Do Japão, agora no Yokohama Marinos, atacante acredita em vaga na Libertadores, revela apelido de Cícero e avisa: "Um dia eu voltarei"
Erik deu bom dia à reportagem quando era noite aqui no Brasil. Se já deixava os zagueiros para trás no fuso horário de Brasília, hoje está 12 horas na nossa frente. É o novo reforço do Yokohama Marinos, do Japão. E o Raio, como a torcida o chamava nas redes, em rápido papo com o GloboEsporte.com, falou de tudo.
Apesar de ter deixado o Botafogo há apenas duas semanas, já tem saudades do Nilton Santos e da torcida.
- Estou no período de adaptação. Chegar pela manhã e ver o Estádio Nilton Santos, sem dúvidas, me bate uma saudade. Foi o lugar com o qual mais me identifiquei. E é óbvio que quando vestia a camisa do Botafogo, eu me transformava. Quero construir uma linda história aqui, vivendo intensamente igual vivi aí.
Erik Yokohama Marinos — Foto: Divulgação/Yokohama Marinos
Garante que vai voltar ao Glorioso, porém, enquanto apenas torce de longe, tira onda com o ex-companheiro Alex Santana, que agora divide com Erik o posto de artilheiro do Botafogo em 2019, com nove gols. Alex, para ele, é o "Voz de Galinha", alusivo a um perfil do Instagram com mais de 90 mil seguidores.
- Abração para "Cissê de lá Casquê" (Cícero), para o Diego Souza, cara do bem, e para o Alex Santana, Voz de Galinha, que empatou comigo na artilharia no ano (risos)! Adoro chamar o Alex assim, e ele fica p... (risos) - brincou o irreverente atacante.
Confira o restante do papo com Erik, que conversou com o GloboEsporte.com minutos antes do treino de quinta-feira... Lá. Aqui ainda era quarta.
Erik, onde você acredita que esse Botafogo chega em 2019? Será que consegue vaga na Libertadores?
Eu torço e acredito, sim, até porque é um grupo muito dedicado e que tem tudo para conquistar. O Barroca vem fazendo um grande trabalho. Estarei sempre acompanhando e torcendo de longe.
Mande um recado para os ex-companheiros. Quem gostava de pegar mais no pé?
- Abração para "Cissê de lá Casquê" (Cícero), para o Diego Souza, cara do bem, e para o Alex Santana, "Voz de Galinha", que empatou comigo na artilharia no ano (risos)! Adoro chamar o Alex assim, e ele fica p... (risos). Ao Gabriel também, grande pessoa e craque.
Erik abraça Alex Santana após gol diante do Fluminense, no primeiro turno do Brasileiro — Foto: ALEXANDRE DURÃO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Por que "Cissé de lá Casquê?
- Ele já fez muito gol de cabeça nessa raspadinha aí, já deu muita alegria a favor e tristeza para quem joga contra (risos). Cissé é um grande exemplo de pessoa e profissional.
E um recado para a torcida?
- Poxa, algo que me marca muito é todo o apoio que eles dão, a forma de sempre acreditarem mesmo nos dias difíceis. Ser botafoguense... Para eles, não têm medida e nem obstáculo. Eu vivi intensamente esse clube. Confesso que foi algo muito especial, e o torcedor foi o que mais me motivou a me doar.
Obrigado, Erik. Negociado pelo Palmeiras com o futebol japonês, atacante deixa recado emocionante aos botafoguenses e se despede do clube. pic.twitter.com/wn1FokEhbh— July 26, 2019
- Com o tempo, eu aprendi a admirar a gostar do clube, e os problemas e as dificuldades ficaram de lado. O recado que tenho é:
"Continuem acreditando e sempre acreditem que o Botafogo pode mais. Ele é gigante".
- Um dia voltarei. No lugar em que estiver, continuarei fazendo o que disse no último dia no clube: torcendo por vocês, independentemente do horário!
Como tem sido a adaptação ao Japão? Quais as primeiras impressões?
No primeiro dia, você sente o fuso horário e a diferença enorme de praticamente um dia. Dar bom dia para a sua família no Brasil, e eles vêm com um boa noite (risos). A impressão é que a cultura e o respeito são gigantescos, realmente algo de primeiro mundo.
Já estou treinando, fui apresentado a todos os funcionários do Yokohama Marinos. O estádio é espetacular, o da conquista da Copa (em 2002) pela nossa Seleção. Todo o clima favorece para viver grandes momentos e ter grandes conquistas aqui no Yokohama Marinos.
Se não estrear neste sábado, contra o Kashima, a tendência é jogar no outro, contra o Cerezo Osaka, certo?
Mais provável contra o Cerezo, porque o visto de trabalho e o número de identificação no país estão ficando prontos. A vontade era de jogar contra o Kashima, nosso concorrente direto pela briga do título da J League.
Seu time é terceiro colocado. Dá para sonhar com o título?
Com certeza dá pra sonhar com título, tudo conspira para isso. E o foco do grupo e do clube é pensar no título. Com certeza vamos conquistar grandes coisas com esse pensamento.
Quando foi o primeiro treinamento aí?
Na terça, e eu fiquei muito feliz com o perfil do treinador. Treino em alta intensidade e foco em posse de bola no terço ofensivo. Os brasileiros me receberam muito bem. Marcos Júnior, Thiago Martins e logo o Edigar Junio volta. Vamos estar cheio de brasileiros (risos).
Quais seus sonhos aí no Japão? Onde acha que o Yokohama pode levá-lo futuramente pensando na carreira?
Estou encantado e admirado com a cultura e o respeito com o qual eles me receberam. Acredito que podemos construir uma grande história. O futuro, eu sempre acredito que reserva grandes coisas e o melhor. Meu objetivo é deixar o melhor de mim a cada dia, fazendo o que mais amo, que é me divertir jogando futebol. Naturalmente as coisas vão acontecer.
Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro
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