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terça-feira, 21 de abril de 2020

Botafogo mostra desejo em renovar com Marcinho, mas estafe do lateral vai em contramão


Depois de estender vínculos de três jogadores considerados essenciais, diretoria quer conversar com lateral, mas conversas até aqui não têm sido favoráveis ao Alvinegro



Contrato de Marcinho com o Botafogo se encerra no final de 2020 (Foto: Vítor Silva/Botafogo)


Se o Botafogo teve sucesso para renovar com três jogadores considerados essenciais nesta paralisação por conta do coronavírus, a dose não deve se repetir com Marcinho. Depois das novas assinaturas de Marcelo Benevenuto, Caio Alexandre e Kanu, o Comitê Executivo de Futebol passa por dificuldades nas negociações com o lateral-direito. A notícia foi dada primeiramente pelo portal "Fogo na Rede" e confirmada pelo LANCE!.

O contrato do jogador de 23 anos com o Alvinegro acaba em dezembro de 2020. Por isto, ele pode assinar um pré-contrato e assinar de graça com outra equipe a partir de julho. O Botafogo corre contra o tempo para não perder um dos principais ativos a custo zero.

A diretoria do Alvinegro já entrou em contato com os empresários de Marcinho, mas a resposta foi para esperar até que ele retorne aos gramados ou volte a trabalhar normalmente - atualmente, o lateral se recupera de uma lesão sofrida no joelho direito, ainda no início de janeiro. A previsão é de que ele treine com bola a partir do mês que vem.

Internamente, pessoas ligadas ao Comitê Executivo de Futebol creem que o estafe de Marcinho não quer que o jogador renove com o Botafogo e, por isto, estão atrasando as conversas pela renovação de propósito. Esta situação é pior para o Alvinegro, que vê o tempo passar e o jogador ficar cada vez mais próximo do tempo hábil de assinar um pré-contrato com outra equipe.



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A medida também serve para os empresários de Marcinho pedirem por um salário maior para o Botafogo, já que eles trabalham com a possibilidade do clube ficar desesperado com o tempo passando e pagar um valor acima do teto estipulado pela diretoria.

O Comitê Executivo de Futebol não fará loucuras por Marcinho e tampouco oferecerá um salário que ultrapasse do teto, mesmo que signifique correr o risco de perdê-lo de graça. A diretoria do Botafogo conta como aliado apresentar um plano de carreira e mostrar que o lateral-direito alcançou a Seleção Brasileira defendendo as cores do clube de General Severiano.

Por enquanto, a diretoria trata as questões envolvendo a renovação de Marcinho - seja pela vontade do estafe ou pela vontade do lateral em esperar para negociar com o clube de General Severiano - com pessimismo.

Revelado pelo Botafogo e campeão brasileiro sub-20 em 2016, Marcinho subiu para a equipe profissional do Glorioso no ano seguinte e já soma 101 partidas com a camisa do Alvinegro.



Fonte: LANCE! Sergio Santana/0Rio de Janeiro (RJ)

Heróis dos títulos do Botafogo lembram conquistas da Pequena Taça do Mundo


Gerson e Roberto Miranda recordam histórias e dão contexto sobre o campeonato, que o clube carioca pleiteia como títulos mundiais: "Era um torneio com seleções e times campeões"



Ao pleitear o suposto tri mundial, o Botafogo reviveu uma história que estava adormecida para o grande público por mais de 50 anos. Como boa parte dos alvinegros nem sequer eram nascidos, ficou a pergunta: como era a Pequena Taça do Mundo? Em busca da resposta, o GloboEsporte.com conversou com dois campeões: Gerson e Roberto.


O torneio disputado em Caracas, capital da Venezuela, teve alguns nomes diferentes, mas ficou mais conhecido como Pequena Taça do Mundo. Em formato de triangular, foi disputado basicamente por clubes europeus e sul-americanos. Na lista brasileira, além do Botafogo, também figuravam nomes como Vasco, Cruzeiro, Grêmio e Bangu. Sobre os estrangeiros, alguns estão no rol dos gigantes mundiais, tais quais Barcelona, Real Madrid e Peñarol.


