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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Brasileiro do Hertha aposta em sucesso de Kalou no Botafogo: "Qualidade e experiência"


Matheus Cunha foi companheiro de time do reforço alvinegro na última temporada alemã e projeta o marfinense sem o vigor físico de outros tempos, mas com liderança e faro de gol


Salomon Kalou chega ao Botafogo sem o mesmo vigor de outros tempos, mas com experiência e faro de gol que podem fazer a diferença no futebol brasileiro. É o que garante Matheus Cunha, o único brasileiro que jogou com o atacante na última temporada, no Hertha Berlin-ALE.


Promessa de 21 anos com destaque na seleção olímpica, Cunha detalhou a última temporada do novo reforço alvinegro no futebol alemão. Ao ge, o brasileiro aposta em uma dobradinha de Kalou com Pedro Raul para aumentar o nível do ataque do Bota.


- Deve ser um segundo atacante, é a posição que ele se sente confortável. Tem um passe bom, é muito técnico. Pode ser tanto o cara do último passe como quem entra para finalizar. Ele tem essas qualidades. E tem experiência também, o que ajuda bastante - disse.


- Ele não é mais aquele jovem que corre o campo todo. Joga muito mais com a cabeça. Não tem mais aquela juventude, o que leva até o jogador a se precipitar. Ele pensa muito mais. Na temporada passada eu joguei contra ele e até acompanhei mais. Ele estava muito bem - explicou.



Matheus Cunha e Kalou no Hertha Berlin — Foto: Jan-Philipp Burmann/Getty Images



Na entrevista exclusiva, o jogador do Hertha detalhou as últimas temporadas do marfinense no Campeonato Alemão e também falou sobre a polêmica que encerrou a passagem de Kalou pela Bundesliga. O atacante revelou as raízes brasileiras do ex-companheiro e entregou uma promessa de dancinhas em gols do Botafogo.


Que Kalou chega ao Botafogo?

- Como jogador é um cara que o mundo todo conhece pelo que fez no futebol, todas as conquistas que já teve. Está em um momento diferente da carreira, mas tem muito para dar. Nos ajudou muito no Hertha, teve lindos anos aqui. Cheguei no final, não aproveitei tanto quanto eu queria aproveitar, ele teve um problema extracampo também.


O Kalou te perguntou sobre o Botafogo e sobre o Brasil? Como foi o papo?

Acredito que sempre teve um espacinho no coração dele para o Brasil. Fiquei sabendo um pouquinho antes desse acerto e conversei com ele. Ele falou: "Estou muito feliz, vai ser bom para mim. A Alemanha cansa muito, eu quero é jogar esse futebol bonito". Ele tem uma felicidade que leva para tudo o que faz.


Ele perguntou tudo. Como era a torcida, como era morar no Rio, como estava o futebol brasileiro, posições que o Botafogo estava jogando, estrutura... Deve ter falado não só comigo, mas com muitas pessoas também. Ele pensou muito antes de tomar essa decisão.


Como foi o convívio com ele no Hertha?

- É um cara fenomenal. Me ajudou muito. Lembro de chegar no vestiário e ele já falar: "tudo bem, moleque?". Já quebra o gelo. Tem o lado também do instituto, até já prometi visitar. É uma pessoa querida por todos porque tem esse lado também. É ligado em cultura, quer sempre aprender, evoluir.



Ao lado de Honda, Kalou é mais uma estrela do Botafogo — Foto: Getty Images


Como o Kalou reagiu às críticas por desrespeitar protocolos do coronavírus?

Foi uma situação pessoal dele, estava no final do contrato. Creio que fizeram um acordo. Pelo meu lado, fiquei chateado porque tinha um grande companheiro. Acredito que foram rigorosos, mas estou de fora e não tenho tantas informações para falar. De qualquer jeito, acho que ele saiu de cabeça erguida, contribuiu muito para o clube. Vai ajudar muito o Botafogo também.


Ele sabe falar português?

A esposa do Kalou é brasileira, então ele sabe palavras em português, brinca, desenrola alguma coisa. Até antes das negociações ele comentava do futebol brasileiro, de jogadores que estavam na Europa e voltavam para o Brasil. Dani Alves, Rafinha... Ele tem muitos amigos brasileiros que sempre falaram do Brasil, então sempre foi muito curioso.


Tem algum apelido para entregar para o elenco do Bota?

Aqui, a maioria do pessoal chamava de "Sala" mas não é do Liverpool, não. É por conta do "Salomon". Mas eu só chamava de "Kalouzinho". Ele brincou que o David Luiz e os brasileiros do Chelsea só chamavam de "Kalouzinho", então eu quis também. Ele brinca com esses diminutivos por causa dos jogadores brasileiros, então quis ter um nome brasileiro também.


Ele gosta das dancinhas para comemorar gols?


Já falei para ele aprender umas músicas novas. Quando tiver gol eu quero ver dancinha e ele fazendo umas coisas bem brasileiras. Já está na hora de aprender.


E o seu ano com o Hertha, Matheus, como foi?

O final de temporada foi muito bom não só para mim, mas para o clube também. Conseguimos os objetivos. Chegaremos ainda mais preparados para a próxima temporada. É diferente, com esses testes todos. Está começando a pré-temporada com todas essas precauções. Espero que seja outra temporada linda.



Matheus Cunha se prepara para mais uma temporada na Alemanha — Foto: Reprodução



Foi a sua melhor temporada?

- Foi o melhor ano, até porque fui coroado. No Leipzig eu joguei, mas gostaria de jogar mais. Os últimos seis meses aqui foram muito bons, fazendo gols. E coroado por vestir a camisa amarela, fazer sucesso no pré-olímpico. É a temporada que me dá mais orgulho.


Estar no Japão nos Jogos Olímpicos é a próxima meta?

Quero estar nas Olimpíadas, tento trabalhar para estar na seleção. Temos muitos craques, é muita concorrência. Tento trabalhar com humildade para ajudar o meu país. Quero usar a camisa amarela na próxima temporada, mas sempre pensando no clube. Se você faz um bom trabalho no clube, é a consequência.



Fonte: Por Luiz Victor Lopes e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

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