Entenda o que é a "gestão de expectativa" adotada por Artur Jorge no Botafogo

Treinador mantém pés no chão em discurso e faz coro por paciência até o fim

Artur Jorge fala em "gestão de expectativa" no Botafogo (https://ge.globo.com/video/artur-jorge-fala-em-gestao-de-expectativa-no-botafogo-13078386.ghtml)



O Botafogo tem a possibilidade de ganhar dois títulos na mesma temporada. Para atravessar a montanha de ansiedade entre os milhões de torcedores e a pressão do próprio elenco que tem em mãos, o treinador Artur Jorge adotou o que chama de "gestão de expectativa".


Esse trabalho passa muito pela parte psicológica dos atletas, o bem-estar com definição de metas atingíveis, além da relação com a torcida, no sentido de que o time precisa estar em sinergia com as arquibancadas.


- Não jogamos sós, não jogamos para nós. Carregamos a ambição de muita gente nas costas - disse o treinador, em entrevista à BotafogoTV

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Bem-estar do grupo e preocupação


A primeira etapa desse gerenciamento do português passa pelo psicológico dos jogadores. Para ele, para que o atleta esteja em condições de entregar o máximo que pode, precisa estar bem com si mesmo.


Pessoas que fazem parte do dia a dia o consideram um líder que sabe falar sério e cobrar quando precisa, mas tem o momento mais "resenha" no vestiário. Jogadores também já revelaram conversas com o treinador que foram fundamentais para que recuperassem a melhor versão em campo - caso de Marlon Freitas, muito vaiado no começo do ano ainda por conta de 2023.


- Temos tido momentos positivos e impagáveis com a torcida, isso resulta em uma grande exposição, que tem o lado bom e o menos bom. Isto faz com que a minha preocupação seja genuína naquilo que é o bem-estar dos atletas, da sua sanidade mental, de que o pequeno problema que ele pode ter pode interferir no desempenho que eu espero que ele tenha em treino e em jogo - disse Artur Jorge.





Artur Jorge em Peñarol x Botafogo — Foto: Vitor Silva / Botafogo


Vaias contra o Criciúma e pedido de paciência


O treinador considera o jogo contra o Criciúma, que terminou com empate em 1 a 1 ponto de atenção em relação à torcida. Ao término do jogo, ele admite ter ouvido vaias no Maracanã.


- Quando falo em gestão de expectativas tem a ver, de fato, em termos a ambição e serenidade de que não estamos sós. Há muita coisa envolvida e pessoas para que nosso objetivo possa ser atingido. Temos que ter essa ambição e determinação, mas controlar as expectativas.


- Peço que tenham isso, mantenham o foco também para fazermos esse trajeto que precisa ser em conjunto, sabendo das dificuldade, momentos menos bons, momentos muito bons, e assim atingirmos os objetivos, sempre sabendo que não estamos sozinhos nesta caminhada - pontuou.

Artur Jorge com os jogadores após a classificação — Foto: Marcos Ribolli



Manutenção da postura e gestão da ansiedade


Nesses sete meses, o Botafogo construiu uma nova forma de jogar marcada por muita intensidade e ataques rápidos, contando com a qualidade individual de alguns jogadores. Artur Jorge não abre mão dessa postura.


Raramente o treinador poupa jogadores, só quando a situação traz risco, como no jogo contra o Peñarol quando cinco jogadores começaram no banco - quatro deles estavam pendurados e poderiam perder a final. Para manter o elenco no mesmo pique, ele roda os jogadores nos treinos e só comunica os 11 que iniciam no dia do jogo, que serve também para aliviar a tensão.


- A abordagem que teremos em casa em fora será igual, propor um jogo alegre, para ganhar, que tenha espetáculo. Sabemos que três pontos ficam mais próximo da equipe que se propõe dessa forma, e não que fica à espera do adversário. Eu quero ter responsabilidade do meu resultado, e então eu vou à procura. E esse é um princípio que temos levado em casa e fora independente do jogo - explicou, na mesma entrevista no Botafogo.

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O próximo jogo é contra o Cuiabá sábado, às 16h30, no Nilton Santos. O Alvinegro tem a possibilidade de ampliar ainda mais a vantagem no topo caso o Palmeiras tropece diante do Grêmio.


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Fonte: Por Jéssica Maldonado — Rio de Janeiro