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terça-feira, 24 de março de 2020

Carisma japonês, legado do professor e frustração gringa: o 2020 do Botafogo em frases


GloboEsporte.com montou retrospectiva da temporada alvinegra na palavra dos principais personagens do dia a dia do clube


Pouco menos de três meses de bola rolando no futebol brasileiro até a paralisação, mas um Botafogo agitado e com novidades, dentro e fora de campo.


Com declarações dos principais personagens do Alvinegro, o GloboEsporte.com preparou uma retrospectiva com tudo o que de mais importante aconteceu no clube antes da pandemia do coronavírus, que interrompeu o esporte no Brasil e no mundo.


"ÀS VEZES VOCÊ QUER UMA FERRARI, MAS TEM QUE ANDAR DE FIAT MESMO"


O nome de Diego Souza abriu a temporada alvinegra. Fica ou não fica?

''Eu particularmente gosto do Diego Souza, acho que ele não estava no auge da forma em 2019, mas mesmo assim fez gols importantes, que nos ajudaram a permanecer. É questão de dinheiro. Às vezes você quer ter uma Ferrari, mas tem que andar de Fiat mesmo''.


Mesmo após a curiosa frase acima de Carlos Augusto Montenegro, homem forte da política do Botafogo, o jogador deu adeus.

Num acordo entre as partes, Diego seguiu a vida e foi parar no Grêmio.



Diego Souza deu adeus ao Botafogo no início do ano — Foto: Agência Estado


"NÃO SABE SE VAI SER DAQUI A UM MÊS OU UM ANO"

A preparação para a temporada começou longe do Rio: em Domingos Martins, no Espírito Santo.
Feliz com o trabalho, Valentim falou - com muita transparência - sobre a expectativa pela transição para clube-empresa no Botafogo.


"Quando acontecer, serão outros tempos. Terá saúde financeira, centro de treinamento... Será um salto de qualidade de infraestrutura e tranquilidade para os que trabalham aqui. É um ano importante, de transição, e temos que estar juntos. Sinceramente, a gente torce para que aconteça o mais rápido possível. Na última oportunidade, o presidente Montenegro disse que não sabe se vai ser daqui a um mês ou um ano".



Botafogo fez trabalho de pré-temporada no Espírito Santo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


"PIOR QUE PARECE SER VERDADE"

O primeiro ruído de comunicação veio cedo, ainda em Domingos Martins.

Membro do Comitê Executivo de Futebol, Ricardo Rotenberg desmentiu acerto do Botafogo com o volante Luiz Otávio.

Mas, pouco tempo depois, através do Twitter, se mostrou surpreso ao tomar ciência da negociação.


"De onde tirou isso? Não é verdade", afirmou o dirigente, para depois completar:

"Pior que parece ser verdade. Não entendi. Estou de férias. Bem, eu não sabia. Como estou fora, nem tudo ando sabendo".



Luiz Otávio foi apresentado no Espírito Santo — Foto: Emanuelle Ribeiro/GloboEsporte.com


"PESADO, NÉ?"

Valentim ganhou diversas caras novas para o elenco.

Entre as principais contratações, o meia Bruno Názario, o atacante Pedro Raul e o lateral-esquerdo Danilo Barcelos.


"Pesado, né (vestir a 10 do Botafogo)? Mas foi bom, tranquilo, estava me sentindo super bem. Estava muito motivado, feliz, empolgado. Não é para qualquer um vestir a 10 do Botafogo. Deu certo, fiz gol e ajudei meus companheiros", disse Nazário após estreia contra o Macaé.


Um dos reforços, Thiaguinho chegou e foi dispensado dois meses depois.



Bruno Nazário virou um dos destaques do Botafogo na temporada — Foto: Vitor Silva/Botafogo


"EU JOGO BOTAFOGO"

Keisuke Honda e Botafogo pareciam não ter nada em comum. Até 2020!

Oferecido ao Botafogo, o nome do japonês "quebrou" as redes sociais e enlouqueceu a torcida.

Após longa novela, o acerto! Acompanhado de um belo vídeo do japonês (em português):



Em português, Honda anuncia chegada ao Botafogo


Na chegada ao aeroporto, festa espetacular com os torcedores.
Antes de ser apresentado oficialmente aos torcedores no Nilton Santos, o jogador se disse maravilhado com o carinho:


"Para ser honesto, tive algumas ofertas da Europa e da Ásia, além do Botafogo. Não foi fácil decidir, porque muitos outros clubes também fizeram boas ofertas. Pensei o que era o melhor para mim e para a minha família. De início, decidir vir para cá porque as pessoas daqui estavam esperando por mim. Eles vieram, fizeram contato em todas as redes sociais. Senti essa emoção deles, essa animação no aeroporto. Eu nunca vi nada assim. Nunca vi algo tão bonito em toda a minha vida. Acho que essa paixão dos torcedores me fez decidir jogar aqui".

O japonês só fez a estreia em março, no último jogo antes da paralisação, com direito a gol de pênalti.



Honda ganhou o carinho dos torcedores na apresentação ao Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


"VAMOS REFLETIR COM CALMA"

Em campo, quase nada deu certo no início da temporada.

