Atual vice-campeão Carioca, o Botafogo volta ao estadual com uma ambição parecida: surpreender a todos com um grupo muito reformulado. Após o título da Série B do Campeonato Brasileiro, 17 jogadores saíram e, até o momento, seis foram contratados: Joel Carli, Emerson Silva, Diogo Barbosa, Bruno Silva, Damian Lizio e Gervasio "Yaca" Nuñez. No ano passado, o Alvinegro foi o melhor time da primeira fase e ganhou a Taça Guanabara com 36 pontos em 15 jogos (80% de aproveitamento), mas perdeu os dois jogos da final para o Vasco.
Mas se em 2015 a montagem do elenco era com base nos jogadores que haviam se destacado na Segunda Divisão, o Botafogo versão 2016 aposta na garotada. Metade do plantel é formado por atletas recém-promovidos das categorias de base. Nomes como Emerson, Igor Rabello, Diego, Ribamar, Leandrinho, Jean e Saulo, por exemplo, ainda são desconhecidos para muitos torcedores. A diretoria segue buscando reforços no mercado e quer um lateral-esquerdo e mais dois atacantes. O argentino Barcos, do chinês Tianjin Teda, e o chileno Gustavo Canales, da Universidad de Chile, já foram sondados para serem a grande contratação de 2016, mas sem sucesso.
Enquanto não chega mais ninguém, a maior esperança dos alvinegros recae sobre o trio de gringos: os argentinos Carli e Yaca, além do boliviano Lizio - eles, porém, estão fora da estreia porque a janela de transferências no Brasil só abre dia 28. O time titular ainda não está definido, mas a base que perdeu o amistoso para a Desportiva Ferroviária (2 a 1) e que venceu o Rio Branco de Venda Nova (7 a 0) está montada. Pelo que treinou na pré-temporada, a equipe alvinegra deve ser formada por Jefferson, Diego (Luis Ricardo), Renan Fonseca, Emerson e Diogo Barbosa; Rodrigo Lindoso, Airton (Bruno Silva), Yaca e Gegê (Lizio); Neilton e Luís Henrique.
Destaques do Glorioso:
Novidade: argentino naturalizado boliviano, Lizio faz parte da seleção e chegou para ser o 10.
Ponto alto: Jefferson segue como a estrela solitária e é o único do futebol carioca na Seleção.
Ponto negativo: em meio à crise, o clube está há mais de um ano sem patrocinador master.
Números: foram 108 gols do time em 2015, mas esse ano o ataque começa carente de opções.
Técnico: Ricardo Gomes assumiu o time ainda na Série B e volta à elite quatro anos após AVC.
A grande atração do maior campeão da história do Carioca - com 33 taças - é o técnico Muricy Ramalho. O comandante retorna ao futebol carioca seis anos depois de conquistar o Brasileiro de 2010 pelo Fluminense. Em paralelo à disputa do estadual, o time deve entrar em campo para jogos da Copa Rio-Sul-Minas com algumas novidades.
Reeleito, o presidente Eduardo Bandeira de Mello contratou Muricy, renovou por três anos com o diretor de futebol Rodrigo Caetano e foi fundo ao mercado. Foram nove contratações até agora - o clube ainda procura mais um zagueiro. Entre os de maior expectativa estão dois gringos nem tão conhecidos por aqui: o argentino Mancuello, que veio do Independiente, e Gustavo Cuéllar, ex-Junior de Barranquilla. A volta do veterano Juan, que completa 37 anos durante a disputa do Carioca, também chama a atenção.
O desafio do novo treinador é arrumar a defesa, colocar em ordem a disciplina na Gávea, o que gerou punições e afastamento no fim do ano passado, e fazer a transição de mais uma geração campeã da Copinha para os profissionais. Na pré-temporada, maus resultados contra o Ceará (empate por 3 a 3, derrota nos pênaltis) e Santa Cruz. Na estreia da Copa Rio-Sul-Minas, o Flamengo venceu o Atlético-MG por 2 a 0 no Mineirão.
Destaques do Rubro-Negro:
Novidade: ex-Botafogo, Willian Arão, de 23 anos, é destaque na pré-temporada do Fla.
Ponto alto: opções e poder de fogo no ataque. Guerrero, que voltou a marcar após jejum que vinha desde agosto, e Sheik formam dupla de respeito.
Ponto baixo: ainda a defesa e jogadores como Ederson e o próprio Guerrero conviveram com lesões e terminaram temporada de 2015 em baixa.
Números: o Flamengo é hegemônico na competição, com 33 conquistas.
