Alvinegro teve apenas 38% de posse de bola no Nilton Santos; por outro lado, aumentou seu repertório ofensivo e terminou a partida com 11 finalizações e sete chances reais de gol
André Durão/GloboEsporte.com
Melhores momentos: Botafogo 3 x 1 Goiás pela 24ª rodada do Brasileirão 2019
Aumentar o repertório de ataque, intensificar os cruzamentos e melhorar a bola aérea ofensiva. Estas foram as metas traçadas por Bruno Lazaroni antes da partida contra o Goiás, nesta quarta-feira. A missão dada pelo técnico interino foi bem cumprida pelos jogadores, e o Botafogo voltou a vencer após cinco rodadas. A vitória por 3 a 1 começou pelo alto no Nilton Santos.
Depois de quatro derrotas seguidas, que culminaram na demissão de Eduardo Barroca, Lazaroni tinha a tarefa de recuperar a confiança dos jogadores e furar a defesa do Goiás, que ainda não havia sofrido gols no segundo turno. O auxiliar deixou o Nilton Santos com a sensação de dever bem cumprido e entrega o time ao novo treinador, ainda a ser definido, em uma situação um pouco mais confortável.
O Alvinegro manteve as características de Eduardo Barroca no início da partida. Com posse de bola, mas com postura diferente no ataque. O Botafogo foi mais objetivo e atendeu aos pedidos da torcida, que protestava quando o time mantinha a bola no campo de defesa. Diferentemente do que vinha acontecendo, a equipe usou mais as laterais do campo, e os jogadores de meio se aproximaram para receber e passar a bola.
Mas essa posse de bola, tão defendida por Barroca, foi aos poucos saindo do controle do Botafogo, que ainda no primeiro tempo abriu mão dessa estratégia para apostar em outra que estava em falta: a verticalização do jogo. Ao deixar o Goiás com a bola, o Glorioso conseguiu aproveitar os erros do rival para ser mais efetivo quando roubava a bola.
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Gabriel fez seu primeiro gol com a camisa do Botafogo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
Aos 31 minutos da etapa inicial, o esforço do Botafogo no ataque surtiu efeito: Gabriel aproveitou desvio de Marcelo após cobrança de escanteio e balançou as redes. Um dos mais regulares do elenco na temporada, o zagueiro marcou pela primeira vez com a camisa alvinegra. Um minutos antes, Bochecha obrigou Tadeu a fazer linda defesa. O Glorioso estava diferente. Mais ousado. O primeiro tempo ainda teve uma bola na trave de Fernando e um gol anulado de Cícero. Ambas as jogadas pelo alto.
Se melhorar a bola aérea ofensiva era uma tarefa prioritária de Bruno Lazaroni, o auxiliar mostrou bom serviço em apenas dois dias de trabalho. O Botafogo começou a construir sua vitória no Nilton Santos por meio do jogo aéreo. Foram nove bolas levantadas na primeira etapa.
- Foi uma coisa que cobrei muito da parte deles. Preencher a área, fazer cruzamentos, finalizar de fora da área. Falei que tinham de executar mais isso, até para gerar mais confiança na equipe e um pouco de falta de confiança na equipe adversária. Foi mais ou menos o que aconteceu com a bola parada principalmente - disse Lazaroni ao fim da partida
Posse de bola
Botafogo: 38%
Goiás: 62%
No segundo tempo, o Alvinegro cedeu ainda mais a bola ao Goiás. Tomou alguns sustos, mostrou deficiências na marcação pelas laterais, mas não mudou a postura ofensiva. O Esmeraldino chegou a empatar, mas, com a ajuda do VAR, o árbitro anulou o gol de Michael aos 12 minutos. O Botafogo não se abalou.
Além de ser mais efetivo no ataque, Lazaroni tentou passar confiança aos atletas. Antes da partida, Pimpão revelou que a palestra pré-jogo do interino foi bem motivadora. Em campo, vimos um time de fato confiante, que arriscou mais. No início da etapa final, Marcelo tentou uma bicicleta na área. Quase deu certo, mas o lance já estava parado.
Marcelo arriscou uma bicicleta no segundo tempo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
Sem a bola, o Botafogo passou a pressionar mais o Goiás, e surtiu efeito. Aos 19 minutos, Rafael Vaz errou na saída de bola, Diego Souza tocou para Bochecha, que finalizou para defesa de Tadeu. No rebote, João Paulo cabeceou para marcar seu quarto gol na temporada.
Os 2 a 0 no placar não fizeram o Botafogo recuar. O time do interino Bruno Lazaroni continuou a chegar com perigo no ataque e a arriscar nas finalizações e nos cruzamentos. Num lance de azar, Marcelo jogou contra o próprio gol, e o Goiás diminuiu. Foi o segundo gol contra do zagueiro no Brasileirão.
Em noite que tudo estava tendendo para o lado de Bruno Lazaroni, mais um golpe de sorte do auxiliar técnico do Botafogo. O terceiro gol alvinegro saiu do banco de reservas. Leo Valencia entrou aos 33 minutos e, aos 35, aproveitou assistência de Pimpão, outra aposta do interino, para balançar as redes pela primeira vez em 2019 e decretar a Vitória (com V maiúsculo) do Glorioso em casa.
Com 11 finalizações e sete chances reais de gol, o Botafogo mostrou que pode ser mais agressivo e fez bom trabalho diante dos mais de 5 mil torcedores presentes no Nilton Santos nesta quarta. O resultado deixa o ambiente mais tranquilo para o próximo compromisso: sábado, às 21h, contra o Palmeiras, no Pacaembu.
Vitória deixa o ambiente mais tranquilo no Botafogo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
O que fica de bom
- Mais uma vez, o Botafogo abriu mão da posse de bola e conseguiu ser mais efetivo. Jogando no erro do adversário, o Alvinegro foi mais direto quando tinha a bola.
- Bola aérea ofensiva. Seja nos cruzamentos pelas laterais, nas faltas ou nos escanteios, o Botafogo usou esse artifício com sabedoria diante do Goiás.
- Oportunismo. Além de criar mais, o Alvinegro soube aproveitar as chances para construir um placar significativo. Pela segunda vez na competição, a equipe fez três gols em uma partida.
Problemas permanecem
- O Botafogo deixou o Goiás finalizar muito. Continua sendo um dos times que mais deixa o adversário chutar contra sua meta. O Esmeraldino teve 19 finalizações e sete chances reais de gol.
- O lado direito da defesa segue cedendo espaços. Fernando sofreu com a marcação no seu setor, e o Goiás chegou muitas vezes por ali.
- Cartões bobos. O Botafogo perdeu quatro jogadores por suspensão para o jogo importantíssimo contra o Palmeiras: Marcelo, Cícero, Pimpão e Diego Souza levaram o terceiro amarelo. Dois poderiam ter sido evitados: Marcelo foi advertido por desentendimento com Rafael Moura, e Diego levou o cartão após retardar o início do jogo.
Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro
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