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sábado, 12 de maio de 2012

'Coisas que só acontecem ao Bota' agora podem dar sorte


 

Inicialmente, frase foi atribuída a Botafogo e Vasco por conta de longo jejum de títulos na primeira metade do Século XX


 
Fluminense x Botafogo - Campeonato Mineiro - Lucas expulso (Foto: Bruno de Lima)
Muito se fala do rótulo de time supersticioso que o Botafogo tem. Nas glórias e, principalmente, nos fracassos, já existe o dito popular: “Tem coisas que só acontecem ao Botafogo”. Foi este o pontapé inicial que o zagueiro Antônio Carlos deu na coletiva da última quinta-feira para resumir que algo quase impossível - o triunfo por quatro gols de diferença para devolver a goleada sofrida pelo Fluminense na final do Carioca - tem mais chance de acontecer com o Glorioso do que outro time.

Mas, afinal, como surgiu esta famosa frase? A reportagem do LANCENET! procurou saber com o historiador e jornalista alvinegro Roberto Porto. Segundo Porto, em versão que o também alvinegro Luiz Mendes o repassou, a frase original seria “Há coisas que só acontecem ao Botafogo e ao Vasco.”

Tudo começou em 1937, quando o Vasco teve um acidente de carro a caminho das Laranjeiras, onde enfrentaria o Andarahy. Com o atraso, o juiz já se preparava para declarar o W.O. a favor dos visitantes, que pediram mais tempo até que o time cruz-maltino chegasse.

O jogo se realizou e o Vasco venceu, por 12 a 0. Para o Andarahy, a histórica derrota culminou no rebaixamento e, posteriormente, na falência do clube. O massagista Aruminha era também um umbandista conhecido em Vila Isabel e enterrou um sapo no campo de São Januário. O objetivo era que o Vasco tivesse um jejum de doze anos de conquistas.

O Vasco ficou oito anos sem títulos e, coincidentemente, o Botafogo também teve uma escassez de conquistas, fazendo com que fosse criada a frase para ambos os times.

Porém, de 1945, fim do jejum, até 1950, o Vasco colecionou quatro títulos cariocas e um título sul-americano, todos invictos, fazendo com que a frase fosse atribuída somente ao Botafogo, que não saiu do jejum com o mesmo sucesso.

A frase ganhou ainda mais força a partir de 1948, quando o presidente alvinegro da época, Carlito Rocha, implementou diversas superstições na equipe, como as combinações de uniforme, o cachorro Biriba e as cortinas, sempre presas, de General Severiano.

Não seria nada mal que, caso o título Carioca vá para General Severiano amanhã, um capítulo relacionado à essa frase seja escrita na História do Botafogo.

OTIMISMO É TRABALHO DE PSICÓLOGA

Um dos principais trunfos do Botafogo é a psicologia. A atual gestão do clube investiu bastante nesse setor e vê o incentivo ao otimismo como forte cartada.
– Estamos trabalhando e conversando entre nós. Por ser um dos mais experiente, procuro sempre falar com o grupo – disse o volante Renato.

A partir do suposto “azar” que o Botafogo vinha tendo nas finais de Campeonato Carioca contra o Flamengo, Maurício Assumpção exigiu um trabalho maior da psicóloga Maíra Ruas para que o foco fosse desviado do fator sorte para o fator trabalho.
– Ela vem em toda reunião e geralmente fala com os jogadores. Ela trabalha mais a parte individual – finalizou Renato.

COISAS QUE SÓ ACONTECEM...

- Boas:

Ajuda de Biriba
Em 1948, o Botafogo venceu o Carioca em cima do Vasco, campeão sul-americano naquele ano. O cão Biriba virou símbolo da conquista, já que quando entrada no campo o Alvinegro sempre ganhava os jogos.

Título incrível
Em 1968, o Fla precisava de um empate com o Bonsucesso para vencer a Taça Guanabara, mas perdeu. O Bota fazia excursão pelo exterior e voltou às pressas. Goleou o Fla por 4 a 1 e foi campeão.

Fim do jejum
Em 1989, depois de 21 anos sem títulos, o título Carioca sobre o Fla foi marcado pela curiosidade nos números. Mazolinha, camisa 14, cruzou para Maurício, 7, marcar. 14 + 7 = 21. Fim do jejum.

- Ruins:

Dramático
Na Sul-Americana de 2007, o Bota venceu o River Plate, da Argentina, por 1 a 0, no Engenhão. Na volta, vencia por 2 a 1 até os 30 minutos da etapa final, mas tomou três gols e foi eliminado.

Dupla lesão e vice
Na decisão do Carioca-09, o Bota vencia o Fla no jogo de ida por 2 a 1. No mesmo lance, Reinaldo e Maicosuel se lesionaram e saíram. O Fla empatou. Na volta, novo empate por 2 a 2 e derrota nos pênaltis.

Quanto azar!
A revista argentina “El Gráfico” elegeu os dez clubes mais azarados do mundo. O Bota ficou em sexto lugar com a explicação de ter tido craques e não ter conseguido traduzir seu reinado a nível local.

Bruno Saldanha


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