Entre 2011 e 2015, porém, Ricardo Gomes não deixou de trabalhar com futebol. Ficou bem perto dele, inclusive.
, à convite de Roberto Dinamite, então presidente do clube. Desta vez, como diretor técnico. Em junho de 2013, após saída de René Simões,
. A nova função foi exercida por mais seis meses, apenas. Ao início da temporada 2014, Ricardo deixou o clube para se focar totalmente à recuperação física. O objetivo era voltar aos gramados, como treinador, sua verdadeira paixão.
Ricardo Gomes assumiu o Vasco, seu último clube, em fevereiro de 2011, depois te ter trabalhado no São Paulo nos anos anteriores e não ter dito seu contrato renovado. Nos seis meses que esteve à frente da equipe, conquistou a primeira e única Copa do Brasil do Cruz-Maltino.
Ao fim do ano, compartilhando o trabalho com Cristóvão Borges, seu auxiliar, efetivado no cargo após o AVC, o Vasco chegou ao segundo lugar do Campeonato Brasileiro, em uma grande campanha.
Juninho Pernambucano trabalhou poucos meses com o treinador, uma vez que foi contratado após a Copa do Brasil e, em agosto, Ricardo sofreu o AVC. O curto período, no entanto, não impediu de ser criado um vínculo de amizade entre os dois. Até porque, em 2013, com Ricardo como dirigente, voltaram a trabalhar juntos.
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Ricardo Gomes e Juninho Pernambucano trabalharam juntos (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama) |
O agora comentarista da TV Globo vê-o como um bom nome para o Botafogo. Apesar de reconhecer que pode existir um risco em virtude do tempo fora dos vestiários, crê também que o período utilizado estudando e se aperfeiçoando pode ser importante.
- O Ricardo está sem trabalhar como treinador há um tempo, mas ele estudou mais, passou a ver mais jogos, está se preparando. O conhecimento de futebol ele tem. E ele mora no Rio, trabalhou com os times do Rio... Ele merece muito, tem muito conhecimento - falou, completando: - É uma oportunidade bem difícil. O Botafogo perdeu peças importantes. Imagino que seja um risco em relação aos resultados, mas é uma felicidade muito grande. Para quem já passou por um problema de saúde na vida, ele serve de inspiração. Foi uma situação muito dramática na época. E vê-lo voltando a comandar um time... torço para que dê tudo certo.
Ele (Ricardo) estudou mais, passou a ver mais jogos, está se preparando. O conhecimento de futebol ele tem. Ele merece muito, tem muito conhecimento".
Juninho Pernambucano, ex-jogador
O ex-meia revela ainda que, nas conversas com o treinador após o problema de saúde, ele sempre dizia que "faria de tudo" para voltar a trabalhar na profissão:
- É uma história de superação. Ninguém tinha esperança. Ele é muito bom, conhece muito bem o futebol, jogou Copa do Mundo, tem conhecimento geral. Fico muito feliz, vou mandar mensagem, ligar para ele. Espero que dê tudo certo. Depois do ocorrido (em 2011), a gente voltou a se encontrar e ele dizia: "O que eu gosto é ali no campo, vou fazer de tudo para poder voltar a ser treinador".
A CARREIRA DE TREINADORForam 13 clubes em quase 20 anos de carreira como técnico. Passagens pelo estrangeiro, pela Seleção e por seis estados brasileiros. Iniciou no Paris Saint-Germain em 1996, clube onde atuou por quatro temporadas enquanto jogador. Dois anos mais tarde, conquistou a Copa da Liga Francesa e a Copa da França. Voltou ao Brasil para ser novamente campeão. Assumiu o Vitória em 1999, em uma equipe cheia de garotos da base, mas que contava com Petkovic. Conquistou o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste.
Passou ainda por Sport, Guarani, Coritiba, Juventude, Fluminense, Flamengo, São Paulo e Vasco, no Brasil. No exterior, comandou o Bordeaux, de 2005 a 2007, quando conquistou mais uma Copa da Liga Francesa, e o Monaco, de 2007 a 2009.
O bom trabalho realizado no Juventude, no começo do século, quando levou o time ao quarto lugar da primeira fase do Brasileirão 2002, resultou em uma oportunidade no comando da seleção olímpica. Nomes como os ex-santistas Diego e Robinho faziam parte da equipe. O Brasil, porém, não fez nada bonito. Precisando apenas de um empate no Pré-Olímpico, o time perdeu por 1 a 0 para o Paraguai e sequer conseguiu se classificar para os Jogos de Atenas, em 2004.
RICARDO, O JOGADOR
O zagueiro Ricardo Gomes iniciou sua carreira profissional no Fluminense, no início da década de 1980. Durante seis anos, conquistou quatro títulos pelo Tricolor: o tricampeonato carioca, em 83, 84 e 85, e foi campeão brasileiro de 84.
Foi a boa campanha de 1984, com as duas conquistas, que lhe rendeu a primeira convocação para a seleção brasileira. Foi titular na conquista da Copa América 1989 e nas eliminatórias para a Copa de 90.Embora tenha sido o capitão no Mundial, o desempenho da equipe não foi o esperado: o Brasil perdeu nas oitavas de final para a Argentina.
Um dos preferidos de Carlos Alberto Parreira, Ricardo Gomes não pode disputar a Copa do Mundo de 1994 em virtude de uma lesão. Foi em um amistoso contra El Salvador, o último antes da competição, quando sentiu uma lesão muscular. Foi cortado (veja gol marcado pelo ex-zagueiro contra a Bolívia nas eliminatórias de 1993 no vídeo acima).
O novo treinador do Botafogo atuou ainda por Benfica, em duas oportunidades, entre 88 e 91, e entre 95 e 96, e pelo Paris Saint-Germain, durante quatro anos, entre 91 e 95.
Por Jessica MelloRio de Janeiro/GE