Técnico: Muricy foi campeão estadual em quatro estados diferentes. Venceu o Pernambucano em 2001 e 2002 (pelo Náutico), o Gaúcho pelo Internacional, em 2003 e 2005, o Paulista pelo São Caetano, em 2004, e com o Santos foi bicampeão estadual em 2011 e 2012.
Sai a desconfiança, entra a esperança. Se em 2015 o início de ano do Fluminense era cercado de incertezas, na temporada que se inicia a confiança em dias melhores entrou em campo. Um dos destaques do mercado de transferências, o Tricolor abriu os cofres e trouxe reforços importantes para setores considerados carentes. Além disso, ainda conseguiu colocar em ordem a parte financeira mesmo diante dos atrasos no pagamento e na iminente saída de sua principal patrocinadora (Viton 44). A dívida relativa aos direitos de imagem dos jogadores foi quitada no último dia 15 de janeiro.
A base do time também foi mantida. O único titular a deixar o Flu foi o volante Jean, negociado com o Palmeiras. Por outro lado, cinco reforços chegaram às Laranjeiras. Os zagueiros Henrique e Renato Chaves, os meias Diego Souza e Felipe Amorim, e o atacante Richarlison. Tirando Amorim, que chegou ao clube de graça após o fim do seu contrato com o América-MG, todos os outros quatro envolveram negociações em dinheiro e vitórias sobre diversos clubes interessados. Fatores que mostram a nova fase tricolor um ano após o fim da longa parceria com a Unimed. O atacante Wellington Nem, revelado em Xerém e hoje no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, ainda pode voltar. Vendido ao Roma, mas sem espaço por ora, Gerson retorna por mais cinco meses.
A pré-temporada mais uma vez teve a sua primeira parte realizada nos Estados Unidos em paralelo à disputa do Torneio da Flórida. Ao todo, foram 17 dias longe do Rio. Em campo, muitos testes e poucos resultados: empate com o Shakhtar e derrota para o Internacional. Os desafios para valer começaram nesta semana. Na quarta-feira, derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR na estreia da Copa Sul-Minas-Rio. Já domingo é a vez do Campeonato Carioca, contra o Volta Redonda.
Destaques do Tricolor:
Novidade: Henrique, disputado com Flamengo e Grêmio, é a esperança de mais segurança na defesa.
Ponto alto: reforços pontuais. A diretoria trouxe boas opções para posições carentes como a defesa (Henrique e Renato Chaves) e a criação (Diego Souza). Além de uma grande aposta para o futuro: o atacante Richarlison, de 18 anos.
Ponto baixo: irregularidade. Eduardo Baptista ainda tenta mostrar nas Laranjeiras o trabalho que o fez se destacar no Sport. Tirando a semifinal da Copa do Brasil, os resultados no Fluminense não são bons.
Números: campeão pela última vez em 2012 e dono de 31 troféus no estado, o Flu tenta se aproximar do Flamengo. O rival tem 33 conquistas.
Técnico: contratado no meio de 2015, Eduardo Baptista inicia uma temporada à frente do Tricolor pela primeira vez.
O jejum não incomoda mais. Depois de 12 anos, o Vasco tirou dos ombros a pressão para voltar a ser campeão e inicia o Campeonato Carioca em busca do bicampeonato. A temporada, no entanto, guarda uma missão mais importante: pela terceira vez, os vascaínos precisam lutar para retornar à elite do futebol nacional. A disputa dentro do Rio de Janeiro surge como teste para um elenco que, apesar do rebaixamento, entrou 2016 prestigiado em São Januário.
Com pouco dinheiro em caixa e apoiado no bom rendimento na reta final do Brasileirão, o Vasco preferiu apostar na base montada por Jorginho do que em reforços - ainda caça um centroavante no mercado. Do time titular no empate com o Coritiba, último compromisso em 2015, apenas Serginho não segue no clube - foi para o Sport. Nomes como Nenê e Luan foram valorizados e tiveram os contratos renovados. Caras novas são apenas duas: Yago Pikachu e Marcelo Mattos, ambos reservas durante a pré-temporada.
Em Pinheiral, no Sul do Rio de Janeiro, Jorginho começou a desenhar um Vasco que, segundo suas próprias palavras, precisa aprender a ser protagonista. Nos 12 dias de trabalho, o treinador mudou o 4-4-2 para o 4-2-3-1, com as principais surpresas no meio-campo: Julio dos Santos como primeiro volante e o jovem Mateus Pet, de somente 17 anos. Neste período, dois jogos-treinos foram realizados: vitórias por 2 a 1 sobre o Bangu com o time principal e dos reservas sobre o Barra Mansa.
