Em entrevista exclusiva, jogador contratado no início do ano superou desconfiança após lesões na temporada passada e se tornou uma das referências do Glorioso em 2020
Vítor Silva/Botafogo
Contratado no início da temporada, o meia Bruno Nazário se consolidou como uma dos reforços mais certeiros do clube em 2020 até a pausa do futebol em razão da pandemia do coronavírus. A rápida identificação com o clube e o bom ambiente no elenco foram fatores que ajudaram o jogador de 25 anos a superar as desconfianças pelo longo período de inatividade no Athletico-PR, na temporada anterior, em decorrência de uma grave lesão no joelho, para mostrar que está em plena forma e feliz, conforme contou em entrevista exclusiva ao LANCE!
- Estou há pouco tempo no Botafogo, mas já deu para perceber que é um clube bem família, muito acolhedor. Dá prazer de ir trabalhar. Todos os funcionários estão sempre prontos pra ajudar você. É um diferencial. E nosso grupo de jogadores também é muito bom, unido. Espero também poder marcar meu nome na história desse clube que tem como uma das grandes marcas a impressionante lista de ídolos - disse Nazário.
Desde a suspensão das atividades no clube, Nazário se instalou na cidade de Cafelândia, no interior do Paraná, local onde cresceu. A tranquilidade e o contato com a natureza têm ajudado o atleta a manter a forma e a cabeça em paz durante as férias forçadas. Em dez jogos em 2020, todos como titular, o camisa 10 tem sido fundamental na armação de jogadas da equipe e referência no meio-campo. Em meio à crise, torce para que os momentos difíceis façam parte do passado rapidamente.
- Temos que ter cabeça para manter um padrão e estar sempre motivado, não tem jeito. Só assim para vencermos essa fase. E torcer para que tudo volte logo ao normal.
Bruno Nazário tem os direitos econômicos vinculados ao Hoffenheim-ALE e está emprestado ao Botafogo até o final do ano.
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Confira outras respostas de Bruno Nazário ao LANCE!:
Você chegou sob certa desconfiança depois de ter atuado pouco em 2019 em razão das lesões. Hoje é peça fundamental no time. Como enxerga isso? A que deve esse bom início de temporada?
Realmente, tive que fazer uma artroscopia no joelho, que me tirou de cena por algum tempo. Mas, graças a Deus, a cirurgia foi um sucesso e pude voltar a fazer o que mais amo, sem qualquer sequela. Posso dizer que me sinto zerado, sem dor, sem nenhum incômodo, o que foi fundamental para chegar ao Botafogo e desenvolver um bom trabalho. Sem falar que fui muito bem recebido por todos.
Você foi bem como meia armador, mas também foi utilizado como ponta na estreia do Honda. Acredita que no futebol hoje o jogador tem que ter essa versatilidade? Em que posição prefere atuar?
Gosto de vir de trás, na armação das jogadas. Essa sempre foi minha principal característica. Mas tenho facilidade em jogar em outras posições no meio e no ataque. O futebol moderno pede cada vez mais essa versatilidade do jogador. E sua função em campo vai muito do treinador e do esquema que ele adota. Assim, temos que estar preparados. Quero é jogar e ajudar da melhor maneira.
Como é trabalhar com Paulo Autuori? Ele dá conselhos? Como tem sido a comunicação com ele à distância?
O professor Paulo mostra no dia a dia por que é um vencedor, com títulos importantes na carreira. Um cara muito correto, sério, profissional ao extremo. E as coisas têm funcionado. Uma pena essa paralisação forçada, porque o trabalho estava rendendo bem.
Como tem sido a sua rotina durante esse período sem jogos e sem treinar com os companheiros? Como fica a cabeça de um jogador em um momento como esse? Como manter a motivação?
Vim aqui para Cafelândia, onde fui criado. Minha mãe mora aqui, fica perto de Cascavel. É um lugar bem tranquilo, em meio à natureza, o que até me estimula ainda mais a treinar. É claro que não é fácil. O atleta tem uma rotina pesada de treinamento, e o nível agora passou a ser outro. Temos que ter cabeça para manter um padrão e estar sempre motivado, não tem jeito. Só assim para vencermos essa fase. E torcer para que tudo volte logo ao normal.
Além do futebol e dos treinamentos à distância, o que tem feito nessa quarentena para passar o tempo?
Nunca tive tanto tempo para curtir meus filhos, e esse é o lado bom da quarentena. Estou podendo também ajudar minha esposa em casa, o que nossa rotina de treinos, jogos e viagens não permite.
Fonte: LANCE! Fernanda Teixeira e Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)