A culpa é do técnico?

Opinião do Torcedor


Renato Silva

Eu também tenho paixão, mas analiso mais friamente as situações. Tento ser bem realista nas minhas opiniões e, em se tratando dos técnicos que passaram pelo Botafogo nos últimos tempos, entendo até mesmo o estilo Joel Santana de treinar.

Apesar do bom trabalho no Brasileirão, Caio Jr, tinha lá seus defeitos de formação. Obrigou o time a jogar com pontas sem ter jogadores para isso por culpa da falta de planejamento da diretoria. “Matou” o Herrera por um ano como ponta, mesmo com o jogador atravessando um bom momento fazendo dupla com o LOCO, no ataque. Já, como único atacante no esquema de Oswaldo, o argentino vinha rendendo tão bem que recebeu ótima proposta do exterior e se foi, ou seja, com Caio Jr, Herrera teve seu pior ano no Botafogo. 

Outra situação! Caio Jr não aguentando a pressão após a queda de rendimento do time na fase final do Brasileirão 2011, saiu. Com isso, o clube acabou fazendo menos pontos que em 2010, com Joel. Aliás, em 2010 perseguimos a vaga na Libertadores até a última rodada, o que já não ocorreu com Caio Jr. Pelas campanhas, Joel conseguiu montar um time competitivo e também fez um bom trabalho, porém, nenhum dos dois alcançou o objetivo final.

Acho que Joel, Caio Jr e o Estevam Soares, que veio antes do primeiro e pouco tempo ficou, vinham fazendo bons trabalhos até que a diretoria, querendo mostrar serviço, cedeu às pressões da torcida e jogou fora todo um “planejamento”. Desses, em minha opinião, só o Joel saiu na hora certa.

Temos que parar com esse pensamento sul-americano de criticar os técnicos à exaustão. Na Europa, 90% das vezes só pressionam o técnico depois de cobrarem da diretoria as condições ideais de trabalho que, dentre outros aspectos, passam pelas contratações. Só depois a pressão é direcionada aos jogadores para que honrem a camisa e coisas desse tipo. Se todos estiverem fazendo seu trabalho a contento e mesmo assim os resultados não aparecem, aí sim eles pressionam o técnico.

Aqui, não sei por que, a ordem é inversa.


Por Renato Silva/BotafogoDePrimeira