Imediatismo fica apenas na notificação da Prefeitura do Rio, e Racional Delta Recoma pede para receber os laudos da comissão especial
Engenhão: prazo para reabertura é de 18 meses a partir do início das obras (Foto: Fred Huber) |
Em comunicado oficial, a Secretaria Municipal de Obras informou que aguarda a resposta dos consórcios sobre as notificações. No entanto, não estipula um prazo, e a expectativa é de que a situação se prolongue. Inicialmente, a previsão é de que o Engenhão fique 18 meses fechado para a correção dos problemas.
"A publicação no Diário Oficial formaliza e dá ciência às partes sobre a conclusão do relatório final da Comissão Especial, designada para analisar os laudos e estudos técnicos existentes sobre o Estádio Olímpico João Havelange, através do Decreto n 37.152/13. A partir da ciência formal sobre a quem cabe a responsabilidade legal, devemos aguardar a resposta dos consórcios devidamente notificados", diz o comunicado da Secretaria de Obras.
O processo começou no dia 15 de maio, quando uma comissão especial formada por três engenheiros foi instaurada pelo prefeito Eduardo Paes para analisar os laudos que tratavam dos problemas do Engenhão. Depois de 23 dias, eles anunciaram que o estádio deveria ficar 18 meses fechado e que havia, sim, o risco de desabamento da cobertura.
O consórcio formado por Racional, Delta e Recoma disse, em comunicado, não ter recebido os laudos feitos pela comissão especial. Com isso, só vai se pronunciar oficialmente sobre o ocorrido depois de ter os documentos em mãos para analisar e tomar uma posição sobre a sua reponsabilidade na restauração da cobertura.
- O Consórcio Racional Delta Recoma, responsável pela primeira fase das obras do Estádio Olímpico João Havelange, confirma o recebimento da notificação da Prefeitura do Rio, mas esta não veio acompanhada do laudo da Comissão Especial designada pela Secretaria Municipal de Obras, que analisou os laudos e estudos técnicos relativos à citada construção. O consórcio aguarda cópia deste laudo para assim fazer uma análise minuciosa e tirar suas conclusões sobre as ocorrências apontadas na obra do Engenhão. Apenas após este fato o Consórcio Racional Delta Recoma irá se pronunciar sobre o caso - informou o comunicado.
Da mesma forma, o Consórcio Engenhão confirmou o recebimento da notificação, mas não deu uma posição sobre o caso. No entanto, fez questão de frisar que a comissão apontou erro de cálculo no projeto executivo como motivo da interdição.
- O Consórcio Engenhão informa que recebeu e está analisando a notificação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro para adotar as ações necessárias. Não obstante, a Comissão Especial de Avaliação do Engenhão apontou que a causa que motivou a interdição do estádio decorreu de erro de cálculo do projeto executivo, não cabendo ao Consórcio a responsabilidade técnica. O Consórcio Engenhão ressalta que está acompanhando o caso com a mesma responsabilidade e comprometimento com que vem atuando desde 2007, após a entrega da obra - comunicou.
O Botafogo segue em silêncio sobre o assunto, e não há previsão de uma manifestação oficial. O clube cogita entrar com uma ação na Justiça para reparar os danos sofridos com a interdição do estádio e negocia para utilizar o Maracanã na sequência do Campeonato Brasileiro depois da Copa das Confederações.
No momento, o Engenhão vem sendo utilizado pela seleção da Itália, que disputará a Copa das Confederações e faz sua estreia na competição contra o México, domingo, no Maracanã. O Botafogo está de folga até terça-feira, quando os jogadores se reapresentam no estádio, apesar da interdição.
Por Fred Huber e Thales Soares Rio de Janeiro
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