Estádio tem, apenas em cinco meses, quase tantos jogos quanto grandes estádios europeus em uma temporada inteira
Núcleo Botafogo
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Pela primeira vez na temporada o Engenhão teve uma pausa de onze dias sem jogos. Quem agradece é o gramado, que melhorou de forma considerável e está em ótima qualidade. Para manter o padrão alto, o Botafogo enviou uma solicitação à CBF, via Federação de Futebol do Rio de Janeiro, para que a carga de partidas seja reduzida e assim mantenha a qualidade do campo.
Porém, ficar sem atividade não é fato comum no estádio. Quando o Botafogo não utiliza, Flamengo e Fluminense mandam suas partidas no local. Neste ano, com menos de seis meses, já foram realizados 39 partidas no Estádio Olímpico João Havelange.
O número chega perto dos jogos realizados em toda a última temporada no San Siro, em Milão, estádio dividido entre a Inter de Milão e o Milan, que sediou 49 partidas. Já o Allianz Arena, na Alemanha, onde o Bayern de Munique e 1860 Munich jogam, foi palco de 42 em um ano. O Camp Nou, do Barcelona, recebeu apenas 29, quatro a mais do que todos os jogos no Carioca deste ano.
Para o agrônomo Artur Melo, responsável pelo gramado do Engenhão, a redução de partidas será primordial para que o gramado chegue até o fim do ano em alto nível:
– Estamos precisando diminuir o número de jogos no Engenhão. Desgasta demais. As pessoas querem comparar aqui com os gramados europeus. Não tem comparação. Lá se faz 20 ou 30 jogos por ano. Compare isso com um campo como o nosso – explicou ao LANCENET!.
A ideia é evitar o desgaste, já conhecido pelo acúmulo de jogos desde o fechamento do Maracanã. Se o pedido for acatado, Flamengo e Fluminense terão que criar alternativas para jogar. O gerente de futebol tricolor, Rodrigo Caetano, disse que só vai se pronunciar quando receber alguma documentação da entidade.
Volta Redonda, Macaé e São Januário são opções para os dois clubes. Enquanto aguarda, o Botafogo terá um verdadeiro tapete a sua disposição contra o Cruzeiro, amanhã.
EQUIPAMENTO AJUDARÁ NA MELHORA DO CAMPO
O Engenhão deverá contar em breve com um novo equipamento para manter o gramado em boas condições para a prática do futebol. O agrônomo Artur Melo afirmou que a máquina que mantém a iluminação sobre o gramado por mais tempo (o que faz a grama crescer) está prestes a ser adquirida.
Um dos grandes problemas do estádio é a cobertura, que impede a entrada de raios solares. Assim, há uma necessidade de implementação de tecnologias para que a grama do Engenhão se mantenha com alta qualidade.
– Estamos comprando uma máquina, com a ajuda de uma parceira, para suprir a falta de luz no inverno em certos setores do Engenhão, além de comprar sementes de boa qualidade para o gramado – afirmou Artur Melo.
As luzes emitidas pelo equipamento são semelhantes à energia solar e iluminam todos os setores do gramado, facilitando a fotossíntese, o que faz a grama se recuperar com mais facilidade. No inverno, com menos horas de sol, o gramado tem uma dificuldade maior de se manter em ótimas condições.
A iluminação artificial é uma tecnologia utilizada também em gramados da Europa, como o do Estádio de Wembley, em Londres.
- Com a palavra:
Sérgio Landau
Diretor executivo do Botafogo, com exclusividade ao LANCENET!
"Queremos dar boas condições a todos"
O que o Botafogo defende é o uso racional do gramado. Não há campo que resista a uma ocupação que chega a quarto usos semanais. Se isso caísse para, no máximo, três usos, para garantir um gramado em boas condições, seria melhor.
Queremos garantir boas condições para os clubes do Rio. Pedimos à CBF a redução no número de jogos por meio da Federação do Rio. Não sabemos sobre alternativas além do Engenhão, só queremos garantir qualidade a todos.
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