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segunda-feira, 5 de março de 2018

Análise: Botafogo versão 2018 completa 10 jogos ainda com muitas interrogações


Há vida na bola aérea defensiva sem Carli? Valencia rende melhor como apoiador ou como ponta? Marcos Vinícius merece chance de titular? Trio de atacantes ou dupla de meias para propor o jogo?






A Suderj informou a substituição no Botafogo na virada do ano: saiu o jogo reativo, de Ricardo Gomes e Jair Ventura, entrou o proposto. Só que uma mudança radical de estilo assim não é como um simples apertar de botão. Felipe Conceição falhou ao tentar implementar um modelo mais ofensivo, e agora é Alberto Valentim quem assumiu a missão.




Melhores momentos de Flamengo 1 x 0 Botafogo pelo Campeonato Carioca


Nas primeiras 10 partidas da temporada, foram quatro vitórias, três empates e três derrotas – a última no sábado, 1 a 0 para o Flamengo no Nilton Santos (veja os lances no vídeo acima). O time está evoluindo, como disse Valentim após o clássico? Sem dúvida. Boas atuações estão cada vez mais frequentes, mas ainda falta ser efetivo. E o Alvinegro versão 2018 convive com interrogações.



DEFESA



Defesa do Botafogo segue sofrendo com a bola aérea, seu antigo fantasma (Foto: André Durão)


Há vida na bola parada sem Carli?

Essa é a pergunta que todo alvinegro se faz após ver mais um resultado negativo vindo pelo alto. A defesa foi vazada 10 vezes até agora, média de um gol por jogo, mas seis deles saíram de bolas aéreas. Desde Felipe Conceição que Marcelo e Igor Rabello viraram a dupla de zaga titular e têm se saído bem por baixo. Mas quando o assunto é chuveirinho, o argentino de 1,91 m faz falta.


Yago chega para ser titular?

Um dos dois últimos reforços contratados pelo clube para o Carioca, o zagueiro emprestado pelo Corinthians vai disputar posição com Igor Rabello, titular absoluto desde o ano passado.



Moisés assumiu a lateral esquerda para não sair mais do time (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)


As laterais encontraram seus donos?

Também emprestado pelo Corinthians, Moisés chegou e imediatamente foi relacionado. E vem jogando muito. Lateral forte e de muita explosão, se destaca na marcação e entrou para não sair mais do time. Na direita, o habilidoso Marcinho também agradou, mas o experiente Luis Ricardo e o veloz Arnaldo, em forma, são capazes de oferecer concorrência.


Jefferson ou Gatito?

Pergunta que todo técnico do Botafogo precisa responder desde o ano passado. Atualmente Jefferson se recupera de uma lesão no tornozelo, mas já está para voltar. Quando estiver 100%, o ídolo retorna como titular ou ficará no banco de Gatito?


MEIO CAMPO



João Paulo comemorando o gol sobre o Nacional-URU na última Libertadores (Foto: Miguel Rojo/AFP)



João Paulo deve continuar recuado?

Outro titular absoluto, o hoje capitão João Paulo é um dos líderes e destaques do time comandando a marcação defensiva da primeira linha do meio campo. Mas está atuando bem mais longe da área adversária. Será que vale a pena? O volante, que já jogou até de meia, fez três gols e deu oito assistências na temporada de 2017.


Marcelo dos Santos chega para ser titular?

Segundo dos dois mais recentes reforços contratados, o volante emprestado pelo Maccabi Tel Aviv, de Israel, chega com status de titular pela oscilação e problemas físicos de Matheus Fernandes neste início de temporada. Porém, Lindoso vem muito bem na função, fez um partidaço contra o Flamengo, com desarmes e inversões, e não será fácil tirá-lo.



Mapas de calor de Valencia (61 min) e Marcos Vinícius (37 min) no clássico (Foto: Divulgação / Footstats)


Valencia rende mais como meia ou ponta?

O chileno ainda não conseguiu se encaixar no Botafogo e vem encontrando dificuldades para ser o camisa 10, aquele jogador agudo que cria ou finaliza as jogadas. Pelo meio, Valencia tem dificuldades e naturalmente acaba caindo pelas beiradas – contra o Flamengo, apareceu muito na esquerda (veja no mapa de calor). É ainda arma nas bolas paradas, mas vem sendo vaiado.


Marcos Vinícius pode ser o 10 desse time?

Liberado pela CBF após a troca do medicamento contra a asma, o meia entrou bem no clássico: enfiou uma bola na área para Leandro Carvalho, que não alcançou, e arriscou um chute de fora que levou perigo. Enquanto Renatinho está no departamento médico, Marcos Vinícius pode muito bem assumir a atual função de Valencia. No Botafogo, ele tem média de um gol a cada 190 minutos.


ATAQUE


Kieza é o único com "vaga cativa" entre os atacantes alvinegros (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Kieza e mais quem?

Com mais mobilidade, o K-9 ganhou a vaga de Brenner como centroavante. Mas as vagas ao seu lado ainda não têm donos. Pimpão continua sendo perseguido por parte da torcida, apesar da entrega e assistências de sempre; Ezequiel até começa bem os jogos, mas oscila muito, o que é natural pela idade (19 anos); e os reforços Luiz Fernando e Leandro Carvalho ainda não disseram a que veio. O primeiro sequer foi relacionado para o clássico, e o segundo entrou muito afobado.


Três atacantes ou muda o esquema?

Segundo o scout da Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro), o Botafogo finalizou 12 vezes contra o Flamengo, mas só teve uma única chance clara de gol, em cabeçada de Marcelo que parou na defesaça de Diego Alves. O ataque "leve", com um centroavante de mobilidade e dois pontas, não se fez diante de um adversário retrancado. Mesmo com a trinca ofensiva, usada desde Felipe Conceição, a média de gols do Alvinegro é de apenas um por jogo.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro

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