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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Fernandes e Jobson são titulares em coletivo do Botafogo



Jogadores substituem Diego Jardel e Rodrigo Pimpão, machucados. Diego Giaretta também ganha oportunidade



Renê Simões conversa com o grupo antes de dar início à atividade
 no Estádio Nilton Santos (Foto: Gustavo Rotstein)
O dia seguinte à folga de carnaval apresentou novidades no time titular do Botafogo para o jogo desta quarta-feira, contra o Friburguense, às 17h, em Nova Friburgo. O treino tático realizado na tarde desta segunda-feira, no Estádio Nilton Santos – como vem sendo chamado o Engenhão – teve Fernandes eJobson como escolhidos pelo técnico René Simões como substitutos de Diego Jardel e Rodrigo Pimpão, respectivamente. Ambos estão machucados.

Outra alteração ocorreu na lateral esquerda. Diego Giaretta atuou no lugar de Carleto. No entanto, o titular foi poupado, fazendo um trabalho físico à parte, e a expectativa é de que possa participar do jogo desta quarta-feira, às 17h, em Nova Friburgo.

O treinamento foi em clima de jogo, com muitos lances disputados e algumas faltas mais fortes. René Simões cobrou passes precisos e deslocamentos para aproveitar a defesa adversária em linha. A equipe reserva deu muito trabalho aos titulares, e no fim da atividade o treinador fez algumas modificações. Jobson deu lugar a Sassá, e Bill saiu para a entrada de Tássio.

O Botafogo treinou com a seguinte formação: Jefferson, Gilberto, Roger Carvalho, Renan Fonseca e Diego Giaretta; Marcelo Mattos, Willian Arão, Fernandes e Tomas; Jobson e Bill.

Revelação do Botafogo em 2015, Fernandes vai atuar pela primeira vez como titular. O apoiador, que completa 20 anos na próxima semana, recentemente teve o contrato renovado até dezembro de 2017, com multa rescisória de R$ 35 milhões.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

"Campeão de tudo", Willian Arão agora busca títulos como protagonista


Volante de 22 anos admite deslumbramento com título mundial pelo Corinthians e persegue novas conquistas como titular do Botafogo



Toda vez que entra na sala de imprensa do Estádio Nilton Santos para reuniões de atletas com a comissão técnica, Willian Arão se depara com alguns ícones da camisa 8 do Botafogo. Gerson e Didi estão ali imortalizados. Agora o número é vestido pelo volante de 22 anos, que se ainda não alcançou o status dos ídolos, conquistou títulos que muitos perseguem por toda a carreira. Mas depois de uma Libertadores e um Mundial – pelo Corinthians –, entre outros, ele quer mais. Recém-chegado a General Severiano, o jogador vai em busca de novas taças, mas desta vez como titular e no papel de protagonista.

Ao longo de 2012, o principal ano da história do Corinthians, Willian Arão se acostumou a ouvir do técnico Tite a importância de todos os jogadores do elenco. O volante nunca teve dúvidas disso, mas agora se permite buscar a afirmação como titular de um grande clube brasileiro, depois de passar por Portuguesa, Chapecoense e Atlético-GO. Tudo o que viveu em meio aos medalhões corintianos ele tira como lição a ser colocada em prática no elenco do Botafogo, formado em sua maioria por atletas que tentam fazer seus nomes no cenário nacional.

- A experiência que tive foi maravilhosa, porque são títulos que um jogador busca a vida inteira. Mas tudo depende do jeito que você administra, e eu tive um pouco de problema com isso, pois era muito novo. Por mais que não jogasse muito, era reconhecido. Passava na rua e pediam fotos. Eu parava no sinal e falavam comigo. Isso mexe com um jogador de 19 anos, mas minha família trabalhou meu lado psicológico, e eu consegui resolver rapidamente. Fui campeão mas busco mais. Quero ser campeão jogando. Isso vai ser mais legal - disse.

Willian Arão disputa a bola em jogo do Botafogo: em busca do protagonismo em grande clube brasileiro (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Assim como Willian Arão, há muitos outros no elenco do Botafogo que buscam o protagonismo. E segundo o volante, esse fator pode fazer o elenco comandado por René Simões produzir tão bem como o grupo do Corinthians que ele viu, muitas vezes do banco de reservas, ir ao topo do mundo.
Willian Arão nos tempos de Corinthians: título mundial
 como coadjuvante (Foto: Marcos Ribolli)
- No Corinthians não tinha briga de egos, mas era preciso administrar muitos medalhões. Era difícil deixar Sheik e Pato no banco, porque as pessoas cobravam. Aqui no Botafogo, com a folha salarial mais baixa, é preciso se dedicar, porque muitos estão buscando fazer seus nomes. Eu sei que se der brecha, jogadores como Fernandes, Airton e Andreazzi podem entrar. Isso me faz crescer e é bom para o René. A gente vê jogadores como o Jefferson, Marcelo Mattos e Bill correndo muito. Se eles, que são experientes, querem mais, eu tenho que querer mais do que eles, pois sou mais novo - frisou.

