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sexta-feira, 29 de março de 2013

Seedorf quebra o silêncio, faz duras críticas e se defende da expulsão


Meia nega ter ofendido o árbitro, repudia os atletas do Madureira e lembra que não é embaixador do Fair Play da Uefa por acaso: 'Tenho currículo'



Nesta sexta-feira, Seedorf resolveu dar sua versão sobre a expulsão na partida contra o Madureira, vencida pelo Botafogo por 2 a 1, no último domingo. Por 20 minutos, o craque holandês falou ininterruptamente sobre o lance e se defendeu. O camisa 10 alvinegro afirmou que não ofendeu o árbitro Philip Bennett e se mostrou contrariado com tamanha repercussão do caso. Ele foi denunciado pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) e corre o risco de pegar até 12 partidas de suspensão.

Seedorf disse que sentiu desrespeitado pelo árbitro. Ele acredita que seu histórico de bom comportamento poderia ter sido levado em conta na ocasião.

- Eu durmo bem, como bem, estou relaxado. Parece até que aconteceu um desastre natural com muitas mortes. O que aconteceu foi uma situação de jogo. Estou assustado com a repercussão. Uma decepção pela pouca sensibilidade. Em toda minha carreira, mais de 900 jogos, dificilmente fui punido por falar mal com o árbitro. Significa que sei falar com o juiz com respeito. Sei o papel deles no jogo. Eu em nenhum momento fiz pressão. Durante os 90 minutos fui correto. Viram minha ação como um crime. Sei que não estou acima da lei, e sempre a respeitei. Mas sou diferente sim, tenho um currículo. Tenho respeito pelo juiz, e ele não teve consideração pela minha carreira. Tenho minha história, e ela vale. Já fui substituído várias vezes, em todas saí pelo "portão grande". Faz parte do entretenimento. Eu era o jogador que tinha decidido o jogo. Os torcedores também queriam o contato.

Seedorf falou por 20 minutos sem ser interrompido (Foto: Marcelo Cortes / Agência Estado)
Na súmula, Philip Bennett relatou que Seedorf teria falado que ele "estava de palhaçada". O jogador negou e acredita que ele pode ter se confundido com as palavras de algum jogador do Madureira. O craque holandês lembrou que não por acaso conquistou durante sua carreira o título de embaixador do Fair Play pela Uefa e que não precisa fazer cera retardando o andamento do jogo.

- Essa palavra "palhaçada" eu não usei, mas não acho que seria uma ofensa pessoal. Talvez os jogadores do Madureira tenham falado e ele pensou que tivesse sido eu. Sou embaixador do Fair Play da Uefa, sei da minha responsabilidade. Por que não vou respeitar o juiz? E não é dizer que todo mundo é igual. Se quero perder tempo, vou fazer com a bola no pé. Essa é a minha maneira, assim como fiz contra o Vasco.

Ao descrever o lance que originou sua expulsão, Seedorf disse que não entendeu o motivo de o árbitro ter dito para ele sair, já que não seria o substituído por André Bahia. O meia disse que discordou do juiz sobre o local que ele teria que deixar o gramado e que a pressão dos atletas do Madureira surtiu efeito.

- Falaram que eu estava querendo perder tempo, que fui indisciplinado. Vou explicar. Estava tentando organizar o time, como sempre faço. Vi o Cidinho sair, mas não vi ninguém entrar. Não sabia que eu tinha que sair. Senão não tinha esse problema. Perguntei o motivo de ele me mandar sair, não tinha entendido. Não vi meu número. Dois jogadores estavam falando na cabeça dele. Toda minha carreira consegui ter um diálogo com o árbitro. Quando me deu o amarelo, falei que eu já tinha sido punido, então agora vou sair por onde eu quero. E fui correndo. Quando saí que soube que ele deu o vermelho.

Seedorf se revoltou com a postura dos jogadores do Madureira, que comemoraram a sua expulsão, e com a omissão dos outros integrantes da arbitragem, que não avisaram o juiz sobre o equívoco da substituição.

- Incrível o que disse o companheiro do Madureira, que comemorou minha expulsão. Ele e outros quatro tinham me pedido a camisa. Acho que a expulsão foi por causa dos jogadores do Madureira, porque eu não falei nada. Aí os outros árbitros não ajudaram, como fizeram corretamente na hora que eu estava impedido - lance do pênalti anulado. Queria saber o motivo de não terem voltado atrás. Não era eu quem teria que sair. Se criou uma situação para nada.

Por fim, o camisa 10 alvinegro lamentou a impressão ruim que o futebol brasileiro pode ter causado fora do país por causa deste lance. Ele espera que este episódio possa servir de exemplo daqui para frente.

- Todos estão olhando para o Brasil, que tem um grande potencial. Por uma coisa pequena se criou tudo isso, uma notícia negativa para o mundo inteiro ver. Não precisava. Mas aconteceu. Espero que esta situação possa ao menos melhorar o futebol brasileiro. Que os jogadores principalmente não façam o que os do Madureira fizeram. Foi ridículo, de mau gosto. Amanhã eles poderiam estar aqui conosco.

Suspenso no clássico com o Vasco, na próxima quarta-feira, em Volta Redonda, Seedorf só fica à disposição novamente na partida do dia 7 de abril, contra o Olaria.

Por Fred Huber Rio de Janeiro

2 comentários:

  1. o brasil ficou muito conhecido la fora agradeça o juiz palhaço

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  2. Mais propaganda negativa pra cidade e pro país... Depois desse episódio bizarro, agora o lance do Engenhão interditado por um problema que teve origem e existe desde a construção. Incompetência de quem aceitou a obra (Prefeitura) e depois empurrou o problema com a barriga fazendo uma licitação pública pra repassar a responsabilidade pela gestão do estádio pra terceiros ou uma precipitação do atual prefeito?

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