Clube e comerciantes locais contabilizam perdas com a interdição
Reforma. Operário trabalha na obra no entorno do Engenhão. O amistoso contra o time chinês Shandong Luneng, no sábado, não terá presença de público - ANTONIO SCORZA / Fotos de Antonio Scorza |
RIO - O Botafogo pode não ter o Engenhão na estreia do Campeonato Carioca. Apesar da promessa da prefeitura de entregar no dia 31 as obras do entorno, que hoje inviabilizam carros e pedestres de chegar às ruas mais próximas ao estádio por qualquer uma das quatro entradas, dificilmente o clube conseguirá as necessárias autorizações do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Se não atrasarem, as obras ficarão prontas no dia marcado para o jogo contra o Boavista. Com pouco prazo e risco de atrasos, o Botafogo vive uma dúvida de onde e quando vai fazer sua primeira partida do Carioca.
Os planos iniciais já não deram muito certo. O amistoso marcado para o dia 24, contra o time chinês Shandong Luneng, será feito a portões fechados porque as obras não estarão concluídas. A prefeitura garante ao Botafogo que o entorno estará liberado no dia 31, exatamente a data em que está marcada a primeira partida do clube no Carioca.
Para tentar usar o Engenhão logo na estreia, o alvinegro pediu à Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ) para que o jogo seja transferido para o dia seguinte, 1º de fevereiro. O tempo para as autorizações é curto e o presidente do clube garante que não vai reabrir o estádio, mesmo que parcialmente, sem segurança.
- Estamos esperando que a prefeitura de um OK. Não exite a menor possibilidade de que o torcedor do Botafogo seja exposto a qualquer risco. Estamos preocupados com as autorizações. Mas não há o que ser feito. A prefeitura garante que entrega. Estamos confiando. Temos receio, sim, de ficar pronto em cima mas não termos autorização. Sei que essas coisas precisam de um tempo e planejamento - afirma o presidente Carlos Eduardo Pereira.
A Polícia Militar precisa de alguns dias para delimitar, dentro do estádio, onde ficarão torcedores organizados, como serão escoltados e por onde entrará cada torcida. Além de verificar as condições de evacuação do estádio (assim como os bombeiros), a polícia precisa planejar todo o sistema de segurança para o jogo. Mesmo sendo contra um time pequeno, sem as grandes demandas de um clássico.
- Não é simples planejar um jogo. Temos que calcular quantos circularão no entorno, quantos dentro do estádio e todos os possíveis situações de risco. Tem de ter tempo. Não adianta chegar dizendo que vai ser de um jeito. porque não vai. Tem de ser com segurança- explicou o tenente-coronel João Fiorentini, Comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádio (GEPE), em entrevista ao GLOBO, em dezembro.
Se o presidente do clube tenta se manter otimista, os comerciantes do entorno não têm a mesma visão. Com o estádio fechado há quase dois anos - desde 26 de março de 2013 -, os moradores e empresários locais veem o retorno com muita desconfiança e avisam: para a primeira partida, nada será comprado com antecedência.
Acumulando prejuízos que podem chegar a de R$ 5 mil por partida não realizada, a dona de um bar improvisado na garagem da sua casa, Daniele Aparecida, garante não comprar nada até ver o público chegando:
- Tenho este negócio na garagem de casa desde que o Engenhão abriu. Quando fiquei mal de saúde, comecei a trabalhar em casa. Perdi muito dinheiro, agora, vou esperar abrir para ter certeza do público. Mas será que abre mesmo dia 1º de fevereiro? Olha, isso está muito esburacado ainda.
Daniele mora numa rua que dá de frente para o Engenhão e hoje está fechada para o tráfego por obras da prefeitura.
Se os prejuízos de Daniele são altos e ela espera ansiosamente o retorno do público, o Botafogo também tem suas preocupações e prejuízos potencialmente bem maiores. Enquanto espera a liberação parcial para o Carioca, o alvinegro sofre para vender placas publicitárias para o Engenhão. Acontece que o clube só vai receber aval para usar o estádio com sua capacidade total ( 46 mil lugares) em junho, se o reforço da cobertura não atrasar mais uma vez.
Com um período curto para negociar, já que em dezembro acaba a temporada e em maio de 2016 o estádio deve ser entregue ao Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 por causa das Olimpíadas, o clube tem dificuldade em vender espaços de publicidade por um período maior.
