conta do ambiente por causa da crise financeira, o Botafogo pode ter uma boa notícia em breve. Por meio de uma ação do Sindeclubes (Sindicato dos empregados de clubes do estado do Rio de Janeiro), a 37ª Vara da Justiça do Trabalho deve conseguir, no início da próxima semana, o desbloqueio de R$ 2 milhões para pagamento de salários de jogadores e funcionários do Alvinegro. No próximo dia 5 serão completados três meses de atraso.

Há cerca de dez dias a Justiça enviou uma notificação à uma das empresas que patrocinam o clube pedindo uma resposta sobre a existência de crédito relativo ao pagamento por direitos de transmissão. O prazo para a resposta se esgota nesta segunda-feira, e caso haja esse crédito, o valor de R$ 2 milhões será depositado em juízo pela empresa.

A quantia será destinada exclusivamente para o pagamento dos jogadores e funcionários. A expectativa é que se consiga quitar um mês da folha dos atletas, mas somente o que se refere à carteira de trabalho. Isso evitaria que o Botafogo chegasse a três de meses de atraso, impedindo a ação de jogadores na Justiça pedindo o fim do vínculo com o clube.

Apesar de o Botafogo estar sujeito a penhoras por conta de dívidas fiscais e trabalhistas, a ação do Sindeclubes conseguiria destinar o dinheiro liberado pela Justiça ao pagamento dos atletas pelo fato de o Código Civil dar prioridade a salários em relação a penhoras.

Enquanto isso, o Botafogo tenta retornar ao Ato Trabalhista para ter suas dívidas parceladas e evitar as penhoras. Enquanto isso, o clube permanece com todas as suas receitas bloqueadas. A diretoria também acompanha com atenção a elaboração, no Congresso, de um programa de pagamento dos débitos fiscais dos clubes de futebol.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro