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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Em jogo de partes distintas, Santos bate o Botafogo no Engenhão



Cariocas chegam a colocar três bolas na trave no primeiro tempo, mas são superados pelo Peixe na segunda etapa. Torcida se revolta contra Oswaldo de Oliveira



Botafogo x Santos - Campeonato Brasileiro - Gol do André (Foto: Cleber Mendes)
André fez o primeiro dos dois gols santistas
 no Engenhão (Foto: Cleber Mendes)
Em uma noite de dois tempos completamente diferentes, o Santos bateu o Botafogo no Engenhão por 2 a 0, na noite desta quarta-feira, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time da casa dominou completamente o primeiro tempo e colocou nada menos que três bolas na trave. Na segunda etapa, porém, o Peixe jogou no contra-ataque e chegou ao triunfo com gols de André e Miralles.

O Botafogo chegou ao sexto jogo sem vencer e o técnico Oswaldo de Oliveira está mais pressionado do que nunca no cargo. O treinador foi o alvo predileto dos xingamentos da torcida do Glorioso, que gritou palavras de ordem como "fora, Oswaldo" e "time sem vergonha". O Santos, que interrompeu uma série de três jogos sem vitória, chegou a 38 pontos, na 10ª posição. A equipe encara o Vasco no próximo domingo, na Vila Belmiro. Já o Botafogo segue com 40 pontos, provisoriamente na 8ª posição. O próximo desafio é contra o Grêmio, também no domingo.

BOTAFOGO PÕE TRÊS BOLAS NA TRAVE

A "Marcha Imperial", tema do filme "Guerra nas Estrelas", que tocou após a entrada do time em campo, tinha o intuito de animar a diminuta torcida que tinha ido ao Engenhão. Na verdade, os primeiros gritos de "Fogo" só foram ouvidos minutos após a bola rolar, mas o Alvinegro começou o jogo à toda, tocando a bola com velocidade e se aproveitando dos espaços deixados pela retaguarda santista.

Em um deles, Elkeson recebeu lindo passe de Andrezinho e ficou livre na cara de Rafael, mas chutou em cima do goleiro, gerando logo cedo a ira de uma torcida que não via o time vencer havia cinco partidas. Pouco depois, o maranhense teve outra oportunidade, mas dessa vez levou azar. Após um cruzamento da esquerda, o camisa 9 cabeceou à queima-roupa, mas a bola acertou a trave direita.

Ao Santos, restava recuar e apostar em algum bom toque de bola para avançar no campo, mas até isso era difícil. Desfalcado de Neymar, o Peixe praticamente observava o Glorioso em campo. Num jogo corrido como o desta quarta-feira, o astro da camisa 11 poderia até desequilibrar, mas o time da Baixada Santista pouco produzia. É clara a diferença entre um Santos com e sem Neymar.

O domínio do Botafogo era amplo, mas a sorte não ajudava nem um pouco. Elkeson ficou novamente livre na grande área e chutou mirando o ângulo de Rafael, mas acertou o travessão. Em um dos lances seguintes, Lucas correu pela direita e cruzou, mas a bola bateu em Bruno Rodrigo, indo na direção do gol. Quando a bola já entrava, o goleiro Rafael conseguiu tocá-la com a ponta dos dedos, e o balão voltou a beijar a trave. Desespero da incrédula torcida no Engenhão.

Nem Seedorf vivia um dia iluminado. Errando mais passes do que o normal, o camisa 10 teve uma grande chance no fim do primeiro tempo, após boa jogada individual de Jadson. O holandês chutou cruzado, rasteiro, mas a bola passou a centímetros da trave direita. Vendo o azar dos anfitriões, o Santos quase contou com a sorte em cobrança de falta de Bernardo, que quase encobriu Renan: o goleiro do Botafogo espalmou a escanteio.

Apesar do predomínio do time carioca, o Santos conseguiu segurar o 0 a 0 até o intervalo e, antes disso, o técnico Muricy Ramalho já tinha um plano traçado para a sequência do jogo. Colocou em campo o volante Henrique, que substituiu o meia Bernardo. Com o meio-campo pouco operante, a estratégia do comandante santista era justamente dar mais volume àquele setor.

