Zagueiro analisa momento do time alvinegro e primeiros meses da volta ao Brasil. Jogador lembra de relação com Autuori e elogios dos gêmeos Fábio e Rafael antes de fechar com o clube
Para não acabar no mesmo desfecho contra o Vasco, desta vez pela Copa do Brasil, o Botafogo precisa buscar um jeito de transformar desempenho em resultado. Essa é a avaliação de Rafael Forster, titular e um dos mais experientes do time. Ao ge, o zagueiro analisou o momento do time e os primeiros dois meses de clube.
- Precisamos manter esse ritmo de jogo, mas conseguindo os resultados. Na Copa do Brasil, são dois jogos. Temos a chance de reverter essa imagem que ficou do último jogo. É clássico de novo, vamos entrar com o dobro de garra, de vontade, sabedoria. É uma competição diferente e temos que ter a cabeça no lugar. Precisamos manter a qualidade de jogo, mas com vitórias - disse o defensor.
- Isso serve de lição para os próximos jogos para a gente encurtar, diminuir os erros. Porque o que está acontecendo é justamente isso, são erros que vêm acontecendo e o adversário vem aproveitando. E a gente não tem espaço mais para erro, não podemos mais ter esses erros, porque a gente sabe que eles estão convertendo em gols - completou.
Rafael Forster em treino do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Forster se refere aos erros que levam o Botafogo a um jejum de seis jogos. No Brasileirão, o time só conseguiu uma vitória, contra o Atlético-MG, pela quarta rodada. Passou perto em, pelo menos, outras três partidas, mas deslizes nos minutos finais custaram pontos contra Flamengo, Athletico-MG e Corinthians.
- Não vou dizer que faltou concentração ou malandragem, mas foram resultados que a gente ficou frustrado pela atuação que a gente teve. Não vou tirar os nossos erros, a gente errou, mas também não perdeu esses jogos. Estamos fazendo bons jogos e pontuando fora de casa, o que é muito importante. Vai acontecer da gente errar, do adversário errar. Mas nós estamos errando e estamos levando os gols. Quando o adversário erra, nós temos que fazer os gols - analisou
Zagueiro aprova teste no meio
O zagueiro chegou ao Botafogo há pouco mais de dois meses, no início de julho. Nesse período, virou titular rapidamente, na maioria dos jogos atuando ao lado de Marcelo Benevenuto e Kanu. Mas também quebrou o galho no meio de campo, contra Atlético-MG, Internacional e Coritiba. O defensor gostou da experiência.
- Por jogar fora da posição, é mais difícil, a gente corre um pouco mais. Mas os companheiros me ajudaram, me posicionavam. Não foi um problema. Fiquei até mais livre para jogar, para chegar na área do adversário. Contra o Coritiba consegui até dar algumas finalizações. Não vejo com maus olhos essa improvisação. Nada melhor do que um jogador da função atuar ali, mas pode acontecer por opção do treinador - analisou.
Zagueiro virou volante em três partidas — Foto: Vitor Silva/Botafogo
O jogador de 30 anos já foi elogiado pelo técnico Paulo Autuori mais de uma vez pela qualidade no passe. Por isso os improvisos no meio de campo. Mas a formação mais usada pelo treinador tem a defesa com três zagueiros, com Forster como o defensor mais experiente no meio dos jovens Marcelo Benevenuto e Kanu.
- São dois jogadores espetaculares. Pela idade que têm, a maneira que vêm jogando, com personalidade. O Botafogo está bem servido de zagueiros. São dois garotos muito bons, com idade baixa. A experiência conta em jogos mais difíceis, mas nenhum dos dois sentiu a pressão. Estão jogando bem. Quando eu estava de fora, até comentava que seria difícil conseguir uma vaga ali, porque eles estavam bem. É um mérito para o nosso grupo.
Passado com os gêmeos Rafael e Fábio
Em meio às negociações com o Botafogo, Forster lembrou de dois amigos da época de seleção brasileira de base. Fábio e Rafael, revelados pelo Fluminense mas botafoguenses assumidos, foram companheiros do zagueiro no Pan-Americano de 2007, que teve como sede principal o Nilton Santos. Foi quando o jogador teve a primeira ligação com o clube alvinegro 13 anos antes de desembarcar em General Severiano.
- Eles falavam direto do Botafogo, brincavam, cantavam músicas. Na época eu era do Inter e a gente ficava: "para de cantar aí". Eles continuavam, falavam "aqui é Botafogo". Eles têm essa paixão até hoje. O Botafogo tem uma expressão muito forte, muita gente conhece o clube no exterior - lembrou Forster.
- A gente perdeu um pouco o contato por conta de caminhos diferentes. Antes da Bulgária eu estava na Ucrânia. Fiquei cinco anos fora, a gente acaba perdendo o contato. Agora, voltamos a nos falar com frequência. Mas eles sempre falam muito bem do Botafogo, assim como o Renan (goleiro que está no Ludogorets). Falei com outro atletas e todos falaram muito bem da torcida, do clube. Juntei tudo isso e vim consciente tanto das dificuldades quanto das coisas boas do Botafogo - continuou.
Outras respostas
Esperança no futuro do clube
Comprei a ideia do projeto, de que o Botafogo vai crescer. A gente tem que ter calma, porque os resultados não vêm de uma hora para outra. A ideia é bacana, e isso é importante. Temos que ter paciência, o resultado virá com o tempo. Temos que dar tempo para as coisas acontecerem, para colocar em prática as ideias que o Paulo vem implementando. Para juntar o resultado ao futebol que a gente está apresentando.
Forster tem nove jogos com a camisa alvinegra — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Ligação com Autuori
Um dos motivos de vir para o Botafogo, não só pelo nome e pela história, foi o Paulo Autuori. É um profissional com quem eu aprendi muito, e continuo aprendendo. Ele foi muito franco, falou do Botafogo, da situação toda, do projeto. Me fez ver com bons olhos uma volta ao Brasil.
Adaptação
Levei um tempo de readaptação depois de muito tempo jogando fora do Brasil. É um pouco difícil, por mais que acompanhe e saiba como é o futebol brasileiro. Porque é um outro estilo de jogo, uma outra maneira de se comportar dentro de campo. Fico feliz pelas oportunidades e procuro fazer o meu melhor, titular ou vindo do banco.
Avaliação do futebol brasileiro
Eu acredito que hoje a gente está com uma ideia um pouco mais tática também, então as equipes que se organizam mais taticamente levam uma vantagem, porque a nível técnico o futebol brasileiro cresceu muito. Eu vejo que cada vez mais a gente se aproxima do futebol europeu, onde as equipes mais organizadas taticamente normalmente levam a melhor no resultado.
Fonte: GE/Por Rodrigo Cerqueira e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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