- Está complicado porque devemos receber ele completo no meio do ano. Depois temos que entregar para o COB. Não tem como fazer um plano de negócios. Vamos esperar - disse o presidente do Botafogo.
Nesta segunda-feira, o elenco voltou da folga e treinou em período integral, em Varzéa das Moças. Durante a atividade física da manhã, Jobson sentiu dores musculares, mas foi avaliado pelo médico e voltou a treinar com o elenco sob o forte calor.
Os planos iniciais já não deram muito certo. O amistoso marcado para o dia 24, contra o time chinês Shandong Luneng, será feito a portões fechados porque as obras não estarão concluídas. A prefeitura garante ao Botafogo que o entorno estará liberado no dia 31, exatamente a data em que está marcada a primeira partida do clube no Carioca.
Para tentar usar o Engenhão logo na estreia, o alvinegro pediu à Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ) para que o jogo seja transferido para o dia seguinte, 1º de fevereiro. O tempo para as autorizações é curto e o presidente do clube garante que não vai reabrir o estádio, mesmo que parcialmente, sem segurança.
- Estamos esperando que a prefeitura de um OK. Não exite a menor possibilidade de que o torcedor do Botafogo seja exposto a qualquer risco. Estamos preocupados com as autorizações. Mas não há o que ser feito. A prefeitura garante que entrega. Estamos confiando. Temos receio, sim, de ficar pronto em cima mas não termos autorização. Sei que essas coisas precisam de um tempo e planejamento - afirma o presidente Carlos Eduardo Pereira.
A Polícia Militar precisa de alguns dias para delimitar, dentro do estádio, onde ficarão torcedores organizados, como serão escoltados e por onde entrará cada torcida. Além de verificar as condições de evacuação do estádio (assim como os bombeiros), a polícia precisa planejar todo o sistema de segurança para o jogo. Mesmo sendo contra um time pequeno, sem as grandes demandas de um clássico.
- Não é simples planejar um jogo. Temos que calcular quantos circularão no entorno, quantos dentro do estádio e todos os possíveis situações de risco. Tem de ter tempo. Não adianta chegar dizendo que vai ser de um jeito. porque não vai. Tem de ser com segurança- explicou o tenente-coronel João Fiorentini, Comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádio (GEPE), em entrevista ao GLOBO, em dezembro.
Se o presidente do clube tenta se manter otimista, os comerciantes do entorno não têm a mesma visão. Com o estádio fechado há quase dois anos - desde 26 de março de 2013 -, os moradores e empresários locais veem o retorno com muita desconfiança e avisam: para a primeira partida, nada será comprado com antecedência.
Acumulando prejuízos que podem chegar a de R$ 5 mil por partida não realizada, a dona de um bar improvisado na garagem da sua casa, Daniele Aparecida, garante não comprar nada até ver o público chegando:
- Tenho este negócio na garagem de casa desde que o Engenhão abriu. Quando fiquei mal de saúde, comecei a trabalhar em casa. Perdi muito dinheiro, agora, vou esperar abrir para ter certeza do público. Mas será que abre mesmo dia 1º de fevereiro? Olha, isso está muito esburacado ainda.
Daniele mora numa rua que dá de frente para o Engenhão e hoje está fechada para o tráfego por obras da prefeitura.
Se os prejuízos de Daniele são altos e ela espera ansiosamente o retorno do público, o Botafogo também tem suas preocupações e prejuízos potencialmente bem maiores. Enquanto espera a liberação parcial para o Carioca, o alvinegro sofre para vender placas publicitárias para o Engenhão. Acontece que o clube só vai receber aval para usar o estádio com sua capacidade total ( 46 mil lugares) em junho, se o reforço da cobertura não atrasar mais uma vez.
Com um período curto para negociar, já que em dezembro acaba a temporada e em maio de 2016 o estádio deve ser entregue ao Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 por causa das Olimpíadas, o clube tem dificuldade em vender espaços de publicidade por um período maior.
- Está complicado porque devemos receber ele completo no meio do ano. Depois temos que entregar para o COB. Não tem como fazer um plano de negócios. Vamos esperar - disse o presidente do Botafogo.
Nesta segunda-feira, o elenco voltou da folga e treinou em período integral, em Varzéa das Moças. Durante a atividade física da manhã, Jobson sentiu dores musculares, mas foi avaliado pelo médico e voltou a treinar com o elenco sob o forte calor.
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