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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Análise: Botafogo sobrevive a "risco calculado" e ganha mais confiança mesmo com derrota


Alvinegro leva 2 a 1 do Bahia fora de casa, no jogo de ida das oitavas da Sul-Americana, mas é superior com maioria de reservas. Aposta de Zé garante fôlego extra no Brasileiro e novas opções




MARCELO MALAQUIAS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO


Zé Ricardo apostou. Em meio a uma sequência de suma importância diante de concorrentes diretos na briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, e preocupado com o desgaste de seus jogadores, o técnico do Botafogo decidiu poupar a maioria da equipe. Do time que começou a partida contra o Bahia na Fonte Nova, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, apenas quatro eram tittulares: Igor Rabello, Jean, Lindoso e Leo Valencia.


Foi arriscado demais, é bem verdade, a ponto de colocar a perder a única chance de título do clube no segundo semestre. Aos 15 minutos do segundo tempo na Fonte Nova, o Alvinegro se viu atrás de um placar de 2 a 0. Se tivesse tomado mais um e saído com uma diferença de três gols para tirar no Nilton Santos, a sobrevivência no torneio ficaria por um fio. Mas sobreviveu: ao invés de sofrer outro, marcou um fora de casa, o que lhe permite jogar por 1 a 0 no Rio de Janeiro.


Melhores Momentos de Bahia 2 x 1 Botafogo pelas oitavas da Sul-Americana


Zé Ricardo não abriu mão da Sul-Americana, mas priorizou o Brasileirão neste momento e apostou suas fichas em conseguir um resultado reversível na volta, onde provavelmente entrará com força máxima. E viu o time ganhar confiança mesmo com a derrota por 2 a 1 (veja os melhores momentos no vídeo acima). O Botafogo com só quatro titulares – quando Luiz Fernando entrou, aos 17 minutos, substituiu o machucado Leo Valencia – ainda assim foi superior ao Bahia.


O Botafogo teve 19 finalizações, 10 chances claras de gol e 51% de posse de bola, contra nove, seis e 49% dos donos da casa, respectivamente. Poderia até ter vencido na Fonte Nova, aproveitando uma atuação muito ruim do Bahia, mas o desempenho em si foi o suficiente para dar moral ao time, que não vinha de boas exibições, e tende a tranquilizar os jogadores. E o "vestibular forçado" de Zé Ricardo ainda recuperou a confiança de algumas velhas opções para o treinador.


Lições:


Brenner, Pimpão e Marcelo Benevenuto se destacaram na partida e voltam à briga por vagas na equipe titular. O centroavante acertou a trave, foi quem mais finalizou e ainda serviu os companheiros; o atacante se movimentou bastante e fez o único gol alvinegro; e o zagueiro mostrou segurança e voltou a jogar bem depois de a dupla com Rabello ter ido mal no último clássico, contra o Fluminense.


A inexperiência de seus jovens goleiros é um outro risco a se correr devido às ausências de Jefferson e Gatito Fernández. E algumas falhas têm custado caro. Saulo, de 23 anos e que vinha sendo o titular, aceitou o chute de muito longe de Edilson no empate com o Cruzeiro. E Diego, de 20, recebeu chance contra o Bahia, mas espalmou para o próprio patrimônio no gol da vitória tricolor.



Bola aérea volta a assustar — Foto: MARCELO MALAQUIAS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO


O primeiro gol do Bahia foi com só três minutos de jogo, e não é de hoje que o time de Zé Ricardo tem entrado desligado nos jogos. Na goleada sofrida para o Grêmio por 4 a 0, o primeiro saiu com 11 do primeiro tempo, e o gol da derrota para o Fluminense foi aos 10. Problema que não é exclusivo de Zé e já vinha acontecendo sob o comando de Marcos Paquetá também.
O fantasma da bola aérea segue rondando o Botafogo. O gol de Clayton foi o 22º sofrido de bola aérea pelo Botafogo dos 60 tomados em 2018 – números equivalentes a 1/3. O fundamento é a maior deficiência da dupla Marcelo Benevenuto e Igor Rabello. Peça chave na bola aérea defensiva, Carli deve voltar ao time contra o Vitória.


O Botafogo segue em Salvador até domingo, quando enfrentará o Vitória às 18h (de Brasília), no Barradão, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os jogadores inclusive treinam no estádio na tarde desta sexta-feira. Depois, o Alvinegro terá o vice-líder São Paulo, única exceção na sequência contra time debaixo, Vasco, Ceará, Bahia e Atlético-PR. O jogo de volta contra o Bahia valendo vaga nas quartas de final da Sul-Americana será no dia 3 de outubro, às 21h45, no Nilton Santos.


Fonte: GE/Por Thiago Lima — de Salvador

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