Treinador diz que Botafogo teve o jogo nas mãos contra o Goiás, mas pede calma: "Não podemos fazer disso aqui um velório"
Vagner Mancini vai ter mais trabalho com o aspecto emocional do Botafogo. Na visão do treinador alvinegro, o lado psicológico foi determinante na derrota por 2 a 0 para o Goiás, na noite desta quarta-feira, em Juiz de Fora (MG), pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro (veja os melhores momentos no vídeo ao lado).
Justamente depois de conseguir uma goleada por 6 a 0 sobre o Criciúma. O comandante disse que o time chegou a ter o jogo nas mãos, mas sofreu apagão após o primeiro gol marcado pelo Esmeraldino.
- Hoje o Botafogo não pode reclamar da bola, do árbitro, do gramado, de nada. O Botafogo teve o jogo nas mãos, teve umas cinco oportunidades e não fez. Sofreu gol, e aí é como se desligasse uma chave geral. O time passou 20 minutos sem fazer nada de positivo e no fim do jogo, após o segundo gol, passou de novo a chegar ao ataque e a ser mais incisivo. No momento em que tinha o jogo nas mãos, tomou o gol e pagou caro numa derrota que obviamente não estava nos planos. A meu ver, do lado de fora, a parte emocional acabou pesando mais uma vez.
Não faz tanto tempo que Mancini se mostrou preocupado com o lado psicológico do elenco alvinegro. Na semana passada, antes de o time conseguir a primeira vitória no Brasileirão, o técnico admitiu atenção especial ao trabalho emocional para contornar a pressão.
Com a derrota, o Alvinegro estacionou nos quatro pontos e segue no 13º lugar. Porém, com um jogo a mais que os outros e pode perder posições no complemento da rodada, no fim de semana. O time volta a campo daqui a uma semana, contra o Grêmio, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS).
Confira os demais trechos da entrevista coletiva do treinador
Consequências da derrota
- É preciso falar a verdade, assumir os erros que devem ser assumidos e levantar a cabeça, porque a derrota dói, mas é mais uma derrota. Não podemos fazer disso aqui um velório achando que está tudo errado, tudo acabado. Não. Quem está no Botafogo tem uma visão diferente e nesse momento é preciso botar o peito, assumir o que deve ser feito e fazer as alterações necessárias. Óbvio que acomodar só vai piorar. Agora é tentar mexer com esses atletas que são vitoriosos, mas que aqui estão rendendo abaixo do podem.
Vagner Mancini orienta o time em Juiz de Fora (Foto: Vitor Silva / SS Press) |
- Aquele jogo serviu como divisor de águas no aspecto positivo, e esse serviu para fazermos uma análise diferente. Também vai ser um divisor de águas. É mais difícil analisar numa derrota, porque muita coisa fica evidente e algumas coisas se tornam irreais. Não se pode deixar levar pelas derrotas achando que está tudo errado, e não está tudo errado. O Botafogo foi melhor durante 55 minutos e depois deu chances ao Goiás, que estava acuado e mal chegava à frente. Fez o gol passou a mandar no jogo. Temos que enxergar bem a partida. É óbvio que todos estão chateados porque tentávamos uma arrancada, mas ficou para outra oportunidade. Agora é absorver o mais rápido possível. Sabemos que é difícil, porque a derrota machuca mais do que acrescenta. Muita gente diz que na derrota se aprende, mas eu sou contra. Ganhando você aprende. Vamos refletir bastante e tomar as decisões necessárias no próximo jogo.
Declarações de Emerson após o jogo
- Não sei qual foi a tônica da fala. Sabemos que depois do jogo o atleta fica modificado emocionalmente, mas o Sheik sabe o que fala. Vou seguir nessa linha. Todos temos que refletir sobre o que aconteceu nos últimos cinco jogos para evoluir. O futebol não aceita desaforo. Tivemos cinco oportunidades de gol, não fizemos e acabamos pagando um preço alto num momento em que todos esperavam uma reação.
Poucas opções de mudanças na equipe durante o jogo?
- Não são poucas, são muito poucas. Deveria ter um elenco mais balanceado nesse sentido. Hoje, por exemplo, eu tive que colocar o Lucas com o Edílson para tentar alguma coisa na linha de fundo. Não estou aqui para reclamar, faço o que está ao meu alcance. Todo mundo que enxerga futebol sabe o que tenho nas mãos. O time tem limitações, mas ninguém aqui está se queixando.
Peso emocional de Daniel jogar em sua cidade natal
- Pode ter pesado, sim. É difícil para um atleta dessa idade que ainda não tem uma base emocional sólida suportar. Há quatro dias ele foi o destaque e depois vem jogar na sua cidade e tem que ser aprovado novamente. Isso afeta. É jovem e sabemos que ele não teve um bom desempenho, assim como outros. Todos estão sentidos e agora têm que buscar a recuperação.
Perda de Dória nas próximas partidas
- Isso tem sido uma tônica. Temos que mexer na equipe. Mas muitas vezes quando você acha que vai ter dificuldade, surge alguém que se mostra importante e blinda o setor. Quem entrar – seja Dankler, André Bahia ou Matheus – pode tomar conta enquanto o Dória estiver fora e depois brigue para ser titular.
Atuação de Jorge Wagner
- Nesse jogo ainda tentei mantê-lo, porque é um jogador que se dedica totalmente. Mas é preciso enxergar que no aspecto técnico ele tem rendido abaixo do que pode. Outros jogadores também, mas a diferença é que a torcida tem mais paciência com alguns. Temos que cuidar desse jogador para ele possa voltar e nos ajudar mais à frente.
Estreia de Carlos Alberto contra o Grêmio?
- Não tenho dúvida de que o Carlos Alberto vai ser uma peça importante. Eu estaria sendo muito mentiroso se disse que não penso em sua utilização na próxima partida. Mas tudo depende do que será feito nos próximos sete dias. Se ele responder ao trabalho de forma significativa, vai ser utilizado.
Por Gustavo Rotstein Juiz de Fora, Minas Gerais
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