SANTOS ENCAIXA CONTRA-ATAQUES E MATA O JOGO

A torcida botafoguense voltou bem mais ligada no segundo tempo e os times também. No entanto, foi justamente o Alvinegro carioca quem teve motivos para se lamentar já no começo. Fábio Ferreira torceu o tornozelo direito após jogada de ataque do Santos e ficou caído por alguns minutos. Apesar de ter saído de maca, continuou em campo, já que Oswaldo não tinha opções para o setor no banco de reservas.

E o Santos, tão pressionado na primeira etapa, começou a aprontar das suas. Em contra-ataque pela direita, Miralles avançou em velocidade e chutou para linda defesa de Renan, que pôs a escanteio. Mas, no lance seguinte, não houve choro, nem vela. Após desvio de Éwerton Páscoa no meio da área, Renan ficou no meio do caminho e André só teve o trabalho de desviar para o gol: Santos 1 a 0. Quem não faz, leva, Botafogo.

O apagão botafoguense teve continuidade e, antes que a torcida assimilasse o baque, saiu o segundo do Peixe. Após saída errada de bola, Felipe Anderson roubou a bola e deu lindo passe para Miralles. O argentino saiu na cara de Renan, que nada pôde fazer para evitar o tranquilo toque do camisa 11 para as redes. Santos 2 a 0, e o que se ouvia nas arquibancadas, agora, eram gritos de "time sem vergonha" para o Botafogo.

Errando coisas bobas, como passes curtos e lançamentos, o Alvinegro estava envolvido. Oswaldo de Oliveira não mexeu no time a princípio, talvez bolando alguma estratégia tardia para fazer a equipe reagir. Mas o Botafogo até que teve suas oportunidades. Em uma delas, novamente Elkeson desperdiçou boa chance, após cruzamento de Lucas e um chute de primeira para fora.

Já pressionado e acertando pouco, o Botafogo ainda recebia uma sobrecarga em sua defesa graças ao rápido ataque santista. André só não fez o terceiro do Peixe - em uma cópia idêntica do primeiro - porque Renan apareceu para defender por milagre, o que não conseguira anteriormente. E nem das arquibancadas poderia vir alguma esperança, já que os gritos de "Fora, Oswaldo" e xingamentos ao treinador e mesmo aos dirigentes era tudo que se escutava.

Oswaldo, enfim, mexeu no Botafogo, colocando em campo Vitor Júnior e Rafael Marques. Porém, as mexidas pouco surtiram efeito. O Santos só alterou seu ataque para descansar André e Miralles. Entraram Bill e Pato Rodríguez, que tocavam bem a bola e também davam perigo à defesa do time da casa. Os santistas ainda eram soberanos nos contra-ataques e assim permaneceriam até o fim do jogo. Agora, nem parecia que o Peixe estava desfalcado de Neymar.

A nova derrota empurra o Botafogo cada vez mais longe do G4 do Brasileirão, meta que já era considerada muito complicada pelos jogadores alvinegros antes do novo revés. Já chegando ao meio da tabela, o time pode ser superado pelo próprio Santos, que até algumas rodadas atrás, povoava o pelotão que estava pouco acima da zona de rebaixamento. Para que a noite ficasse ainda mais triste para os donos da casa, ouviram-se gritos de olé para o time santista. Vindos da torcida do Botafogo.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0X2 SANTOS

Local: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 10/10/2012, às 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Paulo César Silva Faria (MT)
Renda e público: R$ 60,545,00 / 2.986 pagantes
Cartões amarelos: Miralles, André e Rodríguez (SAN)
Cartões vermelhos: não houve
Gols: André, 9'/2ºT (0-1); Miralles, 12'/2ºT (0-2)

BOTAFOGO: Renan; Lucas, Dória, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Jadson, Gabriel, Fellype Gabriel (Vitor Júnior, 29'/2ºT), Seedorf e Andrezinho; Elkeson (Rafael Marques, 26'/2ºT). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

SANTOS: Rafael; Éwerton Páscoa, Bruno Rodrigo, Durval e Gerson Magrão; Adriano, Arouca, Felipe Anderson e Bernardo (Henrique, 37'/1ºT); Miralles (Rodríguez, 36'/2ºT) e André (Bill, 26'/2ºT). Técnico: Muricy Ramalho.


Gabriel Andrezo - Rio de Janeiro (RJ) Leia mais no LANCENET!


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