O último ídolo do Botafogo depois de Jefferson foi Loco Abreu. Agora, um outro uruguaio chega postulante à idolatria tanto na expectativa da torcida quanto do clube: Rodrigo Aguirre. Emprestado pela Udinese, da Itália, o atacante de 23 anos, anunciado em vídeo onde ataca de ator, foi apresentado oficialmente com pompas na tarde desta sexta-feira: sala de imprensa cheia no Nilton Santos, sócios-torcedores na plateia, presença de patrocinador e muitos aplausos.
– Espero que seja um grande ano tanto para mim, como para o Botafogo. Prometo trabalhar muito, dar sempre o máximo, estar preparado para cada partida. É uma das coisas que me caracteriza. Muita força e muito trabalho. Estou orgulhoso, um time tão importante como Botafogo me receber desta maneira. Vai ser uma experiência muito linda. Agora, desde que coloquei a camisa, estou ansioso para entrar no campo e fazer gol – afirmou, fugindo da sombra de Loco:
– Todos sabemos o que fez Loco Abreu aqui. Como uruguaio me sinto orgulhoso pois é ídolo da seleção, do Botafogo. Não o conheço pessoalmente. Ele fez sua história, hoje estou eu, espero fazer grandes coisas como ele ou mais para marcar meu nome.
Aguirre foi apresentado ao lado de Felipe Neto, Mufarrej e Noronha (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
O Botafogo pagará US$ 250 mil (cerca de R$ 800 mil) pelo empréstimo de Aguirre junto à Udinese até junho de 2019. Vice-presidente de futebol, Gustavo Noronha revelou, sem citar valores, que há opção de compra ao final do período e agradeceu a Felipe Neto, que representou os investidores que bancaram a contratação e aos torcedores. O youtuber explicou a parceria:
– A palavra parceria define bem essa relação. Na posição de patrocinador, por ter questões financeiras envolvidas, nunca vou tentar influenciar nas decisões, e sim ajudar. Estou feliz em criar projetos, principalmente de renovação. Hoje o futebol brasileiro vive certa ameaça de que os jovens vem cada vez mais se interessando pelo futebol internacional. Recuperar esse amor é importante. Objetivo principal que o Botafogo conquiste título e entre em contato com a torcida, que é o maior patrimônio. Ela está se sentindo representada com o Aguirre. Nosso craque dará alegrias.
>>> Castillo lembra início de Aguirre: "Dava pra ver que seria grande"
>>> "Bota-Uruguai": Aguirre refaz elo de 663 jogos e cinco títulos
>>> Suárez? Adriano? Jornalistas uruguaios apresentam Aguirre
>>> Aguirre chega inspirado em Loco e não descarta cavadinha
Atacante espera repetir o sucesso do Uruguai no Nilton Santos (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Sem poder usar a camisa 13, eternizada por Loco Abreu e desejo da torcida, pelo fato de o Botafogo não adotar numeração fixa, Aguirre escolheu a 11. Durante a entrevista coletiva, comentou também que rende melhor como centroavante, sobre a expectativa de estreia na abertura do Campeonato Brasileiro e se disse pronto para a responsabilidade de corresponder à tanta expectativa.
Confira outros tópicos da coletiva:
POSIÇÃO IDEALMe sinto cômodo é centroavante, de 9. Mas obviamente que nos jogos acontecem coisas, e durante campeonato também. Posso jogar em outra posição. Mas onde posso dar o melhor de mim é de centroavante.
RESPONSABILIDADESim, é uma responsabilidade linda. Eu me sinto preparado e vou trabalhar todos os dias para estar 100%, cumprindo expectativas minhas e da torcida.
Aguirre atendeu a sócios-torcedores após a apresentação (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
LONGA NEGOCIAÇÃOAté o último momento não sabia se viria. Estava focado na recuperação do joelho, e minha mulher estava grávida. Então teria que ficar no Uruguai um tempo maior. Nasceu o Valentim, depois soube que viria. Foi tudo junto. Uma demora, mas com final feliz.
VÍDEO DO ANÚNCIO
Depois da lesão, ficar sem jogar, sempre quis vir ao Botafogo. O vídeo demonstra um pouco do que vinha passando nesses meses, não se sabia se iria completar ou não. Agora estou aqui, pronto e feliz pela recepção.
Botafogo F.R.
✔@BotafogoOficial
MENSAGENS NAS REDES SOCIAIS
Havia jogado contra, conhecia um pouquinho da sua história. Estava interessado em mim, era um orgulho muito grande. Tinha outros clubes, mas não queria. Queria só deixar a porta aberta para o Botafogo. Hoje isso não se vê.
SEMPRE FOI DIRETO ASSIM?
Sim. A última decisão sempre é minha. Já havia conhecido a cidade, o estádio, o carinho, a paixão como se vive futebol.
QUAL NÚMERO PREFERE?
Eu gosto do 11, jogava assim no meu primeiro time (Liverpool-URU). Sinceramente, não penso em que camisa usar. Mas o primeiro que escolheria seria o 11.
ADAPTAÇÃO AO BRASIL
Adoro ver futebol, de todos os países. Já sabia o que era futebol brasileiro, competitivo, com muitos times grandes. Imagino que ajudar adaptação é jogar o quanto antes. Uma coisa é estar fora, outra é estar dentro. Tenho que jogar e ir me adaptando.
Sorriso aberto: uruguaio se mostrou feliz até com a expressão facial (Foto: Vitor Silva/SS Press/BFR)
MAIS FÁCIL ITALIANO OU PORTUGUÊS?
Passou comigo ao chegar na Itália, parecia China, não entendia nada. Mas depois comecei a entender. Aqui, se falar devagar, eu entendo.
QUAL PALAVRA JÁ APRENDEU?
Não posso falar (risos).
COMO ESTÁ A PARTE FÍSICA?
Poderia jogar (contra o Audax Italiano-CHI, na Sul-Americano) pelo joelho, mas não posso pela suspensão (três jogos pela expulsão na última Libertadores).
ESTREIA CONTRA O PALMEIRAS?
Estamos trabalhando para isso. Temos tempo para me colocar bem fisicamente. Grande objetivo é estar pronto em um mês.
CONTATO COM OS JOGADORES
Não falamos muito pelo idioma, mas me receberam muito bem, tentam se comunicar comigo, isso ajuda muito. Ainda mais tendo companheiros que falam espanhol. Pelo carinho que recebi da torcida, esperava receber também dos companheiros.
Atacante está ansioso para estufar as redes pelo Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
JEJUM DE TÍTULOS
Sonhamos em levantar uma copa. Como disse antes, tenho muitas expectativas, objetivos, espero em qualquer campeonato que disputar tentar ganhar. Como jogadores, temos obrigação de querer ganhar sempre.
INTERESSE DO FLUMINENSECapaz que falaram com meu empresário, mas eu nunca soube. Só vi pelas redes sociais. Meu agente nunca me chamou para falar do Fluminense, a ter contato oficial do clube.
VIOLÊNCIA NO RIOSe fosse pela insegurança, em toda a América do Sul tem. Na Europa também. Em uma cidades mais, outras menos... Mas não pensei nisso.
Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro