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domingo, 22 de setembro de 2019

Análise: vibrante na etapa inicial, Botafogo perde força e vê Cuca mudar o jogo no Nilton Santos


Alvinegro é predominante nos 45 minutos iniciais, entrando na área e finalizando mais; Tricolor volta do intervalo com jogo de imposição e consegue importante resultado



Melhores momentos de Botafogo 1 x 2 São Paulo pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro



Eduardo Barroca fez a leitura perfeita da derrota do Botafogo por 2 a 1 para o São Paulo após duelo no Nilton Santos. O primeiro tempo alvinegro foi ótimo, e Cuca foi cirúrgico ao mudar a cara do jogo no segundo tempo com as entradas de Antony, Everton e Igor Gomes. Já o treinador botafoguense não foi tão feliz em suas mexidas.


O Botafogo foi melhor durante o primeiro tempo. Ganhou em intensidade, e a letargia que se via em outros jogos na transição da defesa para o ataque não se repetiu. O time foi mais veloz e conseguiu trazer a torcida para si desde o início.


Finalizou mais, entrou na área e teve superioridade na posse de bola na etapa (61%). A abertura do placar pelo São Paulo, aos 36 minutos, foi muito injusta. Bochecha já havia se aproximado de marcar duas vezes, mas o "quem não faz, leva" deu as caras no Niltão.



Botafogo terminou o primeiro tempo em igualdade, mas foi castigado no fim — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


O gol tricolor teve muito mérito de Hernanes, o autor, e de Toró, o assistente. Mas Marcelo Benevenuto, que fazia boa partida, vacilou ao hesitar e não dar o bote certeiro no capitão são-paulino.


Três jogadores foram fundamentais no gol do empate. Luiz Fernando ganhou de Juanfran, tirou Bruno Alves com drible de corpo e entregou a Bochecha, que, pressionado por Reinaldo, Luan e Dani Alves, encontrou belo passe para João Paulo. O camisa 5 calculou bem a hora de finalizar e marcou um golaço.


Botafogo volta irreconhecível

O Botafogo voltou do segundo tempo sem a mesma intensidade. A única jogada interessante foi protagonizada por João Paulo, Bochecha e Marcinho, que finalizou de pé esquerdo.


Depois disso, o São Paulo começou a gostar do jogo. Passou a ocupar os espaços, dobrou o número de finalizações e passou a mandar em campo. O Botafogo pouco reagia.


Barroca fez mexidas. Errou ao tirar Bochecha, que fazia grande jogo, e colocou Valencia em seu lugar. Acertou ao sacar Victor Rangel, muito mal em campo. Rodrigo Pimpão deu mais mobilidade ao ataque. Já Cuca deu-se muito bem com suas alterações. Antony fez um salseiro pela ponta direita, e Everton levou o São Paulo para frente. O treinador alvinegro explicou suas decisões.


- Primeiro o Leo (Valencia) no lugar do Gustavo, que vinha fazendo boa partida, mas não é um cara de característica de imposição, é de predominância técnica. Entendia que com o Leo, mais ofensivo, a gente pudesse ganhar um pouco mais de chute de fora da área, profundidade. A segunda troca, no desgaste do Victor Rangel. Como estávamos com muita dificuldade dos enfrentamentos, apostei no Luiz Fernando flutuando mais como um atacante de velocidade para a gente usar as costas da dupla de zaga do São Paulo, mas não conseguimos.


- A terceira, do Alan (Santos), foi pura e simplesmente por opção física. O Cícero, com 30 minutos, tinha me passado para guardar a terceira substituição para ele, estava com um desconforto na perna. Eu estendi até 41, 42 minutos, e o Luiz Fernando me disse que já não estava mais aguentando.


No fim, Alan Santos, que entrou no lugar de Luiz Fernando, não conseguiu acompanhar Pablo no gol após nova falha de Marcelo Benevenuto. O zagueiro saiu de sua posição e atrapalhou o companheiro Gabriel em disputa aérea.


Um segundo tempo para esquecer. Luiz Fernando e Marcinho caíram demais, e os laterais não foram incisivos.Se no primeiro tempo o gol são-paulino foi injusto, a derrota traduziu bem a queda vertiginosa. Claro, sem tirar o mérito de Cuca e do São Paulo.


Pontos fortes:

- João Paulo e Bochecha: João Paulo foi um leão. Combateu, apoiou e fez gol. Mostrou a raça que o fez ser querido pela torcida e teve sua melhor atuação após a fratura na perna direita, sofrida em março do ano passado.


Bochecha mais uma vez achou vários passes de qualidade, inclusive o que terminou no gol de João. Barroca justificou sua saída por questão de característica, mas a mexida não deu certo.


Pontos Fracos:

- Queda brusca no segundo tempo: jogadores que vinham fazendo uma boa etapa inicial, Marcinho e Luiz Fernando, especialmente o segundo, não mantiveram o nível. O lateral, improvisado, na ponta, errou muito na reta final do jogo. A equipe toda caiu coletivamente, mas a oscilação de ambos chamou atenção.


- Vacilos defensivos no famoso "detalhe": Marcelo Benevenuto e Gabriel tinham tudo para terminar com nota para passar de ano. Ambos mostraram muita segurança na maior parte do jogo, Marcelo, porém, errou nos dois gols. Não deu bote em Cícero e atrapalhou o companheiro no outro.


Vale ressaltar o profissionalismo do jogador de 23 anos. Enterrou o pai um dia antes do jogo, foi liberado por Eduardo Barroca, mas quis jogar. Ganhou mais pontos com Barroca, com o grupo e a torcida.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

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