Para a estreia no Carioca, domingo, às 17h (de Brasília), em São Januário, diante do Madureira, a expectativa é de que Jorginho mande para campo Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Julio dos Santos e Andrezinho; Mateus Pet, Nenê e Jorge Henrique; Riascos.
Destaques do Vasco:
Novidade: destaque do Paysandu em 2015, Pikachu foi bem sempre que testado e briga por vaga na equipe
Ponto alto: mesmo com o rebaixamento, o clube manteve a base que perdeu somente um jogo nas últimas 15 rodadas do Brasileirão
Ponto negativo: é nítida a carência no ataque. Riascos não inspira confiança, e clube busca um centroavante no mercado
Números: com 23 títulos cariocas, o Vasco não é bicampeão desde 1993. Na ocasião, ainda levou o tri no ano seguinte.
Treinador: Jorginho começa o ano em alta depois da arrancada que quase evitou o rebaixamento e tem todo apoio de Eurico Miranda.
Um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro volta à elite cinco anos depois - subiu da Série B junto com a Portuguesa no ano passado. Atual campeão da Segundona, o America promete acrescentar um pouco de charme à competição até por conta de sua fanática torcida. No que diz respeito ao elenco, boa parte da base foi mantida, como o goleiro Felipe, o zagueiro e capitão Fábio Braz e o meia Accioli. O destaque de renome cai no colo do atacante Jean, ele mesmo: ex-Flamengo e Vasco. Além disso, a diretoria rubra foi ao mercado contratar nove reforços e, entre eles, acertou com um meia argentino que vem dando o que falar. O Campeonato Carioca 2016 será a primeira aventura de Matías Sosa em solo brasileiro. Caberá ao técnico Ricardo Cruz (ex-goleiro bicampeão carioca com o Botafogo) comandar o America nessa volta à Série A.
Para tentar traçar voos maiores do que um oitavo lugar conquistado no Carioca de 2015, o Bangu vem repleto de mudanças no plantel. Poucos foram os atletas mantidos em relação à temporada passada. Os principais remanescentes são os volantes Ives e Magno, o experiente atacante Luiz Carlos "Imperador", além do meia Almir, que esteve emprestado ao Flamengo no segundo semestre de 2015 e volta para novamente ser o grande nome do Alvirrubro no estadual. Entre os 12 reforços, os meia Magnum, ex-Santos e Volta Redonda; e William Amendoim, ex-Flamengo e Gonçalense; e o zagueiro Arthur Sanches, outro ex-Fla; chamam maior atenção. A equipe será comandada pelo técnico Emanoel Sacramento, que, em 2015, dirigiu Duque de Caxias e Sampaio Corrêa. O Alvirrubro mandará os jogos no Estádio de Moça Bonita - embora os laudos ainda não tenham sido agilizados.
O time de Saquarema, conhecido por montar elencos competitivos e entrar bem na disputa do Carioca, tenta fazer jus à fama - embora a luta no ano passado tenha sido contra o rebaixamento. Um total de 15 reforços foi contratado, com destaques para o goleiro Milton Raphael (do Botafogo), o zagueiro Frauches (do Flamengo) e o atacante Leandrão (do Vasco). O time do técnico Rodrigo Juliano, que assumiu o time na reta final do estadual 2015, dividiu a pré-temporada em duas partes: metade no Rio de Janeiro e metade na da Região dos Lagos. No entanto, quando a bola rolar para o Carioca, o Boavista só vai a Saquarema para mandar seus jogos no simpático Estádio Elcyr Resende. De resto, ficará no CT do CFZ. Essa é a décima temporada consecutiva do Verdão na elite.
Pelo terceiro ano consecutivo na elite do Carioca, o tradicional Bonsucesso almeja, enfim, deixar de lado o papel de coadjuvante para, quem sabe, incomodar os grandes no estadual de 2016. Para isso, o Leão da Leopoldina terá como treinador Mário Marques, que comandou Bangu e Gonçalense na temporada 2015. Com o objetivo de reforçar o plantel, a diretoria do Cesso optou por jogadores jovens ou sem tanto renome no cenário nacional, casos do zagueiro Anderson, destaque do Gonçalense na última Copa Rio; o meia Dieguinho, ex-Avaí e Chapecoense; e o atacante Diogo Alves, que estava no futebol português. O Estádio Leônidas da Silva é a casa do time, mas ainda não havia apresentado os laudos de segurança até o fechamento desta reportagem.