Valentim teve dificuldades para fazer o time jogar. Resultado: eliminação precoce na Taça Guanabara.


"O torcedor é muita paixão. A gente sabe que quando as coisas não vão bem o treinador é o responsável. Acredito no que a gente está fazendo na preparação. Lembrando que esse time não tem nem um mês de treinos. O torcedor também tem que entender o processo que o clube vive. Quando você alonga a pré-temporada, sacrifica outras coisas. Depois, vencemos os três primeiros jogos com o time titular, passamos pelo Caxias. Vamos refletir com calma", disse o treinador.



Botafogo sofreu derrota dura para o Fluminense na Taça Guanabara — Foto: Vitor Silva/Botafogo


"SORTE EM SEUS FUTUROS DESAFIOS"


Mas não teve calma. Valentim não resistiu à derrota por 3 a 0 para o Fluminense.

Através do perfil oficial, o clube comunicou a demissão:

"O Botafogo de Futebol e Regatas informa que Alberto Valentim não é mais treinador da equipe profissional. Com ele, deixa também o cargo seu auxiliar Fernando Miranda. O Botafogo agradece ao técnico pela alta conduta profissional em sua segunda passagem pelo clube e deseja sorte em seus futuros desafios".



Valentim foi demitido após derrota para o Fluminense — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


"TUDO O QUE SOU NO BRASIL É DEVIDO AO BOTAFOGO"


Pouco depois da demissão de Valentim, o Alvinegro se movimentou e buscou o nome no mercado: Paulo Autuori.

De volta ao clube em que foi campeão brasileiro de 1995, o treinador não escondeu a alegria:


"Abri mão daquilo que defini para a minha carreira no Brasil porque é o Botafogo e tenho que dar uma reciprocidade para o clube que tudo me proporcionou. Tudo o que eu sou no Brasil é devido à instituição, ao Botafogo. Contribuir para que possamos passar por algumas mudanças e transformações e dar meu contributo junto com o Espinosa".



Autuori assumiu o cargo deixado por Valentim no Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


"DEIXOU UM LEGADO"


O fim de fevereiro veio com um duro golpe: a morte de Valdir Espinosa.

O gerente de futebol do Botafogo não resistiu após complicações de uma cirurgia no abdômen.

O adeus foi repleto de homenagens dos mais diversos lugares e pessoas.


"O retorno dele ao Botafogo me emocionou muito, tive a honra de apresentá-lo. Sua relação com os jogadores fez o ambiente mais leve. Deixou um legado. Se ele estivesse aqui, estaria contente e trabalhando. É um ídolo, vamos fazer algumas homenagens no Nilton Santos e em General Severiano, porque ele merece. Botafogo se sente triste, mas alegre porque ele sempre demonstrou otimismo. Me falava: "Vamos ser campeões". Que seja verdade e possamos dedicar a ele", disse o presidente Nelson Mufarrej.



Espinosa foi homenageado pelo Botafogo e várias outras entidades do futebol brasileiro — Foto: infoesporte


"DEFINITIVAMENTE ENCERRADA"


Além de Honda, outro nome mexeu com os bastidores do Botafogo: Yaya Touré.

Oferecido ao clube, o marfinense ganhou rapidamente a torcida, que repetiu a fórmula adotada com o japonês e invadiu as redes sociais.

A novela foi longa, com direito a ajuda de Felipe Neto e Marcelo Adnet e até viagem de Carlos Augusto Montenegro a Paris.

O desfecho, porém, não teve final feliz.


"Situação difícil, jogador não conseguiu se definir, há questão do coronavírus na Europa, e Yaya está com negociação definitivamente encerrada por parte do Botafogo", afirmou Ricardo Rotenberg.



Yaya Touré flertou com o Botafogo, mas as negociações não tiveram final feliz — Foto: Alex Levesey/Getty Images


"CLASSIFICAÇÃO IMPORTANTE"


Na Copa do Brasil, sufoco nas duas primeiras fases.

No primeiro desafio, empate em 1 a 1 com o Caxias, com a vaga assegurada graças ao gol de Pedro Raul.

Na segunda fase, outro 1 a 1 com o Náutico. Nos pênaltis, brilhou a estrela de Gatito:


"Feliz de avançar na Copa do Brasil. Ainda mais contra um time muito bom e fora de casa. Acho que esse regulamento favorece o time da casa. mas jogamos com ele e conseguimos uma classificação importante. É muito bom passar e dou parabéns também aos meus companheiros que bateram os pênaltis, tiveram muita qualidade".


Na terceira fase, vitória no jogo de ida, com bom público no Nilton Santos: 1 a 0 diante do Paraná.
O jogo de volta foi adiado após surto do coronavírus.



Gatito foi heroí contra o Náutico — Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press


"PERDE-SE UM TEMPO PRECIOSO"


No item "clube-empresa", o momento não é favorável.
Com a pandemia, as negociações estão travadas.


"A Botafogo S/A perde um tempo precioso, não tem como manter a velocidade, mas a dinâmica continua".



Laércio Paiva, líder do projeto Botafogo S/A — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Fonte: GE/Por Igor Rodrigues — Rio de Janeiro

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