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sexta-feira, 19 de junho de 2020

STJD quer que Ferj, Botafogo e Fluminense se entendam e decide por mediação judicial


Em resposta a recurso dos clubes, tribunal determina que o assunto seja discutido na presença de uma mediadora de conflitos. Reunião será ainda nesta sexta-feira, às 18h



Em resposta ao recurso de Fluminense e Botafogo contra a decisão de retorno imediato do Campeonato Carioca, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que seja adotada para este caso uma medida cada vez mais comum no ambiente jurídico fora do esporte: a mediação judicial. A sessão, virtual, será realizada nesta sexta-feira, às 18h.



Sede do STJD — Foto: Gustavo Biano / EPTV


No despacho, o presidente do STJD, Paulo César Salomão, solicitou a intimação e convite urgente para que participem da sessão:


Os clubes requerentes - Fluminense e Botafogo;
O Procurador Geral do STJD do Futebol, Dr. Felipe Bevilaqua ou um Sub-Procurador Geral por ele designado
O Presidente do TJD-RJ (que participou da reunião arbitral), Dr. Marcelo Jucá;
Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa de seu Presidente ou pessoa por ele designada;
O Presidente da Comissão Médica e Antidopagem da Confederação Brasileira de Futebol, Dr. Jorge Pagura, ou profissional médico por ele indicado;
Facultativa a possibilidade de participação de todos os Clubes inscritos na Série A do Campeonato Carioca 2020, que deverão ser convidados pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro


A ideia é que, conversando mais uma vez os clubes e a entidade cheguem a um acordo. Se não chegarem, caberá ao STJD decidir. A medida, inédita no país na esfera desportiva, está em despacho do presidente do tribunal. O grupo será coordenado por uma especialista neste tipo de procedimento, Juliana Loss, coordenadora do núcleo de mediação da FGV.


- Não se desconhece que as partes envolvidas já olvidaram esforços na tentativa de solucionar consensualmente o tema posto à apreciação da Justiça Desportiva, mas considero pertinente, antes de decidir a matéria, oportunizar uma derradeira tentativa de solução amigável da controvérsia - explicou Paulo César Salomão.


Presidentes de Fluminense e Botafogo, Mário Bittencourt e Nelson Mufarrej, respectivamente, confirmaram presença. Os clubes recorreram da decisão da Ferj, que teve a concordância de todos os demais clubes, do retorno imediato ao futebol. Flamengo e Bangu, inclusive, jogaram já nesta quinta-feira.


Flu e Bota argumentam que o pico de mortes por coronavírus no Estado, ocorrido há 15 dias, ainda está muito recente e não seria a hora de retornar. Diante da determinação da volta imediata, a dupla, cujos jogos estão marcados para os dias 22 e 25 de junho, pediu mais tempo para treinar, visto que estavam parados há cerca de três meses, e jogar apenas no começo de julho. O Fluminense, por exemplo, somente retornou aos treinos nesta sexta-feira.


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro, Gabriela Moreira, Felipe Siqueira e Paula Carvalho — Rio de Janeiro

Oposição à Ferj: Botafogo se recusa a jogar o Carioca em junho


De pedido ao TJD-RJ por mais dias de treino à farpas com representantes da federação, clube de General Severiano se mantém firme com posição de não entrar em campo



Treinador do Botafogo, Paulo Autuori é contra o retorno imediato dos jogos (Foto: Vítor Silva/Botafogo)


A bola voltou a rolar no Rio de Janeiro, mas nem por isso o Botafogo deseja fazer parte deste processo agora. O Campeonato Carioca retornou na última quinta-feira, com a partida entre Flamengo e Bangu. Na teoria, o primeiro compromisso pós-pandemia do Alvinegro na competição está marcado para a próxima segunda-feira, contra a Cabofriense, mas o Glorioso não deve jogar.

O clube de General Severiano, que ainda não retornou com os treinos presenciais, se recusa a jogar no mês de junho. Nelson Mufarrej, presidente do Botafogo, e Carlos Augusto Montenegro, membro do Comitê Executivo de Futebol, pretendem brigar contra as medidas adotadas pela Ferj.

No Arbitral, realizado em duas sessões no começo da semana, os dirigentes do Botafogo tentaram apresentar o ponto e explicar o lado da equipe, solicitando por mais dias de treino. A vontade de Ferj, Flamengo, Vasco e a maioria dos times pequenos era pelo retorno imediato. No fim, o Alvinegro concordou em jogar o Carioca, mas nas datas de 1º e 4 de julho.