Após uma fraca campanha no Carioca de 2015 e uma eliminação ainda na primeira fase da Copa Rio, a Cabofriense passou por uma drástica reformulação para a disputa do estadual deste ano. Eduardo Húngaro, que dirigiu o Botafogo na Copa Libertadores de 2014, foi o escolhido para assumir o cargo de treinador. Além disso, a direção do clube decidiu investir alto nas contratações e trouxe 21 novos jogadores. Entre as caras mais conhecidas, estão a do goleiro Andrey, ex-Botafogo, o zagueiro Leandro Euzébio, bicampeão brasileiro pelo Fluminense, e o meia Carlinhos, que teve uma passagem de destaque pelo Madureira e defendeu o Paysandu na última Série B do Brasileiro. Além disso, o Tricolor Praiano vai apostar em jovens das categorias de base, principalmente no atacante Abner, de 20 anos, que anotou 20 gols no último estadual de juniores e foi titular da equipe principal na última Copa Rio. O time de Cabo Frio vai mandar os seus jogos no Estádio Alair Corrêa, em Cabo Frio.
Como de costume, o Friburguense vai para o Campeonato Carioca com a mesma cara que teve nas últimas temporadas - com os infindáveis Cadão (que está com 44 anos), Bidu, Sergio Gomes, Ziquinha e companhia. Até por isso, o número de contratações é pequeno: apenas seis reforços. O grande destaque certamente é Bernardo Ribeiro, meia de 26 anos revelado nas categorias de base do Flamengo e que esteve aventurando-se no futebol da Albânia e Austrália. Além disso, claro, a aposta está nas categorias de base, já que três garotos dos juniores serão integrados ao elenco principal pela primeira vez. Nomes como o do atacante Lohan e do meia João Pedro podem surpreender. Técnico do clube nos últimos cinco estaduais, Gerson Andreotti tem o objetivo de fazer diferente das temporadas recentes, quando o Friburguense não passou de um coadjuvante e falhou na busca por uma vaga na Série D do Brasileirão.
Rebaixado na Série B do Brasileiro do ano passado, o Macaé vem de um fracasso que ainda não foi cicatrizado. Daquele elenco, ficaram apenas peças pontuais - o zagueiro Thiago Cardoso, o meia Marquinho e o atacante Pipico são algumas delas. A grande maioria foi embora. Por isso, o time do técnico Toninho Andrade precisou ir ao mercado contratar, ao todo, 15 reforços. Ninguém de renome, mas o lateral-esquerdo Ebert (ex-Internacional), o volante Fabrício Baiano (do Coritiba) e o atacante Yago (do Vasco) merecem destaque. Difícil vai ser conseguir superar a campanha do ano passado, quando fez frente aos grandes - venceu o Fluminense, por exemplo - e bateu uma série de recordes pessoais, como o de maior número de pontos conquistados, maior sequência de vitórias e de invencibilidade. O Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, o Moacyrzão, é a casa do clube.
O Madureira chega na disputa do Carioca disposto a apagar a última impressão deixada na temporada passada. Após ser a sensação do estadual 2015, onde por pouco não chegou ás seminais e ainda faturou o título da Taça Rio, o Tricolor amargou um rebaixamento incontestável para a Série D do Brasileirão e ainda foi eliminado precocemente da Copa Rio. Agora, sob a direção de Alfredo Sampaio - que levou o clube à finalíssima do estadual em 2006, contra o Botafogo -, o time suburbano vem repleto de novidades. A lista de 10 reforços conta, por exemplo, com o lateral-esquerdo Gerley, ex-Palmeiras e Bahia; o meia Jeferson, emprestado pelo Vasco; e o grande nome da equipe para 2016: o atacante Souza "Caveirão", ex-Flamengo e Corinthians, e que, aos 33 anos, retorna para onde deu os primeiros passos na carreira. Dos poucos remanescentes de 2015, o volante Ryan, o meia Arthur Faria e o atacante João Carlos também surgem como apostas. O clube irá mandar os jogos no Estádio Conselheiro Galvão.
