Meia chega ao Alvinegro com o desafio de se destacar para chegar ao Jogos de Tóquio e, ao mesmo tempo, para a torcida recuperar a presença de um ícone dentro de campo
Keisuke Honda com a bandeira do Botafogo (Foto: Divulgação/Botafogo)
As negociações foram longas e detalhadas, a parte de estudo dos termos definitivos do contrato foi encarada com expectativa pela torcida nas redes sociais, mas o resultado final teve um desfecho positivo: Keisuke Honda fechou com o Botafogo. O meio-campista de 33 anos desembarcou no Rio de Janeiro na última sexta-feira e será apresentado oficialmente na manhã deste sábado, no Estádio Nilton Santos.
Os mais de 2 mil torcedores que estiveram no Aeroporto Galeão para receber o japonês representam algo que o Botafogo sente falta, talvez, desde a aposentadoria de Jefferson: uma forte representatividade dentro de campo. É claro que Honda, obviamente, não pode ser comparado com o goleiro no sentido do amor ao Alvinegro, mas são dois nomes fortes no futebol.
Neste meio tempo, a torcida do Botafogo conheceu referências, mas que não chegaram perto de ser tal representatividade que pudesse ser uma personificação das arquibancadas dentro de campo. Gatito Fernández, João Paulo, Erik, Joel Carli... todos têm momentos marcantes com a camisa da Estrela Solitária, mas não alcançaram tal nível de idolatria.
Diante de um cenário escasso de títulos no cenário nacional e de crise interna financeira, Keisuke Honda chega para ser uma referência dentro de campo para a equipe de Alberto Valentim, mas pode, com o sucesso no item anterior, virar uma espécie de alívio para a torcida, com a possibilidade de virar um novo ícone nas arquibancadas do Nilton Santos.
As músicas para o novo camisa 4 já foram preparadas e cantadas na festa feita no aeroporto. Agora, resta saber se Honda superará o desafio de ser tal referência que a torcida tanto procura há anos.
Honda com a torcida do Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
E Tóquio-2020?
Esportivamente, Keisuke Honda ainda possui o desejo de escrever o último capítulo pela seleção do Japão. Quarto maior artilheiro da história dos Samurais Azuis, com 37 gols em 98 jogos, o meio-campista se disse aposentado dos jogos internacionais após a eliminação para a Bélgica na Copa do Mundo de 2018, mas quer retornar para ser um dos três acima da faixa de sub-23 nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no final de julho.
O meio-campista tem um histórico olímpico na família. Daisaburo, tio-avô de Honda, representou o Japão na canoagem C-2 nos Jogos de 1964, coincidentemente em Tóquio. Tamon, primo do futebolista, participou de três Olimpíadas - 1984 (Los Angeles-EUA), 1988 (Seoul-COR) e 1992 (Albertville-FRA) em luta livre.
Keisuke, portanto, seria a terceira geração Honda a participar de uma Olimpíada, mantendo o legado da família. A Seleção Japonesa só pode levar três jogadores acima dos 23 anos - por isto, o meio-campista vai ter que suar para ser um dos escolhidos.
Chegar a Tóquio é o principal objetivo de Keisuke Honda. O único jogador asiático a marcar em três Copas do Mundo diferentes assinou com o Botafogo e, a partir da próxima segunda-feira, vai conhecer as instalações do Estádio Nilton Santos, realizar exames médicos, assinar o contrato e iniciar, de forma definitiva, a trajetória na Estrela Solitária.
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Fonte: Lance/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)
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