Análise: Botafogo mantém sina, e erros individuais marcam primeira derrota de Davide

Falhas de Barboza e John carimbam placar ainda no primeiro tempo; time não consegue aproveitar novo ímpeto na etapa final e abusa de erros em tomadas de decisão




Exatos 3.249 dias se passaram desde a última vitória do Botafogo sobre o Cruzeiro. Em 11 de setembro de 2016, o Alvinegro venceu o rival pela última vez antes do início de uma verdadeira sina - que se manteve na tarde deste domingo, em derrota por 2 a 0 pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O duelo no estádio Nilton Santos, que também deu fim à invencibilidade alvinegra em casa, carimbou a primeira derrota de Davide Ancelotti em tarde para esquecer.

Botafogo 0 x 2 Cruzeiro | Melhores momentos | 18ª Rodada | Brasileirão 2025


O Botafogo teve problemas desde o início e se viu acuado com a pressão do Cruzeiro, que aproveitou a maior liberdade para levar perigo em contra-ataques. Não à toa, aos quatro minutos, Kaio Jorge já tinha finalizado para fora na primeira boa chegada do jogo.


Mas a partida como um todo é marcada por erros individuais determinantes no primeiro tempo. O primeiro deles é o cartão amarelo de Barboza com menos de dez minutos, quando o zagueiro fez falta sobre Christian na saída de bola. Foi o primeiro a virar desfalque para o jogo contra o Fortaleza, no próximo sábado - mas a lista cresceu no decorrer do jogo.


Nada foi tão crasso, é claro, quanto as falhas nos lances dos gols. Começando pelo gol de Christian: John repôs a bola de forma no mínimo desatenta e deixou para Matheus Pereira dominar. Livre, o camisa 10 teve tempo de olhar o entorno, achar Kaiki Bruno, pensar o jogo.

John não defende, e Christian marca para o Cruzeiro contra o Botafogo — Foto: André Durão


Enquanto isso, do lado esquerdo da defesa alvinegra, Christian passava como queria por Alex Telles para aproveitar o cruzamento rasteiro do lateral da Raposa e estufar as redes de John, que saiu mal da meta. Barboza, por sua vez, também falhou no posicionamento.


Eis que, aos 40 minutos, foi a vez de Barboza deixar Kaio Jorge arrancar livre. O atacante não correu nem dez, nem 20, mas cerca de 80 metros até o linha de fundo. E tudo sob os olhares da defesa do Botafogo.


Kaio Pantaleão deu um pique para tentar acompanhar Kaio Jorge e tirar o ângulo do chute. Mas de nada adiantou: Marlon Freitas desistiu do lance e não fez esforço para fechar o meio, deixando de se antecipar a uma movimentação que parecia óbvia. Barboza falhou de novo, Matheus Pereira entrou batendo e fez o segundo do Cruzeiro nos piores 45 minutos do Botafogo com Davide.


Kaio Pantaleão sentiu um incômodo na coxa direita e deu lugar a David Ricardo na volta para o segundo tempo, evidenciando um dos problemas do elenco que a diretoria tenta corrigir: a ausência de um zagueiro reserva destro.

Barboza, do Botafogo, e Kaio Jorge, do Cruzeiro — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Com menos de dez minutos do segundo tempo, outro cartão amarelo sacramentou um desfalque do Botafogo diante do Fortaleza - desta vez para Allan, que será o segundo suspenso do Alvinegro na capital do Ceará.


O time ganhou rendimento principalmente a partir da entrada de Cuiabano e de Joaquín Correa, que ajudaram o Botafogo a ser mais presente no último terço. Mesmo assim, não foi suficiente. Erros em tomadas de decisão, Arthur Cabral furando a bola, Savarino triscando a trave...

Savarino em Botafogo x Cruzeiro, no Brasileirão — Foto: Vitor Silva/BFR


O Botafogo apresentou bons 20 minutos no segundo tempo, mas prevaleceu a sensação de que Cássio não seria vazado, não importava o esforço; os erros mais frequentes do meio para o fim também ajudaram neste cenário.


Assim aconteceu. A sombra para Arthur Cabral, desejada pela diretoria, também fez falta em tarde muito abaixo - na verdade, quase nula - do camisa 98. Danilo, a grande estreia da noite, teve poucos minutos.


O Alvinegro se reapresenta no Rio de Janeiro antes de seguir viagem para Bragança Paulista. Ao longo da semana, o Botafogo irá reavaliar Cuiabano e Kaio Pantaleão para entender se os dois se tornarão baixas médicas.


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Fonte: Por Bárbara Mendonça — Rio de Janeiro