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quinta-feira, 13 de junho de 2019

Análise: Botafogo não consegue domínio, cria pouco e faz seu pior jogo sob o comando de Barroca


Pela primeira vez com o novo treinador, time alvinegro teve menos posse de bola do que o adversário jogando em casa; em 90 minutos, apenas uma chance real de gol foi criada



Melhores momentos de Botafogo 0 x 1 Grêmio pela 9º rodada do Brasileirão 2019


Diferentemente da maioria dos jogos sob o comando de Eduardo Barroca, o Botafogo não conseguiu ter o controle da partida diante do Grêmio e foi derrotado pela primeira vez jogando em casa nesse Campeonato Brasileiro. Com menos posse de bola, o Alvinegro teve as mesmas dificuldades dos últimos confrontos: poucas oportunidades e nenhum susto ao adversário tricolor.


Em questão de posse, o jogo no Nilton Santos foi equilibrado: 49% para o Botafogo e 51% para o Grêmio.


A derrota pesa ainda mais, porque os gaúchos não puderam contar com sete jogadores considerados titulares: Geromel, Kannemann, Bruno Cortez, Maicon, Matheus Henrique, Luan e Everton.


Quanto às oportunidades, o Grêmio foi um pouco mais agressivo, mas nada com muito destaque. Melhor no início, o time de Renato Gaúcho se propôs a tomar a iniciativa e assustou em chegadas de Tardelli. O camisa 9 aproveitou da deficiência na marcação pelo lado direito dos cariocas e levou perigo em alguns momentos.



Tardelli incomodou no primeiro tempo, e Fernando teve dificuldades de marcação — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



O setor direito da defesa foi um dos principais problemas do Botafogo. Fernando foi envolvido pelos atacantes do Grêmio e perdeu quase todas as disputas. Barroca tentou fechar aquele lado alternando Luiz Fernando e Erik, e puxando João Paulo para ajudar na cobertura. O lateral-direito fez um de seus piores jogos com a camisa alvinegra.


Com a marcação alta do Tricolor, o Botafogo tentava se aproveitar dos erros do adversário para chegar à frente, mas não conseguiu encaixar os contra-ataques. Na tentativa de ajudar Fernando na defesa, Erik muitas vezes não conseguiu usar da sua velocidade para criar jogadas ofensivas. Pelo lado esquerdo, Luiz Fernando tentava lances individuais, mas sem êxito.




Diego Souza não se destacou contra o Grêmio — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


As principais investidas alvinegras saíam com participação de Diego Souza, que se movimentou muito, mas recebeu quase todas as bolas de costas para o gol. O camisa 7 não conseguiu sucesso quando requisitado.


Diego Souza não teve uma finalização a gol na derrota para o Grêmio.


Botafogo no primeiro tempo:

2 finalizações
1 escanteio
4 faltas

Assim como na primeira etapa, o Grêmio começou melhor o segundo tempo, mas a produção ofensiva de ambas as equipes continuou baixa. Diego Cavalieri e Paulo Victor fizeram apenas intervenções simples. Um jogo muito abaixo para o que os times poderiam apresentar.


Uma característica dos últimos jogos do Botafogo é o crescimento na etapa final. Isso não aconteceu diante do Grêmio. O time de Barroca nunca esteve perto de matar a partida. E as substituições, que geralmente surtem efeito, não ajudaram. O técnico apostou na força de três jovens da casa - Yuri, Lucas Campos e Lucas Barros - para buscar o triunfo. Pouco participaram.


Yuri foi o único que chegou perto de mudar a história do jogo: aos 46, em chute de fora da área, obrigou Paulo Victor a fazer defesa importante.



Yuri recebe e chuta. Paulo Victor voa e faz grande defesa, aos 46' do 2º tempo


Em um jogo sem emoção e com pouca criatividade, o placar foi decidido na bola parada. Aos 35, Jean Pyerre cobrou falta com capricho no canto esquerdo de Cavalieri, que não teve chance de defender.


Faltou ao Botafogo usar mais os lados do campo. Fernando foi quem desceu mais, mas sem sucesso. Do lado esquerdo, Gilson, que teve participações de destaque nos últimos jogos, pouco chegou ao ataque. O time alvinegro fez apenas três jogadas pelas laterais. Ao fim do jogo, somente uma chance real. Muito pouco para um time que buscava se manter no G-4.



Mapa de calor de Gilson contra o Grêmio; lateral pouco chegou ao ataque — Foto: Reprodução


Dos poucos que se salvaram na partida, Gabriel é um deles. O zagueiro manteve sua regularidade e mostrou a vontade de sempre e qualidade nas interceptações. Cícero também não foi mal, em especial no primeiro tempo - o volante acertou a maioria dos passes, mas não foi decisivo como vinha sendo.


Sem crise. O Botafogo encerra essa parte do campeonato - até a parada para a Copa América - com cinco vitórias e quatro derrotas, sendo que o revés para o Palmeiras será analisado pelo STJD. Um bom aproveitamento para um time que vinha de eliminações no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil.


- Uma derrota não pode estragar o que a gente fez de bom nesse início. Agora é descansar para voltar para essa segunda parte do ano e buscar os pontos - destacou Fernando ao fim da partida.



Pela primeira vez, Botafogo perdeu em casa nesse Brasileirão — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



Barroca agora terá um tempo maior para imprimir seu estilo de jogo ao Botafogo, que tem à sua espera uma sequência complicada de jogos após a Copa América. As três semanas serão fundamentais para o elenco trabalhar os pontos fracos. Na volta, aí sim poderemos cobrar mais desse time.


Fonte: Ge/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

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