Páginas

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Apresentação virtual, aumento de sócios e retorno técnico: Botafogo se anima à espera de Kalou



Vice-presidente Ricardo Rotenberg detalha planos e projeta frutos dentro e fora de campo com o marfinense. Clube quer recepção com presença virtual da torcida para amenizar distanciamento


O Botafogo espera ansioso pelos frutos dentro e fora de campo com o início da parceria com Salomon Kalou. O atacante marfinense resolve as últimas pendências antes de viajar para o Brasil. Enquanto isso, o clube faz planos e projeta o retorno técnico e o ganho financeiro que mais uma estrela internacional pode proporcionar.


Ao GloboEsporte.com, o vice-presidente comercial e de marketing alvinegro, Ricardo Rotenberg, detalhou algumas das ideias que o clube colocará em prática assim que o marfinense pisar em solo brasileiro. A começar pela apresentação, que terá o calor da torcida mesmo com a distância imposta pelo coronavírus.


+ Pandemia atrasa viagem, e Kalou espera visto para se apresentar



Atacante deve chegar ao Brasil na próxima semana — Foto: Jan-Philipp Burmann/Getty Images


- Vamos recomendar que as pessoas não compareçam ao aeroporto até por uma questão de coerência com o que o clube defendeu até aqui. Vai depender do período que ele chegar, mas vai ter uma coletiva de imprensa e apresentações virtuais no aeroporto e no Nilton Santos. Vamos abrir para os alvinegros entrarem numa live com ele. No aeroporto também teremos botafoguenses recepcionando o Kalou virtualmente - disse.


- Estamos programando coisas especiais para o sócio-torcedor, que está crescendo como forma de ajuda mesmo, já que não tem a possibilidade de ir ao estádio nesse primeiro momento por conta da pandemia. Tenho pedido essa ajuda e vamos colocar outros atrativos para os sócios, para que se associem porque o time é bom e porque terão outros benefícios. Estamos querendo reforçar o coletivo do Botafogo - emendou.



Desde que o atacante foi anunciado, o programa de sócio-torcedor ganhou 4 mil novas inscrições. O clube criou um site especial e já vendeu cerca de 1.200 produtos com a marca do atacante.



O jogador ainda está na Alemanha, mas o clube já colhe alguns frutos. O número de sócios-torcedores pulou de 28 para 32 mil. A equipe de marketing aposta em um aumento de vendas principalmente da camisa de número 8, que já foi usada por grandes craques do passado e volta a ficar em evidência por conta do novo reforço.


- Estamos fazendo não só para ele, mas para o time como um todo. A torcida do Botafogo tem repetido nas redes que o time se reforçou pouco, mas muito bem. Ganhamos prováveis titulares: Rafael Forster, Victor Luis e Kalou. Além do Kevin, lateral-direito jovem com potencial. Já tínhamos jogadores muito bons no elenco. Estamos fazendo campanha em cima de todos - completou Rotenberg.



Rotenberg (esquerda) negociou diretamente com Honda e Kalou — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Kalou pode ser apresentado no amistoso contra o Fluminense?

- Depende dos documentos dele. E o amistoso e de Botafogo e Fluminense, não queremos tumultuar. Queremos uma coisa virtual e sem atrair o torcedor do Botafogo para o local. Dentro da nossa coerência. E o torcedor vem dando muito apoio.



O que você espera que Honda e Kalou deem para o Botafogo no extracampo?


- Honda é um jogador espetacular e um sujeito muito bom. Humanista, que tem opiniões sobre tudo, é um exemplo para os jogadores jovens. Dentro do campo já começou a render e vai render ainda mais no decorrer dos jogos. Já trouxe receita para o Botafogo e traria muito mais se não fosse a pandemia. A média de público do clube iria dobrar.


Espero o mesmo do Kalou. Ele ajuda financeiramente três hospitais na capital do seu país, tem trabalhos beneficentes, fala fluentemente quatro línguas, é um sujeito que tem posições interessantes sobre o mundo. É um vencedor, saiu para a Europa com 16 anos e venceu. É um tipo de exemplo muito importante para o Luis Henrique, por exemplo, um garoto de 18 anos.


A torcida pode esperar mais mudanças no elenco?

- Nosso elenco é muito grande numericamente, temos jogadores que podem ser negociados. Estamos esperando sair alguns jogadores eventualmente para crescer o elenco. O Paulo está muito animado com os jovens que têm entrado como boas opções de elenco. O Caio Alexandre cresceu muito, Honda foi bem como segundo volante, então não estamos vendo volantes no momento.


