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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Alberto Valentim é apresentado: "Primeiro objetivo é fazer com que o Botafogo permaneça na Série A"


Novo técnico alvinegro concede coletiva e elege Glorioso como seu trabalho mais marcante: "O que me deixou mais feliz, o que me trouxe uma medalha no peito"



Vitor Silva/Botafogo




Confira a apresentação do técnico Alberto Valentim no Botafogo


Alberto Valentim voltou ao Nilton Santos, sua casa no primeiro semestre em 2018, nesta segunda-feira para o reencontro oficial com o Botafogo. Campeão carioca com o Alvinegro no ano passado, o técnico, que substitui Eduardo Barroca, foi apresentado pelo clube e falou em retorno ao local do seu trabalho "mais marcante". Sem tempo para festejar o acerto, o novo comandante já traçou metas para o Glorioso no Brasileirão.


- Desde que acertei minha volta, isso será um papo com os jogadores de que precisamos repetir coisas muito boas que foram feitas nesse campeonato com o Barroca. Aquela sequência positiva, um aproveitamento muito melhor do que estamos agora.


"O primeiro passo sem dúvidas para tirar qualquer tipo de risco é chegar a uns 44, 45 pontos, o que fará com que o Botafogo permaneça na Série A".


- Eu vivo muito o presente. Se tratando de primeiro objetivo, apesar de termos condição de sonhar e disputar outros, é fazer com que o Botafogo permaneça sem risco algum na Série A - disse o treinador.


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O primeiro compromisso de Valentim à frente do Botafogo é justamente contra o Vasco, time que comandou de setembro de 2018 a abril de 2019. O conhecimento sobre seu próprio elenco, já que muitos jogadores que trabalharam com o técnico permaneceram no Alvinegro, e também sobre o adversário pode ser um trunfo para Valentim em sua reestreia.


- Coincidentemente talvez tenha sido o clube que mais enfrentei como técnico. Clássico a gente sabe como é. Enfrentei recentemente o Vasco pelo Avaí, ajuda porque está muito fresco o que vi do time do Vanderlei. Conheço muito bem os jogadores, grande parte do elenco trabalhou comigo. Preciso usar isso tudo para o confronto de quarta-feira.


Vasco e Botafogo jogam às 21h30 desta quarta-feira em São Januário, pela 26ª rodada do Brasileirão. No primeiro turno, o Glorioso derrotou o rival por 1 a 0 com gol de Diego Souza, que estará em campo após cumprir suspensão diante do Palmeiras na rodada passada.


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Valentim é apresentado no Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Confira outros trechos da entrevista de Valentim:


Motivos para voltar


- Primeiro por ter sido feliz aqui, por ter sido campeão aqui, por grande parte do elenco continuar aqui, grande parte das pessoas que estavam aqui ano passado continuam, e saber que a gente pode fazer um campeonato muito melhor do que o Botafogo está fazendo até agora. Faço agora parte diretamente desse elenco e dessa responsabilidade de colocar o Botafogo em uma posição melhor. A diretoria está fazendo todo o possível para regularizar salários. E foram esses os motivos que me fizeram voltar. Estou doido para começar a trabalhar.


Trabalho mais marcante?


- Foi o meu primeiro título, marcante, sem dúvida foi um dos meus melhores (trabalhos). No Palmeiras fiz um trabalho muito bom também, peguei a equipe em quinto lugar se não me engano e cheguei a segundo colocado no Brasileirão de 2017, quando o campeonato ainda estava praticamente definido para o Corinthians, e a gente reacendeu. No Vasco também fiz um bom trabalho, acredito eu. Consegui ser campeão invicto da Taça Guanabara e fui perder um clássico somente na final do Carioca. Mas, sem dúvida, o mais marcante, o que me deixou mais feliz, o que me trouxe uma medalha no peito foi o título no ano passado aqui no Botafogo.


Elenco conhecido

- Vai acelerar o processo, porque eu já os conheço, conheço boa parte do elenco, muitos já me conhecem, conhecem o trabalho, então isso vai acelerar. Eu me lembro quando vim a primeira vez, tivemos oito ou nove sessões de treinos, e foi importante para termos uma base boa, construir uma identidade, temos de repetir isso. Eu exijo muito isso, que tenha uma identidade, que tenha uma cara nossa. Então o fato de já ter trabalhado com uma grande parte do grupo vai favorecer muito, especialmente para essa primeira partida, segunda partida, porque teremos pouco tempo para treinar.