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Sem respostas na reunião com os representantes dos clubes e da federação, o Botafogo buscou a Justiça. O clube encaminhou um pedido no TJD-RJ solicitando o adiamento do retorno do Campeonato Carioca. No documento, uma das exigências do Alvinegro são dez dias de treinamento antes de entrar em campo - o que resultaria no Glorioso jogando justamente no intervalo proposto durante o Arbitral.

A posição do Botafogo, ao lado de Fluminense, que também compactua com os mesmos ideais, é de oposição à Ferj. Inicialmente, o clube de General Severiano tentou fazê-lo por meio da conversa, mas, com um jogo marcado e a real possibilidade de um W.O., o departamento jurídico do Alvinegro foi acionado.

Independentemente do decorrer dos processos no Tribunal, o Botafogo não entrará em campo na próxima segunda-feira. Afinal, a equipe comandada por Paulo Autuori teria apenas dois dias de treinamentos presenciais, algo impraticável para disputar uma partida de alto nível físico.


Fonte: LANCE! Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Botafogo e Fluminense unem forças e não descartam ir à Justiça comum para não jogar em junho


Clubes pretendem esgotar esfera desportiva e levar caso até as últimas instâncias se necessário



Depois da primeira derrota no tribunal em uma quinta-feira agitada, Botafogo e Fluminense garantem que seguirão na luta para não entrar em campo neste mês de junho, que marcou o reinício do Campeonato Carioca, em razão do quadro da pandemia do novo coronavírus no Estado do Rio de Janeiro – foram mais 274 mortes e 354 casos nas últimas 24 horas. Alinhados na oposição à Ferj, a dupla não descarta ir até à Justiça comum, após esgotar as esferas desportivas, para impedir que os times entrem em campo na próxima semana.




Mário Bittencourt já foi advogado do Fluminense — Foto: Globoesporte.com


Sair da esfera desportiva é visto como última medida, já que apostam em melhor sorte no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), onde esperam reverter a negativa que receberam do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ). Ambos incluem a opção nos planos, mas evitam falar abertamente sobre Justiça comum para não atrapalhar o processo ou desrespeitar outras instâncias.


A quinta-feira de Bota e Flu


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Alinhados no discurso desde o início da pandemia, Botafogo e Fluminense passaram a trocar informações também nos bastidores. Tanto que as ações movidas na última quinta tiveram a mesma essência e foram respondidas em um só despacho pelo presidente do TJD-RJ, Marcelo Jucá. O recurso movido em âmbito nacional terá o mesmo entrosamento.



Com a ida à Justiça, a dupla tem como objetivo conseguir ao menos 10 dias de preparação antes de voltar a jogar. As diretorias propuseram disputar as duas últimas rodadas da Taça Rio nos próximos dias 1º e 4 de julho, e não nos dias 22 e 24 de junho, como definiu a Ferj.



Nelson Mufarrej também quer r até as últimas instâncias — Foto: Fred Gomes


Para além da questão sanitária, os clubes temem pela integridade física dos atletas. Isso porque os dois elencos só voltarão aos treinos presenciais nesta semana. Para cumprir as datas propostas pela federação, seriam apenas quatro dias ou menos de preparação. O Botafogo convocou os jogadores para a volta aos treinos no sábado, enquanto o Fluminense marcou o retorno ao CT nesta sexta-feira.


O movimento judicial vai ao encontro do discurso dos dirigentes dos dois clubes durante a pandemia. Que ganhou, em parte, o reforço do prefeito do Rio. Na última quarta, Marcelo Crivella pediu para a Ferj não punir Botafogo e Fluminense com W.O. e sugeriu que eles possam jogar somente em julho. A dupla tem pela frente as duas rodadas finais da Taça Rio e mantém chances de classificação.


O Alvinegro é o terceiro colocado do Grupo A com quatro pontos, empatado com o Bangu e dois atrás do Boavista, em segundo, posição que vale a última vaga da chave para a semifinal. Já o Fluminense lidera o Grupo B com nove pontos, mas ainda não está matematicamente garantido porque o Volta Redonda, terceiro lugar com quatro pontos, pode chegar a 10 e ainda enfrenta os tricolores.


Fonte: GE/Por Paula Carvalho e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro