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domingo, 26 de dezembro de 2021

FAQs Botafogo SAF: o que temos de informação e o que ainda falta saber sobre a venda do clube


Próximos passos envolvem maior detalhamento do contrato envolvendo Botafogo e Eagle Holdings, empresa do americano John Textor


A assinatura do contrato não-vinculante entre Botafogo e Eagle Holdings ainda gera muitas perguntas. Algumas nós vamos conseguir responder aqui, outras precisam de mais tempo para ter alguma definição. Como o que foi assinado entre clube e John Textor foi uma espécie "pré-contrato", nem todos os detalhes estão definidos. É como se o empresário assinasse um documento em que diz que aceita as condições determinadas pelo clube, mas não torna-se o comprador imediatamente após a assinatura.


Esse processo é normal quando o assunto são fusões e aquisições de grande porte. Primeiro assina-se um contrato não-vinculante, sem tantas especificações. Esse é o estágio atual da negociação entre Botafogo e Eagle Holdings. Os próximos passos são a criação e assinatura de um contrato vinculante - que deve acontecer na próxima semana -, bem mais detalhado, seguido do processo de diligência. Essa terceira etapa é um pouco mais demorada porque há a checagem de todos os documentos que estão no contrato vinculante e estima-se que dure cerca de 60 dias.


É justamente pela negociação estar no primeiro estágio que algumas perguntas ainda não têm respostas. Essas pontas soltas tendem a ser amarradas durante a próxima semana, quando as partes devem assinar o contrato vinculante, se o planejamento alvinegro der certo.




SAF do Botafogo está próxima de ser concluída — Foto: Infoesporte




Qual o valor e a porcentagem da compra?

O documento do contrato não-vinculante fala em R$ 400 milhões. Esse valor ainda pode ser discutido, porque tem algumas variantes. Dois exemplos disso são a ampliação da concessão do Estádio Nilton Santos, assinada na última quarta-feira, bem como a possível construção do Centro de Treinamento no Espaço Lonier. Essas variantes podem fazer com que o valor aumente um pouco, mas a tendência é que seja realmente R$ 400 milhões.


A porcentagem mínima que tem que ficar com o Botafogo para que o clube vire uma SAF é de 10%. Mas isso não significa que a Eagle Holdings vá comprar os 90% restantes. Assim como o valor de R$ 400 milhões, esse é um assunto que ainda será negociado nos próximos dias. A fase de detalhamento que gera o contrato vinculante é um momento de muita negociação.


Em quanto tempo Textor deve investir o montante total?


O aporte do investimento está previsto para ocorrer em curto prazo. Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, a previsão é de que o valor a ser definido seja gasto em menos tempo do que os cinco anos que tem sido noticiado pela imprensa como o período do Cruzeiro.


Quando o Botafogo começará a ver esse dinheiro?

O clube espera receber uma parte, com valores não revelados à reportagem, ainda na primeira quinzena de janeiro. Esse é o empréstimo-ponte que a matéria do ge na sexta-feira passada dizia que viabilizaria o clube para o primeiro trimestre do ano que vem. Com esse dinheiro, o clube deve tocar o processo de montagem do elenco para a próxima temporada. Vale lembrar que até a última atualização desta matéria o Botafogo não anunciou nenhuma contratação, apenas a renovação de Gatito Fernández até o fim de 2022.



Assinando, até quando o Botafogo ficará sob o comando de John Textor?


Essa é uma das perguntas que precisarão ser respondidas mais à frente. Ainda não está definido o período que a Eagle Holdings será dona do Botafogo.




Sócio do Crystal Palace assina pré-contrato para compra da SAF do Botafogo


Para onde vai o dinheiro investido?

O capital será destinado à SAF em várias frentes. Entre elas, está previsão de melhoria da estrutura do futebol do clube, como a construção do CT. Também é esperada a formação de um elenco competitivo.




Haverá mais um CT?


Esse é outro tema a ser definido mais pra frente. Os investidores demonstraram interesse em construir um Centro de Treinamento. Porém, o clube já tem o CT a ser construído pelos irmãos Moreira Salles destinado para a base, e que o presidente Durcesio Mello disse esperar ficar pronto em um ano e meio no último episódio do Acesso Total. As partes buscam resolver a questão porque não faria muito sentido para o clube ter dois Centros de Treinamento.



Como o Botafogo fica seguro se o resultado esportivo não for o esperado?

Como o CEO, Jorge Braga, disse em vídeo divulgado pelo clube, a ideia é perpetuar o Botafogo. Para isso, há negociações que buscam garantir que o clube seja forte nos torneios que disputar. E, se isso não acontecer, o Bota precisa estar seguro para poder sair do negócio de maneira viável.



E as dívidas? Como que ficam?


É possível que haja uma tentativa de renegociação com os credores. O clube busca mecanismos para o tratamento da dívida que a empresa dará, até por causa da necessidade de cumprir com o Regime Centralizado de Execuções, que exige que 20% da receita seja destinada para o pagamento de dívidas. Além disso, será necessário também um faturamento maior, o que é visto com otimismo agora que as coisas estão encaminhadas com um investidor estrangeiro.


E se no futuro o empresário quiser vender?

John Textor deve enxergar o Botafogo como uma empresa e, por isso, buscar o lucro. Quando ele achar que teve o retorno que esperava do investimento, ou que não deu o resultado desejado, pode vender. Isso, porém, não está detalhado e ainda é algo a ser definido nos próximos dias.


Quando vai ser a votação no Conselho Deliberativo?


Ainda não há data definida para a votação. Fato é que a aquisição do Botafogo pelo empresário precisará ter aprovação da Assembleia Geral do clube. A tendência é que a proposta seja levada à mesa do Conselho na próxima semana.


Qual será a influência de John Textor no futebol?

Mais um assunto que é cedo para dizer. É natural que o acionista majoritário queira ter um controle no negócio e coloque pessoas de confiança. Possivelmente a participação dele no clube não seja logo de cara, no início da próxima temporada. Mas com o passar do tempo a tendência é que tenha pessoas alinhadas com o que deseja para a empresa.



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Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro