Interditado desde março, estádio será devolvido em duas etapas: primeira
terá reforço na cobertura, e segunda envolve adequação às Olimpíadas
Construído para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, com o custo de R$ 380 milhões, o Engenhão estará de volta ao cenário carioca no segundo semestre de 2014. Nesta sexta-feira, a prefeitura, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e membros da Empresa Olímpica Municipal (EOM) apresentaram os avanços e o momento do projeto carioca para as Olimpíadas. Para o estádio, que será palco das competições de atletismo em 2016, foram anunciadas novas intervenções em 2015, mas sem a necessidade de fechamento, segundo o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
- Essas obras não impactam no aproveitamento do estádio desde a sua liberação no segundo semestre de 2014. O Engenhão será mais integrado, com novos acessos que facilitarão a entrada e saída do estádio - afirmou Paes.
Imagens da EOM mostram detalhes no entorno do estádio (Foto: Reprodução) |
O Engenhão será devolvido aos torcedores em etapas. Na primeira, que teve início em julho de 2013 e tem previsão de entrega para o segundo semestre de 2014, serão feitas as obras de reforço da cobertura do estádio que, por falhas e risco à segurança, fizeram o local ser fechado em março deste ano. Depois, a partir do primeiro trimestre de 2015, serão realizadas as intervenções para que o local esteja adequado aos requerimentos olímpicos. A conclusão estimada é para o primeiro trimestre de 2016. O valor total dos investimentos não foi divulgado.
Eduardo Paes não poupou críticas ao projeto de construção do estádio e prometeu “entregar o estádio com outro padrão”. Ele chamou de inaceitável o fechamento que, para ele, não será repetido com os equipamentos olímpicos de 2016.
- Pretendemos devolver o Engenhão com outro padrão. Com estruturas firmes, e com toda a frente aberta. A nossa ideia é consolidar o estádio, devolvê-lo ao povo, integrar o Engenhão dentro do cenário do Rio de Janeiro. Entregá-lo à cidade de verdade. O Engenhão tem uma grande importância para o Rio de Janeiro e para o futebol da cidade – disse Paes.
Reprodução de material da OEM mostra obras que serão feitas (Foto: Reprodução ) |
Até o primeiro trimestre de 2016, o Engenhão receberá mais 15 mil assentos, todos temporários. Além disso, a prefeitura colocará em ação uma grande melhoria urbanística no local, que visa a acabar com os infindáveis problemas causados em dias de grandes jogos de futebol no local, por exemplo, devido ao difícil fluxo para entrada e saída dos torcedores no bairro do Engenho de Dentro.
As duas pistas de atletismo - a oficial e a de aquecimento - serão completamente trocadas. A capacidade de iluminação do estádio será ampliada, assim como serão refeitos os dutos sob a pista de atletismo principal, aumentando a capacidade de passagem de cabos de transmissão, entre outros. O estádio também vai ganhar nova rampa de acesso para atletas paralímpicos até a pista de atletismo.
Acessos do Engenhão terão mudanças para facilitar o trânsito de pessoas (Foto: Reprodução ) |
- Todas as áreas dos galpões servirão como uma praça. A escola municipal permanece. A quadra do estádio será transformada em uma grande área de lazer, com ciclovias, sempre focando na acessibilidade e deslocamento – frisou o prefeito Eduardo Paes.
Engenhão está fechado desde 26 de março
Principal construção dos Jogos Pan-americanos de 2007, o Engenhão está fechado desde o dia 26 de março, após a prefeitura do Rio receber da empresa alemã Schlaich Bergerman und Partner (SBP) um estudo indicando o risco de a cobertura ceder com ventos acima de 63km/h.
Engenhão está fechado desde o dia 26 de março (Foto: EFE) |
Pavilhões esportivos em construção
A Prefeitura e a Empresa Olímpica Municipal (EOM) ainda trabalham em outras intervenções de olho nas Olimpíadas de 2016. Entre elas, o avanço da Transcarioca, das obras no entorno do Maracanã, com ênfase em acessibilidade, e os projetos de desenvolvimento social, como o Rio Criança Global, que universaliza o ensino do inglês nas escolas municipais, e o Ginásio Experimental Olímpico, onde alunos da rede municipal desenvolvem seu potencial esportivo aliados à educação. No segundo semestre, serão iniciadas as obras do Centro Principal de Mídia (MPC), do Centro Aquático, do Centro de Tênis, da Arena de Handebol, do Velódromo e de um hotel.
Três pavilhões esportivos do Parque Olímpico, que receberão provas de cinco modalidades olímpicas e cinco paralímpicas, começaram a ser construídos em julho. De acordo com a assessoria da EOM, a cidade já atingiu o compromisso de ter 44.500 quartos para a Família Olímpica.
Eduardo Paes apresentou como está a preparação três anos antes dos Jogos (Foto: Beth Santos) |
O Porto Maravilha apresenta mudanças significativas em sua revitalização da zona portuária da cidade, como o Museu de Arte do Rio. O Centro de Operações Rio funciona desde 2010 na Cidade Nova, no Centro, com 400 profissionais trabalhando em três turnos, 24 horas por dia, realizando monitoramento constante e ações integradas.
A Transoeste já liga a Barra a Santa Cruz e diminuiu pela metade o tempo de viagem entre os dois locais. O novo Sambódromo foi inaugurado para o Carnaval de 2012, enquanto o Parque dos Atletas está sendo usado pela população como área de lazer e para a prática de esportes, e vai receber eventos como o Rock in Rio.
A Prefeitura também entregou, em 2012, as primeiras obras de macrodrenagem do Programa de Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá. A construção da passarela sobre a Via Férrea, que ligará o Maracanã à Quinta da Boa Vista, está prevista para ser entregue no primeiro semestre de 2014, assim como a remodelação completa do entorno do estádio.
Por Thierry GozzerRio de Janeiro
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