Trouxemos cirurgicamente três jogadores: um zagueiro canhoto, que faltava no elenco e que tem seis participações em ligas europeias; o Victor Luis, um jogador que adoramos e que rende muito com a camisa do Botafogo; e o Kalou, que dispensa apresentações, deixa ele entrar em campo porque ele tem muita bagagem. Kalou faz um gol e dá uma assistência a cada três jogos, era jogador titular da primeira divisão da Holanda com a idade do Matheus Nascimento, jogou duas Copas do Mundo.



Victor Luis foi anunciado na última terça-feira — Foto: Divulgação



Houve escolhas equivocadas no início da temporada?

- A gente fez um time dentro do orçamento. Às vezes, o jogador dá liga em um clube e não dá em outro. Não diria que foram equivocadas, é meu papel fazer isso. Quando você contrata jogadores, tem chance de acertar e errar. Pode contratar 10 jogadores e correr risco de errar com os 10 jogadores. Nós tentamos contratar quem tem chance muito pequena de erro. Victor Luis, que conhecemos o futebol dele, Salomon Kalou, jogador de Copa do Mundo, Rafael Forster, zagueiro que o nosso técnico conhece bem...


No início do ano, era um momento de transição do Botafogo e contratamos jogadores espetaculares, como o Bruno Nazário, o Pedro Raul e o Honda. Teve jogador que foi muito criticado e hoje é elogiado. Alguns precisam de mais tempo para dar liga.


O clube projeta mudanças no sócio-torcedor?

- O nosso programa de sócio é ainda muito aquém do que poderia ser. O Botafogo tem uma torcida muito grande fora do Rio de Janeiro, que não comparece a jogos, obviamente, e que só se associa para ajudar. Nossa ideia é oferecer mais serviços e vantagens. O "Sou Botafogo" vai receber uma reformulação e vamos deixar o melhor para a próxima gestão. Acho que o Botafogo deveria ter no mínimo 60 mil torcedores e chegar perto dos 100 mil. Isso só será possível com um programa que oferece mais benefícios e também com um time mais competitivo, que dispute título, vaga na Libertadores. Isso que atrai torcedor.


As pessoas não são obrigadas a ajudar um time sem expectativa de conquistas. Estamos esperando que esse elenco do Botafogo dispute as primeiras posições do Brasileiro. Não vejo elencos muito melhores que o Botafogo no país, há elencos páreos, mas não muito à frente. Escolhemos o Kevin, lateral-direito jovem, do qual falam muito bem, apoiador. Escolhemos as posições certas. Vamos dar um tempo agora para não errar em escolhas, porque o Botafogo tem muitos anos de escolhas equivocadas, teve certas escolhas também, mas quem tem pouco dinheiro não pode errar nessas escolhas.



Como está a negociação por novos patrocínios?


- Estamos conversando com algumas empresas, discutindo preços. Não é fácil porque o mercado ficou mais pobre. As empresas empobreceram. Tudo isso faz a coisa ficar mais complexa. Estamos apresentando algumas propostas e tendo respostas boas. Esperamos começar o Campeonato Brasileiro com alguma coisa já estampada. Estamos tentando driblar tudo isso, essa questão da pandemia, para o Botafogo conseguir arrecadar um pouco mais com patrocínios.


Como está o andamento do clube-empresa? Falou-se muito da possibilidade de isso já ser concreto nesse segundo semestre. Já há investidores suficientes?

- Estamos trabalhando para isso e vendo alternativas. Muitos que iriam entrar com um valor estão entrando com menos, metade. A gente está otimista de que vai conseguir nesse segundo semestre, coincidindo com uma nova gestão. Estamos trabalhando forte para isso, mas é dinheiro grande, investidores de peso. Estamos caminhando bem. Acho que vamos ter novidades positivas em algumas semanas.


Serão só investidores nacionais ou também internacionais?

- Pode ser que tenha um investidor que não seja do Brasil, não tem problema. Pode ser que não seja majoritário, mas será muito bem-vindo. Queremos um modelo profissional, com equilíbrio financeiro para adquirir uma competitividade importante rápido. O segundo semestre promete essa mudança, um time competitivo em campo e uma mudança gerencial no Botafogo.




Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo. Participe com suas opiniões!