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quinta-feira, 22 de março de 2018

Muito além da touca: jogadores recebem mensagem de João Paulo e fazem "pacto"


Time do Botafogo se compromete a jogar pelo ex-capitão, que está fora de combate, e alcança vitória sobre o Vasco na semifinal da Taça Rio: "Acho que ele sentiu e estava dentro de campo com a gente"







Quando Igor Rabello fez o gol da vitória por 3 a 2 sobre o Vasco, aos 39 do segundo tempo, driblou os próprios companheiros durante a comemoração e foi até o banco de reservas buscar uma touca de natação para colocá-la na cabeça (veja no vídeo abaixo). O gesto foi uma homenagem a João Paulo, que fraturou a tíbia e a fíbula da perna direita no clássico anterior e vai ficar pelo menos quatro meses afastado dos gramados.


– O João é um cara guerreiro, um cara sensacional. Esse gol foi para ele – anunciou o zagueiro na saída de campo.



Gol do Botafogo! Igor Rabello testa certeiro e faz o terceiro aos 39 do 2º tempo


O ex-capitão precisou usar algumas vezes o aparato ano passado para segurar curativos após sofrer cortes na cabeça e continuar na partida. E como coincidiu com vitórias e boas atuações, principalmente na Libertadores, o fato marcou a torcida. Tanto que, quando o volante virou o personagem do ingresso para o jogo contra o Nacional-URU, nas redes sociais alvinegros criaram a versão "João Paulo de touca" no bilhete.


Mas muito além da homenagem de Rabello, houve no elenco alvinegro uma espécie de pacto para jogar por João Paulo. Não de agora, mas desde o clássico anterior contra o Vasco, na derrota por 3 a 2 do último domingo, quando aconteceu a grave lesão do volante. Já em casa após receber alta da cirurgia, ele tem mantido contato com os jogadores através de um grupo de WhatsApp. E desejou sorte aos companheiros antes da revanche com o rival.



O ingresso de BOTAFOGO x Nacional (URU)! Curtiu?#BotafogoDigital #FogoEuTeAmo #VaiPegarFogo #ConmebolLibertadoresBridgestone pic.twitter.com/mqaxUQkDM1


Assim fica melhor ......




A mensagem, a touca e o "pacto" funcionaram, e o Botafogo jogando pelo João Paulo enfim venceu seu primeiro clássico em 2018. Na saída do estádio, os jogadores dedicaram ao ex-capitão a classificação para a final da Taça Rio do próximo domingo, contra quem passar do confronto Fluminense x Flamengo. Confira o que eles disseram:


Luiz Fernando:

– A gente tem um grupo, e ele mandou parabéns para todos. Antes do jogo já tinha mandado boa sorte. Sabíamos que teríamos que jogar por ele. Faz muita falta, é um craque. Essa vitória foi tão importante para ele quanto para nós. Acho que ele sentiu que estava dentro de campo junto com a gente. (...) Vamos continuar com essa pegada para domingo sermos campeões.


Marcelo:– Essa lesão dele nos afetou muito. Ficamos muito chateados e conseguimos jogar por ele, pelo Yuri (...) Depois do último clássico falamos sobre isso, de trabalhar a semana para tentar vencer pelo João, pela pessoa que é. Fico muito feliz de ter dado essa vitória a ele.



Rabello ao lado de João Paulo no treino antes da lesão do volante (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Gatito Fernández

– Não foi exatamente um pacto, mas teve um extra para a gente, nos fortaleceu mais como grupo. Sentimos muito, era nosso capitão agora, e não somente por isso, mas era nossa referência no meio campo. A gente deu um poquuinho a mais pelo João Paulo.


Brenner

– Ele passou essa mensagem dizendo que estava torcendo muito pela gente. Foi comentado na roda, antes de entrar no jogo, que a gente iria jogar por ele, pelo Yuri e Dudu Cearense, que não podem treinar, trabalhar, fazer o que mais gostam. Foi por eles, por nós, a gente precisava muito dessa vitória, em clássico pricipalmente, e brigar por um título, que é sempre bem-vindo.


