Em busca do título inédito, Alvinegro já superou ganhadores de 10 conquistas só nesta edição do torneio e garantiu vaga nas oitavas de final com uma rodada de antecedência no grupo da morte
"Aqui não"! Seja na brincadeira ou falando grosso, a expressão usada pelos jogadores simbolizam o Botafogo nesta Libertadores. Um verdadeiro exterminador de campeões. Só nesta edição do torneio, o Alvinegro venceu todos os conquistadores da América do Sul que apareceram em sua reta: o chileno Colo-Colo, o paraguaio Olimpia, o argentino Estudiantes e o colombiano Atlético Nacional, atual detentor do título, que juntos somam 10 taças. Curiosamente, o único adversário que o time de Jair Ventura não conseguiu superar foi o equatoriano Barcelona de Guayaquil, que bateu na trave em duas finais.
Jogadores comemoram a classificação para as oitavas de final (Foto: André Durão)
De desacreditado a classificado para as oitavas de final com uma rodada de antecedência no grupo da morte, tendo ainda passado pela Pré-Libertadores. O Botafogo mantém vivo o sonho do título inédito com uma receita de cinco ingredientes que vem dando muito certo:
TIME COPEIRO
Jair Ventura costuma classificar o Botafogo como time de operários. O que é verdade, não há um medalhão como tem em outros clubes que disputaram a fase de grupos: Guerrero e Diego (Flamengo); Fred e Robinho (Atlético-MG); Felipe Melo e Borja (Palmeiras); Renato e Lucas Lima (Santos); Lucho González e Carlos Alberto (Atlético-PR)... Mas na base da intensidade, o Alvinegro aprendeu a ser copeiro, com marcação compacta, povoando o meio de campo, explorando os contra-ataques e respondendo catimba sem cair em provocação.
RESERVAS DE LUXO
O elenco do Botafogo é deficitário, faltam peças de reposição, mas o banco teve grande parcela de êxito nesta trajetória até aqui na Libertadores. Por causa das muitas lesões que o plantel vem sofrendo desde a temporada passada, até pelo nível de intensidade das atuações (110%, segundo Jair), o técnico só conseguiu uma vez repetir a escalação no torneio: nos dois jogos fora de casa contra Atlético Nacional e Barcelona de Guayaquil. Mas quem entrou deu conta do recado: Guilherme marcou sobre o Atlético Nacional; Igor Rabello tirou tudo; Sassá construiu a jogada da vitória em cima do Estudiantes; Gatito (na época reserva) entrou para defender três pênaltis diante do Olimpia; Lindoso deu assistência para Pimpão...
ESTRELA DE PIMPÃO
E por falar no atacante... Não é que a estrela dele está brilhando logo na primeira vez que ele participa da Libertadores? Contando só jogos oficiais, o atacante marcou todos os seus gols no torneio, todos decisivos: o gol do empate por 1 a 1 com o Colo-Colo no Chile; o de bicicleta no 1 a 0 sobre o Olimpia no Nilton Santos; o da vitória por 2 a 1 sobre o Estudiantes, novamente em casa; e o do triunfo por 1 a 0 sobre o Atlético Nacional na última quinta-feira. Além disso, ele teve participação crucial no gol-contra de Pavez no 2 a 1 sobre o Colo-Colo.
FATOR TORCIDA
Os alvinegros têm feito a sua parte. Na Libertadores, o Botafogo não jogou para menos de 29 mil pessoas no Nilton Santos: foram 38.357 na estreia contra o Colo-Colo; 29.514 diante do Olimpia; 30.107 no duelo com o Estudiantes; 34.034 contra o Barcelona de Guayaquil; e 33.317 diante do Atlético Nacional. A postura da torcida de apoio irrestrito arrepia os jogadores, intimida os adversários e empurra o time em campo. Sem contar na festa com mosaico que vem se transformando em tradição no torneio: só nesta edição foram três.
RECOMPENSA
Um dos segredos motivacionais da equipe passa pelo fator financeiro. A receita é a mesma do ano passado: a aposta no tradicional "bicho", recompensa dada em dinheiro por vitórias no futebol, que já havia voltado com toda força a General Severiano na reta final do último Campeonato Brasileiro. Na época, as premiações chegavam na casa dos R$ 200 mil para dividir entre jogadores relacionados e comissão técnica. Na Libertadores, os valores são ainda maiores. Em acordo com o elenco, a diretoria separa metade do que recebe da Conmebol e usa como bonificações por metas, como agora com a classificação às oitavas.
Fonte: GE/Por Felippe Costa, Marcelo Baltar e Thiago Lima, Rio de Janeiro
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