Saída do Avaí e multa

- Foi uma questão minha com o Avaí. Os valores saíram errados, mas conversei com o presidente Battistotti e aproveito para agradecer mais uma vez o período que passei lá. Anderson foi muito ético, correto, entrou em contato com o presidente do Avaí para me contratar. Eu depois soube pelo Anderson também e quis deixar um pouco essa possibilidade para depois do jogo contra o Vasco. Estava muito focado na partida.


Diferença do Valentim que saiu para o que volta

- Estou mais experiente, o que é impossível acontecer sem viver intensamente essa profissão. Hoje eu consigo enxergar coisas mais facilmente do que o ano passado. Conceitualmente estou mais detalhista do que antes. Essa vivência vai te dando isso. Fortaleci coisas que eu queria, deixei outras de lado. É importante saber reconhecer alguns erros, bater mais na tecla do que será positivo. Estou muito atento a tudo. Já era uma qualidade minha, gosto de aprender com todos, prestando muita atenção ao meu redor. Acredito que hoje eu consiga fazer com mais facilidade.


Áudios vazados do Montenegro


- Respeito muito a opinião do Montenegro. Te falo isso de coração. Só soube dos áudios depois. Não mudou em nada a minha vontade de vir. Te falo com toda a minha sinceridade: quero trabalhar muito forte para cumprir meu contrato até dezembro de 2020. Sobre ser um técnico de ponta, eu não sou. E eu antes de qualquer dirigente sei disso, estou apenas começando minha carreira. Tenho que trabalhar muito para alcançar isso um dia.


Valentim comenta caso de áudios vazados do ex presidente Montenegro #gebota





O que pode manter do trabalho do Barroca?


- Conceitualmente tem muitas coisas que eu gosto. Foi muito legal que no ano passado eu tive muito próximo do Barroca na minha primeira passagem quando ele era técnico da base do Botafogo. Conversamos quando nos enfrentamos em Florianópolis. Temos muitas coisas parecidas, algumas diferenças. Algumas coisas vou mudar porque faz parte do meu estilo. Eles (o elenco) me conhecerem vai facilitar.



Valentim recebeu os cumprimentos do VP de futebol, Gustavo Noronha — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Necessidade de finalizar mais

- Para que você aumente as finalizações, esse volume no último terço do campo, além de ter a posse de bola, temos que alternar o jogo de forma mais vertical. Está dentro do que vamos treinar, além de conversar muito nos primeiros dois jogos. Basicamente é fazendo bem a leitura de saber a hora de ter a posse e de ser vertical.


Situação financeira do clube

- Uma das perguntas que fiz ao Anderson, que me deixou feliz, foi a aceitação por parte dos jogadores. Muito importante isso, essa foi a minha preocupação. Não com a parte financeira. Não estava na minha cabeça isso. fui muito feliz aqui. Sei que quando você conquista algo, quando marca seu nome na história, quando tem essa aceitação de jogadores e torcida a cobrança aumenta ainda mais. Venho com mais fome ainda para trabalhar aqui. Estou doido para ir para o campo. Foram esses fatores que me fizeram voltar.


Necessidade de ficar na Série A para possibilitar projeto de clube-empresa

- Muita responsabilidade manter o Botafogo na Série A. É um dos maiores clubes do Brasil, tenho que saber disso antes de assumir. Venho tranquilo, querendo trabalhar, fazer com que todos consigam dar um pouco mais a partir de hoje. Queremos manter o Botafogo na elite e buscar algo a mais na classificação.


Sistema de jogo
- Certeza que vamos jogar com linha de quatro defensiva. Nunca joguei com linha de três em 100 e poucas partidas de Série A. Não faço nenhum desenho sem obedecer as características dos jogadores. Sendo sincero, penso em três possibilidades: 4-3-3, 4-2-3-1 (que vira 4-1-4-1 pelas características dos nossos volantes) e um 4-4-2 losango, é o que enxergo possível com os jogadores que temos. Podemos jogar o Diego como falso 9 ou camisa 10. Muito provavelmente vamos ver alguns desenhos diferentes nas minhas partidas no Botafogo.


Barroca

- Barroca fez trabalho excepcional. Sempre gostei de trabalhar, até na época auxiliar, com essa transição de jogadores da base. Gosto muito desse contato, tinha meninos de 19, 20 anos jogando comigo.


Vida de técnico no Brasil

- É uma cultura que talvez seja maior, menos paciência, mais imediatismo. Tem acontecido na Itália, em outros países. Guardiola disse outro dia que os técnicos ficam no cargo se ganharem. Alguns dirigentes dão um tempo maior, mas como regra, 90% é o resultado. Quem está na profissão sabe bem como funciona.



Fonte:Por Edgard Maciel de Sá e Izadora Peres* — Rio de Janeiro * Estagiária sob supervisão de Edgard Maciel de Sá

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