Fonte: GE/Por Fred Gomes e Thiago Lima, Rio de Janeiro

Raça, surpresa e volta por cima: por que o Botafogo foi para a final da Taça Rio


Com muita entrega do time, Luiz Fernando desencantando e Igor Rabello indo de vilão a herói, Alvinegro vira sobre o Vasco por 3 a 2 e espera adversário do clássico Fla-Flu




Melhores momentos: Vasco 2 x 3 Botafogo pela semifinal da Taça Rio do Campeonato Carioca



Revanche existe como chance de se redimir, e o Botafogo não a desperdiçou. No reencontro com o Vasco, na noite desta quarta-feira, de novo no Nilton Santos, o time de Alberto Valentim precisava vencer, já que a vantagem do empate era do rival pela melhor campanha.


E conseguiu: fez 3 a 2 em um jogão de viradas com gols de Brenner, Luiz Fernando e Igor Rabello, ganhando primeiro clássico na temporada, eliminando o Cruz-Maltino e classificando o Alvinegro para a final da Taça Rio.



igor rabello touca botafogo (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)


RAÇA

Precisando vencer pela vantagem do empate do rival, os jogadores do Botafogo foram de uma entrega que superou até as falhas. Correram por João Paulo, correram até as pernas não aguentarem mais. A raça foi a alma de um time valente que buscou a virada nos minutos finais, mesmo com Valentim lançando mão de seus meias para colocar mais atacantes.


Podia dar errado? Podia, mas deu certo. E no abafa, Igor Rabello marcou de cabeça o gol da vitória por 3 a 2 aos 39 do segundo tempo. Caiu o tabu de não ganhar clássicos em 2018.


NOVA FORMAÇÃO


Pelo segundo jogo seguido, Valentim repetiu o esquema com Marcos Vinícius de meia e Valencia de ponta-esquerda. As diferenças foram Marcelo de primeiro volante, adiantando Lindoso para a função do João Paulo, e Luiz Fernando na ponta-direita, no lugar de Ezequiel. E ele correspondeu enquanto teve fôlego, fez até gol, o primeiro dele pelo Botafogo.


Mas o meio de campo não funcionou como esperado, apesar da assistência de Valencia em jogada ensaiada. O segundo saiu em ligação direta da defesa, e o terceiro, de bola parada.


BOLA AÉREA

Não é de hoje que bola aérea é um "Deus nos acuda" na vida do Botafogo. E o velho fantasma segue assombrando o time em 2018. Os dois gols sofridos para o Vasco foram pelo alto, com uma falha para cada zagueiro: Igor Rabello no primeiro, Marcelo Benevenuto no segundo. E a pressão aumenta sobre Valentim para a volta do ex-capitão Carli, que do banco viu a torcida gritar seu nome.



Vasco x Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro/BP Filmes)


VOLTA POR CIMA

Vaiado por falhar no primeiro gol e pela insegurança demonstrada no primeiro tempo, Igor Rabello mostrou personalidade para recuperar o prestígio na etapa final. Passou a ganhar todas na defesa e ainda apareceu no ataque para marcar o gol da virada por 3 a 2. E homenageou João Paulo na comemoração.


AGENDA

O Botafogo volta a campo no domingo para a disputa do título da Taça Rio, às 16h (de Brasília). A Ferj ainda vai divulgar o local da partida. O adversário sai do confronto entre Fluminense e Flamengo nesta quinta-feira.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro

Valentim vê problema na bola aérea e diz contar com Carli: "Vou precisar muito dele"


Treinador, que comemorou os 43 anos durante a coletiva, elogiou postura de Rabello e destacou evolução do Botafogo contra o Vasco




 Melhores momentos: Vasco 2 x 3 Botafogo pela semifinal da Taça Rio do Campeonato Carioca



O relógio bateu 00h acompanhado de um sorriso no rosto de Alberto Valentim. Aniversariante já na madrugada desta quinta-feira (completou 43 anos), o treinador não escondeu a felicidade após a primeira vitória em clássicos pelo Botafogo. Mas nem tudo foi elogio na vitória por 3 a 2 diante do Vasco, no Nilton Santos, que garantiu o Alvinegro na decisão da Taça Rio.


