Protagonista em 2015, atacante sofre para recuperar titularidade após lesão. Empresário diz ter conversas iniciais com europeus: "As coisas estão caminhando"
Os desejos profissionais de ano novo ainda não se realizaram para Neilton. O que era para ser o ano da afirmação por enquanto é de poucos jogos, raros gols e incerteza. Um dos protagonistas da conquista da Série B, o atacante ainda não conseguiu repetir em 2016 as boas atuações da temporada passada. Diante de lesão em janeiro, Neilton perdeu espaço e vem atuando pouco. Reserva, ele ainda não jogou sequer uma partida completa neste ano.
Na temporada, foram 11 jogos. Desses, apenas dois como titular, contra Boavista e Coruripe, quando Ricardo Gomes optou por times mistos. Foram 381 minutos em campo, média de 34 minutos em cada uma das 11 disputadas. O gols rarearam. No Carioca, Neilton marcou apenas um, em cobrança de pênalti, contra a Cabofriense. Pouco para quem era uma das apostas de liderança técnica para a temporada.
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| Neilton ainda não completou uma partida inteira em 2016 (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo) |
Segundo maior salário do elenco, atrás apenas de Jefferson, a atual situação não estava nos planos quando ele bateu o pé para ter seu empréstimo renovado por mais um ano. Sem espaço no Cruzeiro, Neilton ficou no Botafogo para ter sequência e jogar com frequência, o que não está acontecendo.
A situação chateia, mas Neilton respeita a decisão e não cria problemas para não atrapalhar o bom ambiente. A ideia é reconquistar em campo o espaço perdido. Mas ele quer jogar. No último sábado, o atacante fez um post enigmático, em uma rede social, mas apagou logo depois.
- As pessoas corajosas vivem sem medo de errar, levam tombos, se levantam, brigam com os dias e ao final se consagram vencedoras - postou Neilton.
Conversa com portugueses
O problema é que Neilton tem tido pouco tempo para mostrar futebol. No domingo, contra o Bangu, ele entrou em campo aos 33 minutos do segundo tempo. Quando o tempo esteve a seu lado, não aproveitou. Titular contra o Cururipe, na estreia na Copa do Brasil, Neilton teve atuação apagada e foi substituído na etapa final.
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| Boas atuações na Série B levaram o Botafogo a renovar com Neilton (Foto: Satiro Sodré / SSpress) |
Enquanto isso, as pessoas que gerenciam a carreira do atacante estão atentas. Se antes a prioridade era o Botafogo, a possibilidade de uma transferência, hoje, já é analisada com outros olhos.
- Conversas e interesses existem. As coisas estão caminhando. Fomos procurados por clubes de Portugal e Espanha. O clube português acompanha o Neilton desde o Santos. Ainda estamos conversando e temos uma situação para o Neilton no meio do ano. Viajo no próximo mês à Europa, mas é muito prematuro, precisamos conversar com o Botafogo. A prioridade dele sempre foi o Botafogo. Mas é claro que, com ele nessa situação (reserva), chegando uma proposta da Europa, podemos negociá-lo - frisou o empresário do atacante, Hamilton Bernard.
Emprestado ao Botafogo até dezembro, o clube carioca receberia 10% de direito de vitrine em uma eventual negociação para o exterior. O Alvinegro arca com aproximadamente 65% do salário do atacante. Os 35% demais cabem ao Cruzeiro, com quem Neilton tem contrato até o fim de 2018. Com o Botafogo, o vínculo vai até dezembro.
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| Ricardo Gomes: lesão atrapalhou o início de ano de Neilton (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo) |
Lesão atrapalhou
Neilton foi prejudicado por uma lesão muscular logo na primeira semana de treinos em Domingos Martins, na pré-temporada do Botafogo no Espírito Santo. Pouco antes do retorno aos gramados, ele foi diagnosticado com um desequilíbrio muscular nas coxas, o que o afastou dos gramados até a 5ª rodada do Carioca.
- Ele teve uma lesão na pré-temporada. É complicado. Juntando as férias com a lesão, ele ficou sem jogar por oito, nove semanas. Por isso a falta de ritmo. E ele está pagando por isso. Mas isso é uma coisa que será resolvida ao longo do ano - lamentou Ricardo Gomes.
Outro fator que tirou espaço de Neilton foi o acerto com Salgueiro. Contratado com status de titular, o uruguaio, que vem atuando como segundo atacante, encaixou bem no time. Além da qualidade, Ricardo Gomes entende que a experiência de Salgueiro é importante para ajudar os mais jovens no ataque.
Fonte: GE/Por Marcelo Baltar/Rio de Janeiro
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