Clube negociava por três meses até ser surpreendido por acordo do jogador com candidato a presidente do Vasco. Obi Mikel segue no radar, mas dirigente garante "boca costurada"
A experiência frustrada com Yaya Touré promete mudar as práticas da diretoria do Botafogo nas negociações. Depois de abrir boa parte das conversas em andamento para o público e sofrer com a reviravolta na novela, a diretoria tentará emplacar uma "lei do silêncio" quando o assunto é mercado.
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A diretoria alvinegra garante que terá cautela ao falar sobre negociações a partir de agora.
O Botafogo não escondeu as conversas por Yaya Touré durante a quarentena. Dirigentes chegaram a afirmar que o marfinense estava muito próximo do clube. Tudo mudou após o volante de 37 anos endossar campanha do candidato à presidência do Vasco, o advogado Luiz Roberto Leven Siano, que anunciou acordo com o marfinense. Agora, os dirigentes garantem, a postura será diferente.
- De agora em diante é boca costurada - garantiu o vice-presidente comercial e de marketing do Botafogo, Ricardo Rotenberg, ao GloboEsporte.com.
Yaya Touré costurou acordo com candidato a presidência do Vasco — Foto: Getty Images
Além de Yaya, o Botafogo teve interesse por outro astro internacional após trazer Honda: Obi Mikel. O clube sempre mostrou preferência pelo marfinense, mas não negou a possibilidade de continuar a busca pelo nigeriano, que teve como principal momento da carreira os 10 anos que passou no Chelsea, da Inglaterra. Rotenberg seguiu a linha discreta ao ser perguntado se o volante passaria a ser prioridade agora.
- O Mikel eu tenho uma relação mais direta, mas depois dessa história toda, eu prefiro dizer que vamos caminhar em sigilo seja onde for e com quem for. Depois desse comportamento do Yaya, vamos ver o que muda na cabeça de todos no Botafogo. Tudo em sigilo.
"A única coisa que fica é o desgaste com os torcedores. Peço desculpas à torcida e, seguindo conselhos dos botafoguenses, nada será divulgado sem que um acordo seja assinado".
Mikel pode ser alternativa do Botafogo após decepção com Yaya — Foto: AP
O tema virou assunto do técnico Paulo Autuori na entrevista coletiva da última sexta-feira. Perguntado sobre o planejamento do clube pós-pandemia, o treinador destacou a necessidade de discrição e privacidade no trabalho diário do futebol alvinegro.
- Para se ter estratégia, a discrição é fundamental. Nós temos que ser herméticos como clube naquilo que tem a ver com o futebol, nas nossas ações diárias, contratações futuras... Temos que fazer com que as pessoas se surpreendam com aquilo que conseguimos. Se nós fizermos tudo para cumprir os objetivos com privacidade, dando publicidade apenas no momento em que as coisas estiverem definidas, certamente vamos ganhar muito - disse.
Recentemente, em entrevista ao "Canal Fabiano Bandeira", o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro revelou que o Botafogo tinha um lateral-direito na agulha, mas não revelaria o nome enquanto o futebol continuasse paralisado. O clube analisa ainda um zagueiro no mercado, mas as negociações não serão reveladas por enquanto.
Fato é que o Botafogo quer outro medalhão após resposta positiva à contratação de Honda. O modelo do negócio da nova contratação seria o mesmo assinado com o japonês: para compensar o salário dentro da realidade do clube, a diretoria oferece, em troca, participação em patrocínios, ações de marketing e crescimento do número de sócios-torcedores.
Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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