Um dos poucos remanescentes da Série B no atual elenco, ex-meia se firma como primeiro volante e capricha na saída de bola: 92,3% de acerto de passes no Brasileirão
Rodrigo Lindoso renovou na semana passada por mais dois anos (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo)
Jogador discreto, que não aparece tanto para a torcida, Rodrigo Lindoso pode dizer que conhece bem o Botafogo. Nos seus dois anos no clube, roeu o osso na Série B, vivenciou a ascensão na Série A e agora saboreia o "filé mignon" da Libertadores.
Um dos jogadores com mais tempo de clube no atual elenco, Lindoso renovou na semana passada por mais dois anos. O novo vínculo vai até dezembro de 2018. Ele será poupado contra o Atlético-GO, no domingo.
- Foi bom. Dá tranquilidade. Mas, é claro, traz mais responsabilidade. Como já venho desde 2015, é a minha segunda renovação. Isso faz parte do belo trabalho que eu venho fazendo e da minha dedicação ao clube. Seguiu tudo como eu planejava - disse o jogador.
Com 90 jogos e sete gols pelo Botafogo na bagagem, Lindoso, hoje, é um dos líderes do elenco. Não uma liderança de muitas palavras e cobranças, mas sim algo exercido no dia a dia, por quem é próximo de todo o grupo.
- Já vivi muita coisa. O Jair já me deu a faixa de capitão quando o Carli e o Jefferson não estão. Isso é bom, uma responsabilidade que gosto. Sinto que tenho uma parcela de importância. Mas aqui tem jogador que chegou há pouco e tem a última palavra. Não tem vaidade. Nosso capitão Jefferson, que é um ídolo do clube, não tem vaidade. Então o grupo em si é o mais importante - elogiou.
Lindoso alternou entre titulares e banco no início da temporada, mas firmou-se na equipe principal após a lesão de Airton. Desde então vem se destacando pela eficiência nos passes. No Brasileiro, ele tem 92,3% de acerto.
- É importante, até pela minha origem de meia. O meia, o camisa 10, tem que ter um passe mais apurado, saber o momento certo, a força... Então quando você recua, essa característica acaba te ajudando. Hoje em dia, mesmo ali atrás, os atacantes pressionam a saída de bola, mas é diferente. Acho que esse meu papel é importante para a equipe. Fico feliz. Tanto o passe curto, quanto o mais longo, é a minha principal característica como jogador
Rodrigo Lindoso marcou contra o Sport, na última segunda-feira (Foto: André Durão)
Confira outros trechos da entrevista.
Gol diante do Sport
Quando você trabalha e se dedica, as coisas tendem a acontecer. Aconteceu essa situação de renovação, e no jogo seguinte marquei um gol, ajudei a equipe. Quero aproveitar esse momento. A gente sabe que no futebol tudo muda rápido. Quero manter essa boa fase por mais tempo o possível.
Boa fase ajudou na renovação?
Sem dúvida. Costumo dizer que o atleta, quando joga poucos minutos, é muito complicado para mostrar o trabalho. No início do ano joguei alguns jogos e outros não. Agora estou tendo uma sequência muito boa, apesar de cansativa pela quantidade de jogos. Isso me dá confiança.
Imune a lesões?
Sempre tive o histórico de poucas lesões. Sei que estamos sujeitos a isso. No início do ano o pessoal da preparação física e o departamento médico levou muitas pancadas. Mas a culpa nunca foi deles. Creio que isso é o acaso do futebol, outros clubes também têm quatro ou cinco jogadores machucados.
Ficou um foco no Botafogo. Um dos fatores que influenciam o fato de eu não machucar é justamente a preparação. É de se elogiar o pessoal da fisiologia e da preparação física, que pouco aparece. Mas eles têm uma importância muito grande na nossa recuperação.
Apresentado ao lado de Serginho em 2015, Lindoso chegou sem badalação. Hoje, é um dos jogadores mais antigos do elenco (Foto: Marcelo Baltar / GloboEsporte.com)
Hora do filé
O Neilton, que é meu amigo particular, foi especulado no Botafogo antes de ir para o Vitória. Brinquei com ele. “Você roeu osso aqui com a gente. Vem para cá para o filé”. Eu venho desde 2015, no início da recuperação do Botafogo. Saímos da Série B, voltamos para a Série A e logo em seguida a Libertadores. Vivemos um bom momento e temos que prolongar isso. Não sabemos até quando vai durar. Temos que manter os pés no chão e tentar manter esse bom momento
O que vai acontece no final do ano?
Temos um grupo muito bom. Acho que a gente merece um título. Estamos fazendo por merecer.
Com a filha Valentina na assinatura da renovação de contrato (Foto: Divulgação)
Paixão pela filha
Fico doido para chegar em casa, ver minha filha (Valentina, de 1 ano), quando volto das viagens. Até pela idade dela. Ela é a coisa mais importante da minha vida. É claro que a gente tem nossa profissão, mas a filha é a minha vida. Tudo o que eu faço é para ela.
Fonte: GE/Por Marcelo Baltar, Rio de Janeiro
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