Goleiro botafoguense fala em entrevista ao Esporte Espetacular sobre sua contusão, as cirurgias e sobre seu iminente retorno
Jefferson, goleiro do botafogo, desabafa após quase 1 ano parado por lesão
Depois de mais de um ano sem jogar em virtude de uma contusão no braço esquerdo, Jefferson se prepara para voltar aos gramados em junho. O goleiro conversou com o Esporte Espetacular sobre a contusão, as duas cirurgias e suas angústias no período que estava machucado. O alvinegro de 34 anos revelou que ainda pensa em voltar a defender a seleção e também afirmou que não se incomodaria de retornar no banco de reservas do Botafogo. (clique no vídeo abaixo e veja a reportagem de Edson Vianna)
Todo dia Jefferson acorda e se depara com a bela paisagem da praia de Icaraí em Niterói. Apesar da vista convidativa ao relaxamento, tudo o que o goleiro quer depois de tanto tempo parado é trabalhar. O goleiro se prepara para voltar aos gramados em breve, mas o primeiro passo é reconquistar o gol alvinegro. Afinal como será que o goleiro lida com a possibilidade de ter que sentar no banco do Botafogo no seu recomeço?
- Futebol não se joga pela história, futebol é momento. Eu penso nisso, o jogador que tiver melhor no momento vai jogar. Se tiver que ir para o banco, eu vou para o banco. Quero ajudar. Não sou esse tipo de pessoa que força uma posição por status não.
Jefferson concedeu entrevista na praia de Icaraí, Niterói (Foto: Carol Andrade)
Além da ausência da equipe alvinegra a contusão fez com que Jefferson ficasse ainda mais longe da Seleção. Depois de ficar sem espaço com Dunga, perdeu a chance de ter um novo começo quando Tite assumiu a amarelinha e isso o incomodou demais.
- Quando eu machuquei houve a mudança de treinador. Eu sempre soube que o Tite, grande treinador, gostava do meu trabalho, do meu jogo. Eu sabia que eu tinha oportunidade com o Tite. Ali foi realmente que me doeu mais, saber que eu estava lesionado e não poderia ter oportunidade na seleção. Isso me doeu bastante. Respeito muito e gosto do trabalho do Tite. Sei que se eu voltar bem tenho condições de estar na Seleção.
Na reta final da preparação, o plano do goleiro é recomeçar a caminhada em junho. E a cicatriz vai ser apenas uma lembrança de mais uma vitória que ele conseguiu com o braço esquerdo.
Estou na reta final. O pior já ficou pra trás. Hoje estou com a cabeça boa e estou bem fisicamente. Tá zerado. Agora é só pegar forte aí nos treinamentos. Mais animado, mais fortalecido. Com certeza eu volto aos 34 anos, mas com juventude de uns 20 anos.
Jefferson volta em breve ao gol do Botafogo (Foto: Carol Andrade)
A pior fase da carreira do goleiro começou em 12 de maio de 2016 contra o Juazeirense pela Copa do Brasil, quando jogou todo o primeiro tempo com uma dor no braço esquerdo.
- Essa lesão não foi causada naquele jogo, ela já vinha com o desgaste durante a carreira. O doutor me disse assim: “Jefferson, seu cotovelo estava como um pneu careca, qualquer hora ia furar.”
E furou aos dez minutos do segundo tempo. Quando ele não aguentava mais a dor que era provocada por uma ruptura no tendão do tríceps. A primeira cirurgia foi feita em maio de 2016, pelo então médico do clube Luiz Fernando Medeiros. Mas quando ele voltou a treinar, a dor não passava.
- A primeira cirurgia que eu fiz foi me dado o prazo de três meses. Eu entrei na cirurgia sabendo que três meses passam rápido. Três meses pra poder jogar, né? Estava me apegando a esse prazo. Mas depois da cirurgia eu não estava tendo evolução, não conseguia fazer meu trabalho, ia para o campo e doía. Doía muito.
Jefferson na praia em Icaraí (Foto: Carol Andrade)
Ele tomou então a decisão de ouvir uma segunda opinião e para resolver o problema começar tudo de novo.
- Eu procurei um especialista em cotovelo e ombro. Doutor Márcio Shieber. Aí fizemos o exame e ele me explicou que a lesão ainda estava lá. Aí que me assustou e eu falei: “Como assim? A lesão tá aí.” Aí chamei todo mundo, presidente, empresário. E foi batido o martelo que eu deveria fazer a segunda cirurgia.
E o ídolo alvinegro que recebeu homenagens como essa ao longo dos 429 jogos com a camisa do Botafogo que tem 70 convocações pra seleção brasileira. De repente, se viu jogado numa nova vida.
- O mais triste era você ver os companheiros saindo pra jogar. Você ir ao jogo, ver aquela atmosfera e não poder estar dentro de campo né? Isso que era mais frustrante.
No dia 24 de novembro o teste de paciência recomeçou e o único lado bom de ficar longe do time foi estar mais perto das filhas.
- Fiquei três meses só esperando cicatrizar. Por outro lado foi muito bom porque eu sempre levava minhas filhas para a escola. Fico em casa todos os dias à noite.
E agora ele só pensa em voltar a jogar.
Jefferson ainda sonha com a seleção (Foto: reprodução TV Globo)
Fonte: GE/Por Esporte Espetacular, GloboEsporte.com, Rio de Janeiro, RJ
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