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sábado, 16 de dezembro de 2017

Troca de perfil, novo cargo... As mudanças no comando do futebol do Botafogo 2018


Bastidores das saídas de Cacá e Antônio Lopes têm perda de influência interna, reestruturação a partir do novo CT, busca por executivo e incógnita sobre negociações em andamento






O futebol do Botafogo passa por mudanças para 2018 antes mesmo da virada do ano. A ideia da diretoria era não criar alardes e anunciar as alterações do departamento só na troca de presidentes, no dia 2 de janeiro. Mas o vice de futebol Antônio Carlos Azeredo, o Cacá, já deixou o cargo na última sexta-feira, e a notícia vazou. O próximo a sair será o gerente Antônio Lopes. Mas a reestruturação não se resume à simples substituição de nomes. O GloboEsporte.com apresenta os bastidores da reformulação alvinegra:

Cacá perde força


Há quase três anos, o dirigente acumulava a vice-presidência de remo e futebol e era muito respeitado no elenco como o homem forte do "bicho". Mas começou a perder o vestiário quando divulgou precipitadamente a renovação com Luis Ricardo, que não foi assinada pelo presidente.



Cacá era muito respeitado no elenco, mas foi perdendo força aos poucos (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


O episódio pegou mal não só com os jogadores, mas também entre dirigentes. Assim como a reunião de torcedores com o elenco no treino após a eliminação na Copa do Brasil. Na ocaisão, foi Cacá quem autorizou a entrada dos alvinegros e acabou levando uma chamada interna. No início do ano, a briga com a "Elenko Sports" quando tentou Lucca e William Pottker também desgastou, e foi preciso uma reconciliação com o grupo de empresários.


Lopes desprestigiado

O gerente sempre foi o homem de confiança de Carlos Eduardo Pereira. Mesmo nos momentos de crise, quando foi mais questionado, o presidente sempre bateu o pé e garantiu Lopes até o fim de seu mandato. Promessa cumprida. Lopes não terá seu contrato renovado, mas não será demitido.


Muito de sua influência e respeito com CEP vem da construção do time na Série B, quando encontrou o clube aos destroços, com apenas oito atletas no elenco. Entre erros e acertos, Lopes montou times que conseguiram bons resultados, apesar de poucos recursos financeiros.



Lopes perdeu força interna com a mudança de presidentes (Foto: Satiro Sodre/SSPress/Botafogo)


Lopes sempre foi protegido pelo presidente, mas em General Severiano seu trabalho nunca foi unanimidade. Com Nelson Muffarej, por exemplo, o dirigente já não goza do mesmo prestígio, e seu contrato no fim não será renovado justamente na troca de comando do clube.


Novos vice e perfil

Diretor jurídico, Gustavo Noronha assumirá o cargo deixado por Cacá Azeredo. Embora no papel sua função seja mais administrativa, ele já colabora ativamente na busca por reforços desde o início da gestão de Carlos Eduardo Pereira. Foi o dirigente, por exemplo, que negociou as contratações de jogadores como Montillo, Carli e Leo Valencia, entre outros estrangeiros.



Noronha é ativo no clube e negocia principalmente com gringos (Foto: Vitor Silva/SSpress/Botafogo)


A troca muda também o perfil da vice-presidência: Cacá tem mais idade e é empresário, dono de uma empresa de turismo e tem um temperamento mais explosivo. O que lhe causou alguns problemas com empresários. Já Noronha é advogado, de 41 anos, sócio de um escritório de advocacia, domina outras línguas, tem muitos contatos fora do Brasil e mais trato nas relações profissionais. Conta, inclusive, com a admiração da oposição política do clube.


Diretor executivo ou ex-treinador?

Lopes é remunerado, o único com salário no comando do departamento de futebol, assim como será o seu sucessor. Mas há a dúvida interna se mantém o perfil de ex-treinador ou aposta em um diretor executivo com mais experiência na função.



Paulo Autuori está livre no mercado, mas questão salarial pesa contra o ex-técnico (Foto: Monique Silva)


O primeiro alvo foi Paulo Autuori, técnico campeão brasileiro com o Botafogo em 1995. Os contatos começaram pelo ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, mas as tratativas esfriaram porque ele se recusou a negociar com Lopes empregado. Mas a questão salarial, que o afastou recentemente do Fluminense, é um entrave. Campeão carioca em 89, Valdir Espinosa também entrou na pauta, assim como Ricardo Gomes.



Felipe Ximenes trabalhou no Goiás até o ano passado e também está livre (Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás E.C.)


Se a decisão for por um perfil mais executivo, são muitos os nomes em pauta. O que surgiu com mais força foi o de Paulo Angioni (ex-Vasco). Felipe Ximenes, ex-Flamengo e Fluminense, foi um dos primeiros ventilados, mas, por ora, corre por fora. Anderson Barros, que já passou pelo Botafogo e pode perder força no Vasco com uma possível saída de Eurico Miranda; além de Rui Costa (Chapecoense), Alexandre Farias (Sport) e Paulo Angioni (ex-Vasco). André Brasl (ex-Coritiba) foi oferecido nesta sexta a Mufarrej. Livres no mercado, Ximenes e Angioni garantiram não ter sido procurados.


Novo cargo com CT


Outra novidade que a diretoria planeja é criar um cargo a partir da mudança para o centro de treinamento, em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com o CT, o Botafogo poderá aumentar a integração do profissional com a base, e a ideia é ter alguém responsável por essa unificação. Tanto na administração quanto nos contratos com as revelações do clube.



Renha, à direita de CEP, foi elo para CT e é unanimidade no clube (Foto: Vitor Silva/SSpress/Botafogo)


O favorito para a função é Manoel Renha, que já é diretor da base e tem grande prestígio internamente. Foi ele, por exemplo, o principal elo com os Irmãos Moreira Salles na aquisição do CT. O dirigente faz parte do Conselho Diretor do clube, responsável por indicações de contratações. E desde que Lopes perdeu Emerson Santos para o Palmeiras, ele assumiu a responsabilidade para negociar as renovações de contratos com os garotos.


Incógnita sobre negociações

O principal motivo para efetivar as mudanças após a virada do ano era o mercado. Cacá já não vinha participando tanto na linha de frente, mas Lopes tem várias conversas em andamento com empresários, entre eles Hércules Junior, agente do atacante Rony, que está perto de ser o primeiro reforço para 2018.


A ideia é que o gerente, que até essa sexta-feira ainda não havia sido comunicado do desligamento, continue trabalhando até o fim do mês, pois sua saída imediata pode atrapalhar as negociações.


Fonte: GE/Por Felippe Costa, Marcelo Baltar e Thiago Lima, Rio de Janeiro

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