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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Bota deixa o caso, e Jobson fica sem dinheiro para viagem a julgamento


Clube avisa que não pretende mais pagar dívida, e presidente alvinegro ressalta rusga com advogado do atacante, que contava com recurso para ir à Suíça




Jobson corre risco de não conseguir viajar até a
 Suíça (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
Daqui a 10 dias, Jobson vai começar a ter o futuro de sua carreira decidido pela Corte Arbitral do Esporte (CAS). Seu julgamento está marcado para o próximo dia 22, em Lausanne, na Suíça. Mas é cada vez menos provável que o atacante esteja diante dos auditores e que até mesmo seus advogados possam fazer sua defesa. Isso porque simplesmente ele não tem dinheiro para arcar com passagens e hospedagem, além do restante das custas do processo.


Nesta terça-feira, o Botafogo enviou aos advogados de Jobson um comunicado curto e direto. A partir de agora está completamente fora de todo o processo envolvendo Jobson. Além disso, o clube avisou que não tem previsão de quitar a dívida – estimada em R$ 400 mil – contraída junto ao atleta, referente à sua passagem pelo Alvinegro.


O contrato do atacante com o Botafogo se encerrou em junho do ano passado, dois meses depois de Jobson receber a pena de quatro anos de suspensão. Ele foi acusado pelo Al Ittihad da Arábia Saudita – clube que defendeu em 2014 – de se recusar a fazer exame antidoping. Posteriormente a Fifa deu validade mundial à pena que de início foi imposta pela Federação Saudita de Futebol.


Desde então o Botafogo ficou à frente do caso Jobson, tendo reuniões periódicas com seus advogados, com o próprio jogador e definindo a estratégia de defesa. Além disso, arcou com algumas custas do processo, abatendo parte de sua dívida com o atacante. O clube chegou a enviar à Fifa uma carta reiterando seu desejo de estabelecer um novo contrato com Jobson, como forma de reforçar a defesa junto ao tribunal. Mas agora a situação mudou.


- O Botafogo não tem mais nada a ver com este caso - confirmou o presidente alvinegro Carlos Eduardo Pereira.


Jobson viajaria na próxima terça-feira para a Suíça, ao lado de dois advogados que fariam sua defesa no CAS, e retornaria provavelmente no sábado, dia seguinte ao julgamento. Pessoas ligadas ao atleta se mostram apreensivas pelo fato de não haver recursos para a viagem. No julgamento estarão os chefes dos departamentos médico e disciplinar da Fifa, além de um advogado externo contratado pela entidade para tratar especificamente deste caso.


Ao explicar a mudança de comportamento do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira ressaltou que um dos principais aspectos é o fato de Bichara Neto, um dos advogados de Jobson, ter defendido Willian Arão no seu processo de desligamento do Alvinegro, em dezembro do ano passado.


- A relação com os advogados do Jobson não é das melhores e sem dúvida tem a ver com o caso do Willian Arão - disse o presidente alvinegro.


Ao conhecer o motivo exposto por Carlos Eduardo Pereira, Bichara Neto afirmou.


- É inconcebível que o presidente de um clube do tamanho do Botafogo prejudique seu ex-atleta e eventualmente seu futuro jogador de maneira tão negligente – até porque havia o compromisso do Botafogo de pagar o que devia ao Jobson antes da audiência – por conta de eventuais rusgas com os advogados. Isso pode causar um enorme prejuízo ao atleta, a carreira dele está em jogo. O Jobson está sendo impedido de tentar reduzir uma punição que pode encerrar sua carreira. O jogador vai tomar as medidas necessárias para assegurar o que lhe é devido.


Por Gustavo Rotstein/Rio de Janeiro/GE

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