Diego Souza e Luiz Fernando são as principais figuras alvinegras na virada por 2 a 1 sobre o Athletico-PR; time faz primeiro tempo muito ruim, porém volta mordendo do intervalo e vence
Alexandre Durão
Desligado no início, mordedor no segundo tempo. Assim foi o Botafogo nos 2 a 1 sobre o Athletico-PR, neste domingo, no Nilton Santos. Começou com a marcação desajustada e a criação praticamente nula, terminou tendo os homens de frente como peças-chave do triunfo. Diego Souza e Luiz Fernando marcaram os gols e jogaram muito. Lucas Campos foi uma grata surpresa, mudou a cara da equipe.
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O time de Barroca não vencia com gols de atacantes há nove jogos. A última vitória decidida por um jogador do setor foi a sobre o Vasco (1 a 0), em 2 de junho. Diego marcou na oportunidade.
Acorda, Botafogo
O Botafogo começou muito mal contra os reservas do Athletico-PR. Aos três minutos, Bochecha deu um exemplo do quanto o time estava frio e desligado, tentou dar passe de letra na saída de bola, e o rival quase abriu.
O Furacão sobrava em campo até chegar ao gol, aos 15 minutos, momento em que o Alvinegro ainda não tinha finalizado. Falha da defesa, que bateu cabeça, e especialmente de Marcelo Benevenuto. Entregou no pé de Thonny Anderson. Após o jogo, Barroca admitiu o apagão no começo.
- A gente não entrou na nossa plenitude de estar concentrado e ligado, a gente errou no timing e em algumas atitudes. Você erra um passe, vai pressionando errado, e o jogo vai ficando difícil. A gente não entrou no nosso nível.
Marcelo Benevenuto vacilou no gol — Foto: Alexandre Durão
- Mas mérito (pela virada) dos jogadores também. Talvez foi o intervalo mais tranquilo que tive no Botafogo, quando as dificuldades são coletivas, a responsabilidade é do treinador. Procurei focar nas questões coletivas para que a gente voltasse a ter predominância coletiva, e acho que deu certo.
A sorte é que o Athletico também deu de bandeja o empate. Marcelo Benevenuto fez cruzamento na direção do goleiro Caio, que saiu mal, trombou em Pedro Henrique, e deixou Luiz Fernando na boa.
O gol fez o Botafogo crescer em volume de jogo e agressividade, mas insistia em cruzamentos, e Rodrigo Pimpão, em uma tarde ruim, tomava decisões erradas quando tinha espaço nas costas de Abner.
No primeiro tempo, o Botafogo deu muito espaços pela direita. Marcinho fechava a marcação no meio, e um corredor se abria pelo seu lado. Pimpão também não apresentava combatividade habitual nas recomposições.
Eduardo Barroca, técnico Botafogo — Foto: Alexandre Durão
Marcação se encaixa, e time passa a ter o controle do jogo
Botafogo voltou do intervalo com outra pegada, com o time mordendo e levando vantagem nas divididas. A marcação se encaixou, e o Athletico não produziu nada de interessante na etapa final. Luiz Fernando manteve o nível, e Diego Souza cresceu muito, sobretudo após Lucas Campos substituir Rodrigo Pimpão, aos 15 minutos.
Diego passou a cair mais pela direita, revezando-se com Lucas, que, liso, puxou vários contra-ataques e superou seus marcadores com facilidade. De lá, conseguiu dribles, cruzamentos e ganhou várias divididas.
O gol da virada veio em pênalti sofrido pelo veloz Lucas Campos, que foi atropelado por Pedro Henrique. Diego não perdoou e bateu muito bem.
Nos minutos finais, o camisa 7 foi fundamental. Pisou na bola, usou o corpo e manteve o Botafogo no campo de ataque. Luiz Fernando também teve participação marcante. Se já não tinha o mesmo ímpeto ofensivo, mostrou disposição para voltar, combater e chutar bolas para fora. Também foi inteligente ao prender a bola consigo nos acréscimos.
Diferença entre 1º e 2º tempos
As estatísticas do site Sofa Score escancaram a mudança do Botafogo do primeiro para o segundo tempo. Se levou um baile em finalizações na etapa inicial (13 a 4), superou o rival na complementar (7 a 5). Abriu mão dos muitos cruzamentos improdutivos. Foram 16 antes do intervalo e apenas seis após o retorno.
Diferença dos números do Botafogo no 1º e no 2º tempo — Foto: SofaScore
Legal também o fato de o time ter buscado o um contra um. Foram 23 tentativas de dribles na partida, com 12 acertos (quatro de Luiz Fernando). O Athletico tentou apenas quatro e acertou a metade.
Fundamental foi ver o ataque voltar a funcionar, e Luiz Fernando não escondeu a alegria com isso. Em contrapartida, disse que a importância da autoria dos gols fica em segundo plano, independentemente da posição.
- É muito importante. Eu e Diego fomos felizes e pudemos ajudar o Botafogo. O Lucas Campos entrou muito bem, é um moleque que batalha bastante e merece. Ficamos felizes, mas sendo atacante ou zagueiro fazendo gol, o importante é o Botafogo vencer.
Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro
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