A bola aérea voltou a preocupar. Após dois gols sofridos em jogadas de escanteio, Valentim citou o nome de Joel Carli, que foi gritado pela torcida. Igor Rabello, autor do gol da classificação no fim do segundo tempo, chegou a ser vaiado.


- (O Igor Rabello) Não se abateu. O Botafogo tomava muitos gols de bola parada, hoje aconteceu duas vezes. Está aí a prova de que precisamos melhorar. Carli é um jogador pedido pela torcida, citado por vocês da imprensa. Vou precisar muito dele. Vocês conhecem o Joel mais do que eu. Quando tiver a oportunidade, vai dar conta do recado - destacou o treinador.



Aniversariante do dia, Valentim destacou a deficiência do Bota na bola aérea (Foto: GloboEsporte.com)


Apesar dos erros defensivos, Valentim viu evolução na equipe que foi derrotada pelo Vasco no fim de semana, principalmente no posicionamento e calma para sair de uma situação adversa.


- Vi um Botafogo melhor em relação ao primeiro tempo de domingo. Nos posicionamos melhor na fase ofensiva, precisávamos corrigir isso. Entramos em desvantagem, o Vasco conseguiu a virada com dois gols de bola parada. A gente não se perdeu. Pedi para que isso não acontecesse, e conseguimos buscar o terceiro gol com calma


Garantido na decisão da Taça Rio, o Alvinegro aguarda o adversário. Nesta quinta, no mesmo Nilton Santos, Fluminense e Flamengo duelam pela segunda vaga na final. A bola rola às 20h (de Brasília).


Veja outros trechos da coletiva:


Desempenho de Marcelo

- O Marcelo precisa melhor, sem dúvidas. Não vinha jogando, precisa de ritmo de jogo. Depende muito, além da posição dele, mas por características, precisa muito da condição física. Com isso vai conseguir ser mais sereno. Vai fazer a bola chegar no nosso camisa 10.



Rabello fez um e deu assistência na virada do Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Dividida com Thiago Galhardo fora da área técnica


- É a vontade de ganhar. Achei que ele fosse parar. Se vocês pegarem outros lances, eu fiz isso. Pedi desculpa ao árbitro e para ele também. Tinha que fazer leitura de que ele não poderia frear. Já fiz em outros jogos com intenção de voltar. Às vezes me perco, sinceramente saio ali, mas é para conseguir passar informações em que meu grito não chega ao jogador. Repito: pedi desculpas ao Galhardo e ao juiz.


Opções ofensivas

- Luiz (Fernando) precisa perder essa timidez para jogar. Brenner observo muito nos treinos que ele sabe vir buscar essa bola, sabe fazer o trabalho de pivô e jogar pelas beiradas. Marcos Vinícius ainda não consigo ter os 90 minutos. Além de ajudar na armação, tem a chegada na área.


Aquele gol em impedimento de Rhodolfo...

- Comigo, eu acho que tomei só dois (gols de bola aérea). Contra o Flamengo, estava impedido. Vi um vídeo de 12 minutos e alguns segundos. Ficamos 45 minutos numa sala para corrigir a bola aérea. Não posso cobrar deles se o jogador está impedido. Falta lateral, a gente procura o máximo sair na batida da bola. Se o Rhodolfo está lá impedido, não posso cobrar. Como corrigir? Só treinar, treinar e treinar.


Por: GE/Por Fred Gomes, Rio de Janeiro