Atacante, que atuou pelos dois clubes nos anos 60 e 70, fica em cima do muro para escolher um classificado na Libertadores: 'Que seja o que Deus quiser'
Rodolfo José Fischer, ou simplesmente "El Lobo" Fischer, está eternizado na história do Botafogo. Afinal, foi do pé dele - e também da cabeça - que saíram dois gols na memorável goleada sobre o Flamengo por 6 a 0, em 1972. Antes de chegar ao Glorioso, porém, Fischer também marcou seu nome em um clube de seu país natal: o San Lorenzo, adversário do Alvinegro nesta quarta-feira, em jogo que vale a classificação para a próxima fase da Libertadores.
El Lobo em ação pelo Botafogo contra o Ceará, em 1975, último ano do atacante com a camisa do clube (Foto: O Globo) |
- Dizer quem vai ganhar é impossível. Sou muito agradecido ao Botafogo, à torcida do Botafogo, mas também foram muitos anos no San Lorenzo. O coração fica dividido. Ficamos no empate. Mas o empate classifica o Botafogo, né? (risos). Na verdade, gostaria que os dois pudessem passar. Que seja o que Deus quiser e vença o melhor - disse em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com.
Conhecedor dos desafios de se jogar no caldeirão de Nuevo Gasómetro, El Lobo deu o caminho para o Glorioso alcançar seu objetivo, calcado justamente nas jogadas para um compatriota seu:
- O Botafogo tem o argentino Ferreyra, que é um centroavante, goleador, cabeceia bem. Eu sempre tive essa facilidade, de fazer gols de cabeça. E o grande segredo para isso é se ter jogadores fortes pelas pontas do campo. Na minha época, tínhamos o Dirceu pela esquerda, o Zequinha pela direita, ou mesmo o Jairzinho às vezes fazia esse lado. Gols de cabeça são importantes em partidas duras, é um bom caminho.
No jogo de ida, o Botafogo venceu o San Lorenzo por 2 a 0 no Maracanã, com gols de Ferreyra e Wallison (Foto: Reuters) |
Na Libertadores de 1973, panorama parecido com desfecho infeliz
Em 1973, Fischer viveu situação semelhante à atual do Botafogo na Copa Libertadores. Na disputa do triangular semifinal, o Glorioso sofreu um revés no Maracanã para o Colo Colo, do Chile, por 2 a 1. Com isso, precisava conquistar uma vitória fora de casa contra os chilenos para avançar. Desta vez, a derrota para o Unión Española, também do Chile, complicou o Alvinegro. E o torcedor imagina um desfecho diferente daquela época.
Fischer disse que torcidas são semelhantes (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo) |
A casa do San Lorenzo, aliás, sempre foi um trunfo para os portenhos historicamente. O Nuevo Gasómetro é considerado um caldeirão, e bater os argentinos em seus domínios é uma tarefa árdua, de jogo psicológico acima de tudo. Ainda assim, Fischer garante que o Botafogo não encontrará nenhuma novidade.
- A torcida do San Lorenzo é uma torcida muito boa, muito legal de jogar com ela. Mas é como a torcida do Botafogo. A gente gosta de jogar com uma torcida deste tipo, muito carinhosa. A torcida do Botafogo era assim. São muito parecidos, amam muito seus clubes. Acho até que são clubes muito parecidos, que sabem cuidar bem dos seus jogadores - afirmou.
Por Thiago Quintella Rio de Janeiro
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