Reforço do Botafogo, meia chega ao país neste sábado com desafio de alcançar êxito que Arce, Chumacero, Rudy, Gutiérrez, Saucedo, Escobar e outros não conseguiram
Damián Lizio (dir.) ao lado de Marcelo Moreno na seleção boliviana (Foto: Divulgação / Twitter) |
Neste século, Juan Carlos Arce, Alejandro Chumacero, Rudy Cardozo, Luis Gutiérrez, Mauricio Saucedo, Pablo Daniel Escobar, José Alfredo Castillo e Jefferson Gottardi foram outros bolivianos que tentaram a sorte no Brasil, mas nenhum fez sucesso. Lizio, que é companheiro de Marcelo Moreno na seleção, chega como nova esperança e candidato à camisa 10 do Botafogo. Em entrevista ao jornal La Razón, da Bolívia, o argentino naturalizado boliviano comemorou o desafio e disse que espera abrir mais portas para jogadores de seu país.
- Me sinto feliz, motivado com essa possibilidade de jogar em um futebol tão competitivo. Graças a Deus terei a chance de ser parte de um clube tão histórico do Brasil, um time que seguramente brigará pelo título. Vou com o sonho de seguir crescendo e fortalecendo minha carreira. (...) Se presentou esta opção e tem que aproveitá-la, não é fácil um jogador da Bolívia ir para o futebol brasileiro, é uma porta importante que se abre e fico orgulhoso que seja eu quem pode saltar para uma liga tão competitiva. Tomara que outros jogadores do Bolívar e do país também tenham essa oportunidade - citou o meia, que já jogou na Argentina, Chile, Espanha, Chipre e Kuwait.
Lizio chega ao Botafogo com opção de compra após o empréstimo - ele tem contrato com o Bolívar até 2019 -, e chega neste sábado ao Rio de Janeiro para fazer exames médicos. No Alvinegro, ele vai encontrar outros dois gringos: o zagueiro argentino Joel Carli e o volante Pedro Larrea, dupla que já se apresentou ao clube, mas por enquanto só o primeiro foi anunciado oficialmente - Larrea está envolvido em uma disputa judicial com seu ex-time, a LDU de Loja. A diretoria segue monitorando o mercado sul-americano, e a imprensa argentina noticiou nos últimos dias uma suposta investida em Nacho Fernández, do Gimnasia La Plata, mas o vice-presidente de futebol botafoguense, Antônio Carlos Azeredo, negou o interesse.
Relembre outros bolivianos que não vingaram no Brasil:
Carlos Jiménez em matéria da Revista Placar no dia de sua chegada ao Coritiba (Foto:Reprodução/Placar) |
Carlos Aragonés (1981): o meia chamou a atenção do Palmeiras após marcar dois gols pela Bolívia no Brasil durante as eliminatórias da Copa de 1982. Ficou cerca de três anos no Palestra Itália, mas foi apenas regular, disputando 113 partidas e marcando 10 gols. Depois, acertou com o Coritiba, onde fez apenas seis jogos e foi reserva na campanha do título brasileiro de 1985.
Mauricio Ramos (1994): o meia foi contratado pelo Cruzeiro após disputar a Copa do Mundo de 94, nos Estados Unidos, mas jogou pouco no Brasil. Ele sofreu uma grave lesão no joelho que o afastou dos campos por quase 14 meses, encerrando o seu breve ciclo na Raposa.
Jefferson Gottardi (2001): o atacante também atuou pouco no país. Filho de Antônio Gottardi, brasileiro que jogou no Oriente Petrolero, da Bolívia, ele chegou ao Goiás em 2001, mas não ganhou muitas chances com o técnico Lori Sandri. No mesmo ano foi forçado a se aposentar devido a problemas de saúde que comprometiam sua visão, fala e função motora - morreu decorrente de um ataque cardíaco em 2003.
Juan Carlos Arce fez 34 jogos pelo Corinthians e marcou cinco gols (Foto: GloboEsporte.com) |
José Castillo (2008): outro boliviano que surgiu no Brasil nessa época foi Castillo, pelo Atlético-MG. O atacante foi contratado como reforço de peso, mas só se firmou como titular na reta final do Brasileirão. Pelo Galo, disputou 21 partidas e balançou a rede três vezes. Apesar de sua vontade de seguir no clube, foi dispensado ao final da temporada.
Pablo Escobar (2008): meia-atacante paraguaio naturalizado boliviano, o jogador despertou mais a atenção no Brasil por ter o mesmo nome de um conhecido narcotraficante da Colômbia. Em se tratando de futebol, não teve a mesma fama do homônimo, mas foi quem mais rodou no país, especialmente no interior de São Paulo: passou por Ipatinga, Santo André, Mirassol, Ponte Preta e Botafogo de Ribeirão Preto entre 2008 e 2011.
Maurício Saucedo (2012): o meia é mais um exemplo de contratação de clubes brasileiros após vestir a camisa da seleção de seu país. O clube que fez a aposta foi o Bragantino, mas não se deu bem. O jogador sofreu uma lesão na coxa direita, ficou a maior parte do tempo no departamento médico e disputou somente quatro jogos.
Chumacero chegou com pompas, mas não foi bem (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press) |
Alejandro Chumacero (2013): o volante foi contratado pelo Sport com status de ídolo após ser convocado pela seleção principal com só 22 anos. Só que na Ilha do Retiro ele não se firmou, defendeu a equipe em somente cinco jogos e acabou dispensado após seis meses no clube.
Rudy Cardozo (2015): o meia Rudy Cardozo foi o caso mais recente de um boliviano no futebol brasileiro, mas foi mais um que não se fez. Contratado pela Portuguesa para a disputa do Paulistão, teve pouco espaço com o técnico Aílton Silva e entrou em campo só sete vezes, sem nenhum gol marcado.
Por Thiago Lima Rio de Janeiro/GE
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