Por isso, mesmo o fato de ser titular desde o segundo jogo-treino da pré-temporada não dá a Willian Arão o sentimento de acomodação. Para ele, nem mesmo o respeito que a camisa alvinegra impõe nos adversários – como ele disse perceber desde os primeiros jogos – é motivo suficiente para entender que está perto de cumprir seu objetivo ao retornar a um grande clube do Brasil.

- Fiz uma pré-temporada legal e bons jogos, estou subindo de produção, mas sei que tenho muito a melhorar e a crescer com o time. Mas vestir a camisa do Botafogo tem sido maravilhoso neste início. Ainda mais a 8, que foi de nomes como Gerson e Didi. Uma camisa de peso.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

Brecha jurídica faz Botafogo pensar em atitude inédita para receber por trio que saiu


Clube segue lutando para receber por saídas de Andrey, Daniel e Gabriel, que deixaram o clube de graça via Justiça, após três meses de salários atrasados



Gabriel agora defende o Palmeiras
(crédito: Ari Ferreira)
A diretoria do Botafogo trabalha silenciosamente para, se obtiver sucesso, causar uma revolução na questão dos jogadores que deixam os clubes via Justiça, após salários atrasados na carteira de trabalho. Vendo uma brecha na Lei Pelé, o departamento jurídico brigará até o fim para ser ressarcido pelos clubes que contrataram Andrey, Daniel e Gabriel, jogadores revelados pelo Alvinegro e que deixaram o clube pela Justiça para assinar com Botafogo-SP, São Paulo e Palmeiras, respectivamente.

A Lei Pelé diz que os atletas que entram na Justiça rompem os direitos federativos, mas não é clara em relação à perda dos direitos econômicos que o clube detinha.

– Essa tese é revolucionária nesse sentido. Não me consta que tenham feito algo usando esse fundamento – disse Domingos Fleury, vice-presidente jurídico do Botafogo.

A ação, que será feita na Justiça Comum, está em fase de elaboração pelos advogados do Botafogo. Fleury, à frente da ideia, utiliza os princípios gerais do Direito para embasar a tese defendida por ele.

– O que tem escrito lá é que ninguém pode se locupletar as custas de terceiros. É isso que acontece no Botafogo. A Lei Pelé não diz que perde o direito econômico. Deixa apenas subentendido. Isso não está escrito na Lei. A Lei é omissa e permite que os princípios gerais do Direito sejam usados – disse Fleury.

A saída do trio causou um baque financeiro e técnico. Financeiro porque eram jogadores jovens e valorizados, com multas rescisórias altas. Técnico pois o presidente Carlos Eduardo Pereira vislumbrava os dois jogadores de linha como integrantes da espinha dorsal de 2015, enquanto o goleiro era da Seleção Sub-20, visto como um potencial substituto de Jefferson.

– Eles não eram nada quando chegaram. Se valorizaram, ganharam mercado, apareceram e romperam. E o Botafogo, que investiu neles este tempo todo, perdeu a própria valorização – lamentou Fleury.

Inicialmente, ideia é pedir o valor das multas

Buscando algum tipo de ressarcimento, a ideia do Botafogo, inicialmente é pedir os respectivos valores das multas rescisórias dos jogadores que saíram. No caso de Daniel, por exemplo, a multa era de 20 milhões de euros (R$ 64,6 milhões) para clubes do exterior e de R$ 55 milhões para equipes brasileiras.

– Basicamente seria isso. Pedir o valor da multa, mas ainda teremos conversas para definir melhor o que faremos – afirmou Domingos Fleury, que não descartou aceitar jogadores em troca para quitar a dívida:

– Podemos aceitar. É um tipo de entendimento. Eles podem ser obrigados a tentarem um acordo. O início é reconhecerem nossos direitos.

Para acabar com 'pouca vergonha'

A revolta do Botafogo com a situação é tanta que Domingos Fleury chegou a dizer que a tese do Botafogo ajudará a acabar com a 'pouca vergonha' que é o aliciamento de jogadores no futebol do Brasil.

– Vamos arriscar. Vale a pena. Não é uma ação absurda ou improvável. Tem uma lógica enorme e abre um precedente para acabar com essa pouca vergonha de aliciar jogador. Se acontecer, o aliciador vai ter que pagar. Vai dar uma moralizada no mercado. Mas quando acontecer a primeira vez, virá uma lei para regulamentar – disse Fleury.


Luiz Gustavo Moreira -  LANCENET!