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sexta-feira, 11 de maio de 2012

'Eu acredito': por façanha, Botafogo puxa viradas históricas na memória


Para crer no título, jogadores alvinegros se apoiam em exemplos recentes, como o gol de Antônio Carlos na final do Carioca de 2005


No futebol carioca, não há registros de viradas exatamente como a que o Botafogo precisa para tirar o título do estadual-2012 do Fluminense, domingo, às 16h, no Engenhão. Mas não faltam exemplos recentes de cenários semelhantes em que uma ampla vantagem do adversário foi superada, e que fazem o clube acreditar. A derrota por 4 a 1, que obriga o Alvinegro a, ao menos, repetir a diferença de gols para levar a disputa para os pênaltis, reativou a memória do zagueiro Antônio Carlos para o desafio mais emocionante de que já participou. Em 2005, defendendo o Tricolor, ele marcou o gol de uma conquista desacreditada.
Na finalíssima diante do Volta Redonda, era preciso construir um placar de dois gols de diferença e seu time saiu atrás. Mesmo assim, o Flu não desistiu e, com uma cabeçada aos 47 minutos do segundo tempo, o camisa 3, então com 21 anos, anotou 3 a 1 e entrou para história da competição. E esse não é o único momento que o xerife alvinegro sabe de cor.
loco abreu botafogo gol vasco (Foto: Fernando Soutello / Agif)
Jogadores alvinegros têm na união de titulares e reservas uma arma para reagir e conquistar o Carioca de 2012
(Foto: Fernando Soutello / Agif)
- Já presenciei vários, mas não estive em muitos. Além do jogo contra o Volta Redonda, em que participei diretamente, teve a virada do Vasco sobre o Palmeiras, na Mercosul (de 2000, de 3 a 0 para 3 a 4), que ficou marcada e foi em menos tempo ainda. O futebol está toda hora mostrando que é possível, sim, e vamos fazer tudo para conseguir - afirmou, detalhando com carinho tudo o que aquela tarde no Maracanã o proporcionou.



- Foi o gol (assista ao lado) que me projetou para o futebol, que me fez ser mais conhecido e que começou a fama de zagueiro-artilheiro. Todo jogo contra o Fluminense não tem jeito, o pessoal lembra disso. Nessa final mais ainda pelo fato de o Abel estar novamente lá. Mas a história é outra e meu objetivo é ter recordações inesquecíveis no futuro.
Do outro lado, Abel Braga revelou que gostaria de ter o zagueiro a seu lado novamente.
- Tentei trazê-lo no inicio do ano. Encontrei com ele nas férias, somos amigos, tenho admiração imensa, gostaria de voltar a trabalhar com ele, mas o Antônio está muito bem no Botafogo, foi capitão, amadureceu muito de 2005 para cá - ressaltou.
Para o volante Renato, uma Copa da Uefa trouxe a sua virada preferida. O Sevilla contou com a ajuda de sua torcida para tirar a vantagem de dois gols do Osasuna, em 2007, e avançar de fase. Além disso, goleada em clássico não é novidade para o elenco alvinegro.
- Se o Fluminense fez os gols, também podemos fazer. Vencemos o Vasco por 4 a 0 no ano passado, não é impossível. Precisamos errar pouco e procurar um gol por vez. Com a vantagem diminuindo, vamos colocar pressão neles, mostrar que temos a intenção de inveter a situação - ensinou, emendando sobre a estratégia.
- Claro que vamos atacar, mas também não podemos sair como loucos para não dar armas a eles - advertiu o camisa 8.

Relembre alguns jogos históricos com contexto parecido:

- Em 1995, o Fluminense fez 4 a 1 no Santos, no Maracanã, pela semifinal do Brasileirão. Na volta, no Pacaembu, deu 5 a 2 para o Peixe, que se classificou sob a batuta do ídolo Giovanni.
- Em 1996, o Grêmio meteu 5 a 0 sobre o Palmeiras, no Olímpico, achou que havia liquidado a fatura, pelas quartas da Libertadores. No Palestra Itália, os paulistas devolveram os cinco, mas sofreram um e perderam a vaga.
- Em 1999, o Manchester era batido pelo Bayern de Munique por 1 a 0 até os 46 do segundo tempo. A situação parecia irreversível, Sheringham e Solsjkaer fizeram dois gols nos acréscimos e deram a Liga dos Campeões aos ingleses.
- Em 2000, o Vasco foi para o intervalo perdendo por 3 a 0 para o Palmeiras. Em 45 minutos, marcou quatro vezes - com três gols de Romário - e sagrou-se campeão da Copa Mercosul, em um milagre sempre exaltado.
- Em 2001, o Flamengo precisava vencer o Vasco por dois gols de diferença, mas foi para o intervalo com o empate. Na etapa final, com Edílson e Petkovic, de falta, aos 43 minutos, fez 3 a 1 e foi tricampeão estadual.
- Em 2005, o Liverpool levou um baile do Milan no primeiro tempo: 3 a 0. Mas, na volta, marcou três vezes e forçou a disputa de pênaltis, da qual saiu vencedor, conquistando outra Liga dos Campeões histórica.
- Em 2008, exemplo de título que ficou no quase após grande virada: o Flu levou 4 a 2 da LDU, no Equador, e saiu atrás do placar no Maracanã, na final da Libetadores. Fez três gols em 70 minutos, mas perdeu nos pênaltis.

Por André Casado e Thales SoaresRio de Janeiro

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