Acostumado a clássicos goianos no Serra Dourada, lateral garante que não se intimida com a pressão e lembra de início precoce no interior de Goiás
O
nome é de gênio, mas música e futebol nem sempre se misturam. Ainda assim, John
Lennon, reforço do Botafogo para a lateral, até agora diz que só viu o lado
positivo de ser famoso onde vai e aposta em seu talento. No clube carioca,
porém, já foi avisado que usará apenas o sobrenome do ex-beatle. Mas não
importa. Contente com a chance, prepara sua chegada ao Rio de Janeiro nesta
quarta para fazer exames médicos e ratificar o contrato de quatro temporadas
com o Alvinegro.
Embora tenha atuado muito
mais pelo lado esquerdo no Campeonato Goiano, no qual defendeu o Vila Nova,
Lennon é destro. A jogada mais explorada era o corte para dentro, antes do
cruzamento, para escapar do pé ruim. Assim, arrumou pênaltis e assistências. E
seu passado está mesmo recheado de idas e vindas. Precoce, estreou como
profissional aos 16 anos, pelo Inhúmas, na Terceira Divisão do estado. Teve
passagem pelo Madureira, onde revezou entre o time principal e os juniores,
voltou ao Vila e foi emprestado ao Inhúmas de novo. Mais maduro, aos 19,
retornou em definitivo ao Alvirrubro e se destacou nos últimos meses.
Lennon, ex-lateral do Vila Nova, deve desembarcar no Rio nesta quarta (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) |
O início de tudo, porém,
guarda outra história curiosa: foi na escolinha do Barcelona local, genérico
inspirado no gigante espanhol, que deu os primeiros chutes promissores. A
comparação com Daniel Alves, dono da camisa 2 azul-grená, nem passa pela cabeça,
mas a dedicação, garante o jogador, vai sobrar quando pisar no Engenhão, onde o
"parceiro" Paul McCartney já fez show.
- Foi importante para a
minha formação e ali decidi que seria jogador. Posso dizer que os torcedores
vão ver muita garra da minha parte. Gosto de me doar em campo, de ir para cima
mesmo. Estou preparado para entrar no lado que o Oswaldo quiser me escalar. Ter
sido improvisado me fez melhorar como atleta. Sei que começo em busca de uma
chance, mas meu objetivo é conseguir afirmação no Botafogo - avisa Lennon, que
será inscrito na Copa do Brasil - competição pela qual o clube pega o Vitória,
nesta quarta -, a exemplo do meia Vitor Júnior.
- Tive uma torção no
tornozelo, mas estou quase bom. Mais uns dias e já posso ser relacionado.
Beatles fica de lado
O batismo estilo rockeiro
foi ideia do tio, José Fernandes. O pai, Manoel, aceitou. Mas a família não
curte tanto a banda inglesa. E o John Lennon do Botafogo gosta mesmo é de
música gospel.
- Só meu tio ouvia
bastante. Mas é chamativo, pode ser tanto bom quanto ruim, depende de mim. Até
agora, me trouxe alegrias. Tenho que trabalhar para que não pensem só no nome -
ressaltou.
A mesma personalidade o
lateral demonstra ao falar sobre as estrelas com quem dividirá espaço e também
a respeito de encarar a intensa rivalidade do futebol carioca.
- Gosto muito do Elkeson,
do Maicosuel, do Loco Abreu, do Andrezinho... São todos craques e fico honrado
de estar ao lado deles. Eles vão me conhecer, isso é uma motivação e uma
certeza de que estou no caminho certo. Motiva mais ver o estádio cheio, estou
acostumado com Goiás x Vila Nova, então não é novidade para mim. Ainda mais
sendo clube grande, quero mais é jogar.
Por André CasadoRio de Janeiro
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