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A década de 60 é considerada áurea para o Botafogo — Foto: Agência Estado


Barcelona e Benfica, os maiores rivais

Tanto o Canhotinha de Ouro quanto o antigo centroavante foram heróis naquelas conquistas. Capitão em 1967 e 1968, o histórico camisa 8 chegou a ser eleito melhor jogador do torneio no primeiro título. E com direito a gol de bicicleta. É como o ex-jogador recorda aqueles 3 a 2 sobre o Barcelona.


- Fiz um gol de bicicleta, se me lembro bem. Também ganhei o prêmio de melhor jogador do torneio. Foi um jogo complicado. Inclusive, o Barcelona era tido como um dos melhores da Europa. O Silva, um ponta de lança que jogou no Flamengo, estava com eles na época. O estádio ficou lotado e a Venezuela torceu para o Botafogo - lembra Gerson.



Ídolo, Gerson levantou a taça duas vezes — Foto: Fred Gomes


Em 1970, Gerson não estava mais no Botafogo, mas Roberto seguiu em General Severiano. Enquanto o meia foi bicampeão, o atacante esteve presente em todas as três conquistas. Em uma delas, tida como a mais marcante, foi decisivo ao marcar um dos gols nos 2 a 0 sobre o Benfica.


Na época, o time português era referência no país, cuja seleção eliminou o Brasil da Copa do Mundo dois anos antes, em 1966. Mesmo sob o comando de Eusebio e cia, os encarnados não foram páreo para o Alvinegro, que garantiu uma vitória tranquila, com gols de Lula e Roberto.


- Jogavam lá Costa Pereira, Eusébio, Coluna... Foi um gol importante pro título em 68, e eu fazia muitos gols nesses torneios. Para mim era normal fazer gol, eu ficava chateado quando não fazia - brincou o ex-atacante.



Destaque no Botafogo, Roberto participou também do tri da Seleção — Foto: Jessica Mello


Títulos do Botafogo

1967

Peñarol 0x0 Botafogo
Botafogo 3x2 Barcelona


1968


Botafogo 1x0 Argentina
Botafogo 2x0 Benfica


1970

Botafogo 1x0 União Soviética
Botafogo 2x1 Spartak Trnava



Registro suposto título mundial no site do clube — Foto: Reprodução


Época das excursões

A década de 1960 é considerada a maior da história do Botafogo. Foi a época em que, mais do que títulos, o Alvinegro rodou o mundo para desfilar os craques que vestiam a camisa do clube. Para Gerson, no entanto, o torneio de Caracas é diferente dos outros. A justificativa é o protagonismo que as equipes que disputaram tinham naquele momento.


- O Botafogo tem razão quando acha que deve pleitear isso. A Fifa já disse que não é oficial dela, mas era um torneio com seleções e times campeões. O Botafogo se pega nisso, como o Bangu também foi campeão em 1952. Era um dos mais importantes das Américas, a Pequena Taça do Mundo. Alguém botou esse nome, e não foi o Botafogo - afirma o Canhota.


Roberto passou praticamente todo os anos 60 no Botafogo e lembra da rotina de viagens, que era pesada mas deixou boas memórias. Como a vez em que, em solo gringo, o time carioca venceu o Santos de Pelé duas vezes seguidas. O ano foi 1966, e o palco foi a mesma Caracas em que o clube ganhou os três títulos que garante serem mundiais.


- O Botafogo disputou um torneio no México e o Santos disputava outro em Paris. Os dois ganharam e marcaram um jogo entre Botafogo e Santos em Caracas. Lembro que a imprensa dava o Santos como favorito, porque tinha Pelé e estava em grande momento. Nós ganhamos o jogo de 2 a 1, festejamos muito, mas marcaram outro jogo porque não acreditaram que a gente tinha vencido o Santos. Aí teve uma revanche lá em Caracas também e ganhamos de novo, dessa vez por 3 a 0 - contou.


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro