Time carioca faz 4 a 2 no Engenhão após argentino mudar a partida.
A CRÔNICA
por André Casado/GEApós duas eliminações traumáticas no Carioca e na Copa do Brasil, o Botafogo superou o São Paulo por 4 a 2, neste domingo, no Engenhão, largando na frente no Campeonato Brasileiro. O argentino Herrera brilhou, com três gols no segundo tempo. Vitor Júnior ainda marcou seu primeiro gol pelo clube. Jadson e Luis Fabiano chegaram a deixar o Tricolor Paulista em vantagem no placar por duas vezes.
E por falar no Fabuloso, o duelo valia uma aposta entre ele e o volante alvinegro Renato, ex-companheiros de Sevilla no futebol espanhol. O acordo era que quem perdesse teria que lavar as camisas do adversário. Se o combinado for cumprido, camisa 9 são-paulino vai ter trabalho...
Nome do jogo, Herrera, no entanto, não mostrou muita animação na saída de campo, ao ser questionado sobre a música que pediria no "Fantástico":
- Música? Para quê? Não vou pedir música não. Fica sem música mesmo - disse.
As duas equipes voltam a campo pelo Brasileirão no próximo fim de semana. O Glorioso vai a Curitiba enfrentar o Coritiba, no domingo. O São Paulo, que antes encara o Goiás pelo segundo jogo das quartas de final da Copa do Brasil, quarta-feira, no Serra Dourada, tem pela frente o Bahia, domingo, no Morumbi.
Luis Fabiano tenta o domínio, cercado por Brinner (3) e Vitor Júnior (Foto: Maurício Val / Vipcomm)
Bota ameaça no início, mas São Paulo sai na frente
A julgar pelo início da partida, a impressão era que o Botafogo havia apagado as frustrações no Carioca e na Copa do Brasil. Ligado, o time carioca por pouco não se aproveitou de cochilos da defesa são-paulina e quase abriu o marcador em duas oportunidades. Na armação, pelo centro, Vitor Júnior buscava jogo e deu chute perigoso, em um contragolpe, aos oito minutos.
Não demorou, no entanto, para que o Tricolor tomasse as rédeas. Com espaço, os habilidosos meias trocavam passes e, aos 11, Lucas achou Jadson na área. O camisa 10 concluiu de primeira, acertando o ângulo direito de Jefferson, que nem saltou. A vantagem era tudo o que a equipe de Emerson Leão queria para desestabilizar o Botafogo, que sentiu o golpe e mostrou dificuldades para reagir.
Isolado, Loco Abreu não recebia as bolas. E, quando ela chegava, o uruguaio desperdiçava. A torcida se irritou com a lentidão de algumas jogadas, especialmente com Maicosuel. Os erros se acumularam, mas o São Paulo não soube explorá-los, à exceção de um arremate de Cortez, livre na área, e de uma cabeçada de Lucas defendida por Jefferson.
As estatísticas no intervalo comprovavam o domínio territorial do Glorioso, que teve 68% de posse de bola contra 32% do visitante. Mas o hexacampeão do Brasileirão finalizou mais (7 a 6) e teve 16 desarmes a mais. Em um dos últimos lances da etapa, Loco entregou uma cabeçada nas mãos de Denis e fez Oswaldo de Oliveira chamar Herrera para aquecer. Mal sabiam os alvinegros que isso mudaria inteiramente a história da então monótona partida.
Herrera incendeia o jogo
Com outra postura, o Botafogo melhorou com a entrada do argentino no lugar de Abreu. O ganho em movimentação abriu o caminho para Fellype Gabriel, discreto até aquele momento, crescer, e Márcio Azevedo passar a ser mais acionado nas costas de Douglas. Logo aos quatro, em cruzamento preciso de Lucas, que foi a surpresa na escalação, Herrera cabeceou com estilo e igualou. Na comemoração, o lateral foi tão celebrado quanto o camisa 17, após o pesadelo que viveu com as duas expulsões em jogos decisivos, no início do mês.
Embalado, o time da casa partiu com tudo. Aos sete, Herrera arriscou de longe, e Dênis espalmou para a frente. Márcio Azevedo pegou o rebote e também parou no goleiro. A resposta do São Paulo foi rápida. Luis Fabiano apareceu sozinho na área e testou uma bola à queima-roupa, mas Jefferson operou um milagre, sem dar rebote. Mas a insistência no jogo aéreo deu resultado aos 15 minutos. Em jogada de Jadson pela esquerda, Fabuloso cabeceou nas costas de Brinner, e Jefferson não conseguiu evitar - a bola ainda resvalou no defensor alvinegro: 2 a 1 para o Tricolor. O goleiro deu uma dura bronca na zaga após o novo vacilo.
Confiando na reação, Oswaldo não mexeu. O Alvinegro se manteve no ataque e, desta vez, não baixou a guarda. Endiabrado, Herrera brigou entre os defensores e sofreu pênalti de Paulo Miranda. Ele mesmo bateu, com força, no canto direito do goleiro Dênis, que pulou para o esquerdo: 2 a 2, aos 22. E, antes mesmo de o Tricolor respirar, um lance sorte virou o jogo para o Botafogo, pouco depois: Vitor Júnior bateu falta, a bola desviou, enganou Dênis e morreu no fundo da rede. Alegria no Engenhão.
Atordoado, o São Paulo passou a hesitar. Leão tentou acabar com a apatia momentânea da equipe fazendo duas substituições. Entraram Maicon e Fernandinho. O problema, porém, era defensivo. Maicon foi desarmado por Fellype Gabriel na saída de bola, e Herrera fuzilou a rede para fazer 4 a 2. Um gol que, além de selar o triunfo, pode renovar os ânimos de uma equipe ferida por três derrotas seguidas em jogos decisivos do primeiro semestre.
No entanto, mesmo com o alívio no placar, Oswaldo de Oliveira, que reclamava muito do árbitro Sandro Meira Ricci, acabou expulso. Nervoso, disse que não sairia de campo e atrasou o reinício do duelo.
No entanto, mesmo com o alívio no placar, Oswaldo de Oliveira, que reclamava muito do árbitro Sandro Meira Ricci, acabou expulso. Nervoso, disse que não sairia de campo e atrasou o reinício do duelo.
Sem forças, nem o brilho que apareceu em fugazes momentos, o São Paulo não ameaçou mais o Botafogo, que fez duas alterações, com Lucas Zen e Gabriel, apenas para passar o tempo e largou na frente na disputa do Brasileirão.
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