Há vida na bola aérea defensiva sem Carli? Valencia rende melhor como apoiador ou como ponta? Marcos Vinícius merece chance de titular? Trio de atacantes ou dupla de meias para propor o jogo?
A Suderj informou a substituição no Botafogo na virada do ano: saiu o jogo reativo, de Ricardo Gomes e Jair Ventura, entrou o proposto. Só que uma mudança radical de estilo assim não é como um simples apertar de botão. Felipe Conceição falhou ao tentar implementar um modelo mais ofensivo, e agora é Alberto Valentim quem assumiu a missão.
Melhores momentos de Flamengo 1 x 0 Botafogo pelo Campeonato Carioca
Nas primeiras 10 partidas da temporada, foram quatro vitórias, três empates e três derrotas – a última no sábado, 1 a 0 para o Flamengo no Nilton Santos (veja os lances no vídeo acima). O time está evoluindo, como disse Valentim após o clássico? Sem dúvida. Boas atuações estão cada vez mais frequentes, mas ainda falta ser efetivo. E o Alvinegro versão 2018 convive com interrogações.
DEFESA
Defesa do Botafogo segue sofrendo com a bola aérea, seu antigo fantasma (Foto: André Durão)
Há vida na bola parada sem Carli?
Essa é a pergunta que todo alvinegro se faz após ver mais um resultado negativo vindo pelo alto. A defesa foi vazada 10 vezes até agora, média de um gol por jogo, mas seis deles saíram de bolas aéreas. Desde Felipe Conceição que Marcelo e Igor Rabello viraram a dupla de zaga titular e têm se saído bem por baixo. Mas quando o assunto é chuveirinho, o argentino de 1,91 m faz falta.
Yago chega para ser titular?
Um dos dois últimos reforços contratados pelo clube para o Carioca, o zagueiro emprestado pelo Corinthians vai disputar posição com Igor Rabello, titular absoluto desde o ano passado.
Moisés assumiu a lateral esquerda para não sair mais do time (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
As laterais encontraram seus donos?
Também emprestado pelo Corinthians, Moisés chegou e imediatamente foi relacionado. E vem jogando muito. Lateral forte e de muita explosão, se destaca na marcação e entrou para não sair mais do time. Na direita, o habilidoso Marcinho também agradou, mas o experiente Luis Ricardo e o veloz Arnaldo, em forma, são capazes de oferecer concorrência.
Jefferson ou Gatito?
Jefferson ou Gatito?
Pergunta que todo técnico do Botafogo precisa responder desde o ano passado. Atualmente Jefferson se recupera de uma lesão no tornozelo, mas já está para voltar. Quando estiver 100%, o ídolo retorna como titular ou ficará no banco de Gatito?
MEIO CAMPO
João Paulo comemorando o gol sobre o Nacional-URU na última Libertadores (Foto: Miguel Rojo/AFP)
João Paulo deve continuar recuado?
Outro titular absoluto, o hoje capitão João Paulo é um dos líderes e destaques do time comandando a marcação defensiva da primeira linha do meio campo. Mas está atuando bem mais longe da área adversária. Será que vale a pena? O volante, que já jogou até de meia, fez três gols e deu oito assistências na temporada de 2017.
Marcelo dos Santos chega para ser titular?
Segundo dos dois mais recentes reforços contratados, o volante emprestado pelo Maccabi Tel Aviv, de Israel, chega com status de titular pela oscilação e problemas físicos de Matheus Fernandes neste início de temporada. Porém, Lindoso vem muito bem na função, fez um partidaço contra o Flamengo, com desarmes e inversões, e não será fácil tirá-lo.
Mapas de calor de Valencia (61 min) e Marcos Vinícius (37 min) no clássico (Foto: Divulgação / Footstats)
Valencia rende mais como meia ou ponta?
O chileno ainda não conseguiu se encaixar no Botafogo e vem encontrando dificuldades para ser o camisa 10, aquele jogador agudo que cria ou finaliza as jogadas. Pelo meio, Valencia tem dificuldades e naturalmente acaba caindo pelas beiradas – contra o Flamengo, apareceu muito na esquerda (veja no mapa de calor). É ainda arma nas bolas paradas, mas vem sendo vaiado.
Marcos Vinícius pode ser o 10 desse time?
Liberado pela CBF após a troca do medicamento contra a asma, o meia entrou bem no clássico: enfiou uma bola na área para Leandro Carvalho, que não alcançou, e arriscou um chute de fora que levou perigo. Enquanto Renatinho está no departamento médico, Marcos Vinícius pode muito bem assumir a atual função de Valencia. No Botafogo, ele tem média de um gol a cada 190 minutos.
ATAQUE
Kieza é o único com "vaga cativa" entre os atacantes alvinegros (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Kieza e mais quem?
Com mais mobilidade, o K-9 ganhou a vaga de Brenner como centroavante. Mas as vagas ao seu lado ainda não têm donos. Pimpão continua sendo perseguido por parte da torcida, apesar da entrega e assistências de sempre; Ezequiel até começa bem os jogos, mas oscila muito, o que é natural pela idade (19 anos); e os reforços Luiz Fernando e Leandro Carvalho ainda não disseram a que veio. O primeiro sequer foi relacionado para o clássico, e o segundo entrou muito afobado.
Três atacantes ou muda o esquema?
Segundo o scout da Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro), o Botafogo finalizou 12 vezes contra o Flamengo, mas só teve uma única chance clara de gol, em cabeçada de Marcelo que parou na defesaça de Diego Alves. O ataque "leve", com um centroavante de mobilidade e dois pontas, não se fez diante de um adversário retrancado. Mesmo com a trinca ofensiva, usada desde Felipe Conceição, a média de gols do Alvinegro é de apenas um por jogo.
Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro
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