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Seedorf falou por 20 minutos sem ser interrompido (Foto: Marcelo Cortes / Agência Estado) |
Na súmula, Philip Bennett relatou que Seedorf teria falado que ele "estava de palhaçada". O jogador negou e acredita que ele pode ter se confundido com as palavras de algum jogador do Madureira. O craque holandês lembrou que não por acaso conquistou durante sua carreira o título de embaixador do Fair Play pela Uefa e que não precisa fazer cera retardando o andamento do jogo.
- Essa palavra "palhaçada" eu não usei, mas não acho que seria uma ofensa pessoal. Talvez os jogadores do Madureira tenham falado e ele pensou que tivesse sido eu. Sou embaixador do Fair Play da Uefa, sei da minha responsabilidade. Por que não vou respeitar o juiz? E não é dizer que todo mundo é igual. Se quero perder tempo, vou fazer com a bola no pé. Essa é a minha maneira, assim como fiz contra o Vasco.
Ao descrever o lance que originou sua expulsão, Seedorf disse que não entendeu o motivo de o árbitro ter dito para ele sair, já que não seria o substituído por André Bahia. O meia disse que discordou do juiz sobre o local que ele teria que deixar o gramado e que a pressão dos atletas do Madureira surtiu efeito.
- Falaram que eu estava querendo perder tempo, que fui indisciplinado. Vou explicar. Estava tentando organizar o time, como sempre faço. Vi o Cidinho sair, mas não vi ninguém entrar. Não sabia que eu tinha que sair. Senão não tinha esse problema. Perguntei o motivo de ele me mandar sair, não tinha entendido. Não vi meu número. Dois jogadores estavam falando na cabeça dele. Toda minha carreira consegui ter um diálogo com o árbitro. Quando me deu o amarelo, falei que eu já tinha sido punido, então agora vou sair por onde eu quero. E fui correndo. Quando saí que soube que ele deu o vermelho.
Seedorf se revoltou com a postura dos jogadores do Madureira, que comemoraram a sua expulsão, e com a omissão dos outros integrantes da arbitragem, que não avisaram o juiz sobre o equívoco da substituição.
- Incrível o que disse o companheiro do Madureira, que comemorou minha expulsão. Ele e outros quatro tinham me pedido a camisa. Acho que a expulsão foi por causa dos jogadores do Madureira, porque eu não falei nada. Aí os outros árbitros não ajudaram, como fizeram corretamente na hora que eu estava impedido - lance do pênalti anulado. Queria saber o motivo de não terem voltado atrás. Não era eu quem teria que sair. Se criou uma situação para nada.
Por fim, o camisa 10 alvinegro lamentou a impressão ruim que o futebol brasileiro pode ter causado fora do país por causa deste lance. Ele espera que este episódio possa servir de exemplo daqui para frente.
- Todos estão olhando para o Brasil, que tem um grande potencial. Por uma coisa pequena se criou tudo isso, uma notícia negativa para o mundo inteiro ver. Não precisava. Mas aconteceu. Espero que esta situação possa ao menos melhorar o futebol brasileiro. Que os jogadores principalmente não façam o que os do Madureira fizeram. Foi ridículo, de mau gosto. Amanhã eles poderiam estar aqui conosco.
Suspenso no clássico com o Vasco, na próxima quarta-feira, em Volta Redonda, Seedorf só fica à disposição novamente na partida do dia 7 de abril, contra o Olaria.
Por Fred Huber Rio de Janeiro