De volta à elite do Campeonato Carioca após 10 anos, a Portuguesa da Ilha decidiu investir pesado na montagem do elenco para celebrar o retorno ao primeiro escalão do futebol do Rio. No comando, o time terá Gaúcho, ex-Vasco e que, aos 62 anos, tem diversas passagens por clubes do estado - como o Americano, onde chegou ao vice-campeonato do estadual em 2002. Além disso, a direção do clube reformulou grande parte do elenco em relação à temporada passada e contratou 13 reforços. Entre eles, o experiente goleiro Márcio, ex-São Paulo e Grêmio; o zagueiro Fernando, formado na base do Flamengo; o meia Eberson, ex-Macaé; e o atacante Henrique Dias, com passagens por Paraná e Coritiba. Do grupo que conquistou o acesso em 2015, a Lusa manteve figuras importantes, casos do zagueiro Pessanha e dos atacantes Bruno Andrade e Allan, artilheiro da última Série B do Rio com 20 gols. O clube vai mandar os seus jogos no Estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador.
Bicampeão da Copa Rio, o Resende chega como uma das equipes de menor investimento com mais força para beliscar uma vaga na segunda fase. O clube quer apagar as últimas duas campanhas ruins que fez no estadual e voltar a brigar na parte de cima da tabela, como fazia desde que retornou à elite do futebol carioca, em 2008. A preparação começou cedo, em meados de dezembro. Elenco e comissão técnica fizeram pré-temporada em Sorocaba, no interior de São Paulo, nas mesmas instalações usadas pela seleção da Argélia na Copa do Mundo de 2014. O ponto forte do grupo comandado pelo técnico Aílton Ferraz é o entrosamento. Há várias temporadas no clube, o goleiro Arthur, o zagueiro Marcelinho, os laterais Kim e Muriel, os volantes Leo Silva e Iuri Pimentel e o meia Marcel estão acostumados a jogar juntos. É Marcel que carrega a responsabilidade de ser o maestro do time. Tem a faixa e a 10 e é pelos pés dele que passam as melhores jogadas de ataque. Quem busca se encaixar neste time é o recém-contratado Jorge Baez, meio-campo paraguaio vice-campeão da Copa Libertadores da América pelo Olímpia, em 2013. Além do Carioca, o Resende também vai disputar a Copa do Brasil este ano.
O Tigres é o Corinthians no Campeonato Carioca. Não entendeu? Explica-se: o clube de Xerém firmou um acordo com o Timão para o estadual e recebeu uma série de jogadores por empréstimo - para isso, precisou tirar a cor verde do seu escudo e substituí-la pelo preto, inclusive. São fruto dessa parceria, por exemplo, as contratações do goleiro Renan, do zagueiro Igor, do lateral-direito Lucão e até do atacante Gabriel Vasconcelos, um dos destaques do Corinthians na conquista do vice-campeonato da Copinha deste ano. Tido como um clube revelador, o Tigres não é de fazer boas campanhas. A exemplo do ano passado, quando figurou quase o tempo todo na parte de baixo da tabela e brigou para não cair. Só que desta vez o técnico é Marcelo Cabo, dono de trabalhos que receberam elogios (Tombense, Volta Redonda, Macaé e Ceará foram os últimos). O Estádio Los Larios é a casa do time.
Vinícius Pacheco, ex-Flamengo e Grêmio, e Lopes Tigrão, artilheiro da Libertadores da América pelo Palmeiras, em 2001, foram os nomes escolhidos pela diretoria para conduzir o restante do elenco no estadual. Formado por muitos jovens e com investimento mais modesto do que em outras temporadas, o grupo teve como principal reforço a chegada do técnico Felipe Surian, conhecido por bons trabalhos que fez no futebol mineiro. O elenco conta com outros nomes conhecidos no futebol carioca, como o goleiro Luis Cetin, o atacante Tiago Amaral e o lateral Pedro Rosa, que ajudou o Botafogo a retornar à elite do futebol brasileiro no ano passado. Durante a pré-temporada, o Voltaço foi vice-campeão de um torneio que disputou em Minas Gerais com Nacional de Muriaé, Tombense e Macaé. O restante da preparação foi feita em casa, nas mesmas instalações onde costumar treinar. O principal objetivo é conquistar uma vaga na Série D do Brasileirão. Para isso, precisa ser o melhor colocado entre os clubes que não estão em nenhuma das quatro divisões do futebol brasileiro.
REGULAMENTO
A primeira fase do Estadual será formada por dois grupos, com oito representantes. A disputa será cruzada, ou seja, os times da chave A enfrentam os do B, em sistema de turno. Os quatro melhores de cada grupo se classificam para a fase final. Esse octogonal dá origem ao grupo C e será disputado em sistema de todos contra todos. O melhor será declarado campeão da Taça Guanabara. Na final, são dois jogos. Caso haja empate em pontos ganhos, será o campeão carioca o time que obtiver melhor saldo de gols nos confrontos. Persistindo o empate, a decisão para os pênaltis.