Lateral-esquerdo conta como os jogadores adaptam o trabalho em tempos de quarentena e cuidados com corpo e mente. Defensor avalia início de Autuori e disputa com Danilo Barcelos
A pandemia do novo coronavírus, que muda vidas em todo o planeta, também mexeu com o dia a dia do Botafogo. Com o calendário parado e longe do Nilton Santos, os jogadores precisaram até tirar férias, mas tentam manter alguma parte da rotina mesmo em meio à quarentena.
Confinados nas próprias casas, os atletas tentam manter em algum nível o ritmo que tiveram nos primeiros meses da temporada. Para isso, é preciso criatividade nos treinos e olho vivo na balança. Preocupações que continuam mesmo no período de férias. O lateral-esquerdo Guilherme Santos, que foi para a parada como titular do time, detalha como a luta contra a Covid-19 refletiu na vida dos jogadores.
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Guilherme Santos — Foto: Vitor Silva/Botafogo
- O clube pediu para os atletas não perderem o foco que tínhamos com o Paulo e a comissão. Estamos trabalhando a parte física e ele também pediu para vermos alguns vídeos e jogos antigos. É um jeito de não ficar longe de tudo. Estamos tendo acompanhamento da preparação física, da nutrição... Todos tentam dar esse suporte de longe - disse ao GloboEsporte.com.
- A gente procura não perder tanto a rotina que a gente tinha, a carga de treino. Não dá para trabalhar como se fosse no CT, mas temos que passar por essa situação agora. Fazemos alguns trabalhos alternativos e controlamos a alimentação também - continuou.
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Os cuidados vão além do corpo. O distanciamento social é uma barreira, assim como para grande parte da população. O que dá ainda mais espaço para um lado da preparação que passa despercebido para o torcedor em condições normais: o cuidado psicológico.
- Esse acompanhamento já é algo que alguns atletas fazem uns dias na semana. Eu tenho a minha fé, o que me ajuda muito, mas a medicina, a ciência, também são importantes. Nessas horas, o atleta pensa várias coisas. Tem gente que está em um momento bom e fica com receio, tem gente que entra em uma rotina que não estava preparado. O equilíbrio mental é importante para não perder o foco - explicou Guilherme.
Longe do Nilton Santos, jogadores estão isolados desde o dia 16 — Foto: Vitor Silva/Botafogo
A parada veio no momento em que Guilherme retomou o posto de titular do Botafogo. O jogador travou nos últimos meses uma disputa parelha com Danilo Barcelos, mas garante que a rivalidade fica dentro do campo. O jogador também se posicionou contra a possibilidade de redução salarial durante a pandemia, mas deu voto de confiança à diretoria durante o período atípico.
Bate-bola com o lateral
Disputa com Danilo Barcelos
- Meu pai sempre me ensinou a buscar os meus sonhos sem pisar em ninguém ou difamar ninguém. Cada um tem seu momento e o sol brilha para todo mundo. Não tem rivalidade, queremos fazer o melhor para o Botafogo. A gente se ajuda, porque temos estilos de jogo diferentes. Estamos na posição de um dos maiores ídolos do Botafogo, então vamos ser ainda mais cobrados.
Início com Autuori
- Sabe como conduzir a equipe, o que propor. O elenco tem vários perfis e qualidades diferentes, o que dá trabalho para o treinador. Tentamos entender o que ele quer passar. Deu algumas propostas de jogo que encaixam com as nossas peças. Ele quer um jogo forte, ofensivo. Com responsabilidade, mas sem receio de jogar. Tem que tentar, arriscar. Tem um jeito meio sério, mas sempre busca ajudar todos.
Risco de corte salarial
- É uma situação complicada. O grupo não tem conversado muito sobre isso, até porque a gente deixa as primeiras decisões com o clube. Eu acho que tem que ter um bom entendimento de ambos os lados. Ninguém pediu para que isso acontecesse, mas aconteceu (a pandemia).
- Todos queremos trabalhar, temos famílias, filhos, muitas pessoas que precisam. E nem todo jogador ganha um absurdo de salário. Muitos têm dívidas, contas, aluguel, plano de saúde da criança. Acho que não seria um bom caminho, mas temos contratos e vamos sempre conversar. Confio que o clube conduzirá da melhor forma.
Guilherme foi titular no último jogo antes da pausa — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Titularidade
- Sempre deixei claro que ninguém tem cadeira cativa. Todo mundo procura trabalhar todos os dias. Não consigo agradar a todos, mas busco o meu espaço. Cheguei em um clube como o Botafogo e me cobro ainda mais, porque exige que o jogador esteja em alto nível.
Treinos na quarentena
- É bem complicado manter a forma nessa situação. Em casa não temos aparelhos mais específicos, outros materiais. Dificulta, mas a gente dá um jeito, pergunta aos profissionais do clube... Alguns companheiros têm mais estrutura em casa, alguns aparelhos, mas não é a mesma coisa. Todos dão esse apoio, além dos profissionais que trabalhamos fora.
Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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