Meia brasileiro foi campeão árabe com o argentino no comando e exalta as qualidades do treinador principalmente na relação com os atletas: "Blinda os jogadores e forma uma família"
Uma família começa a se formar no Botafogo. É o que diz o meia Carlos Eduardo, do Al Ahli. O brasileiro foi jogador de Ramón Díaz no período em que os dois estiveram no Al Hilal, da Arábia Saudita.
O ge entrevistou o meia que foi comandado pelo novo técnico do Bota por duas temporadas quando esteve na Arábia. Segundo ele, Ramón Díaz tem um jeito de cativar os jogadores que ele não tinha visto igual.
- Ele é mais um paizão, mas na hora que precisa cobrar ele cobra. Como já foi jogador, ele sabe lidar com os jogadores, o que acho muito importante. A gente tinha no elenco uma coisa diferenciada, porque todos os jogadores gostavam dele, e isso é difícil. Ele blinda os jogadores e forma uma família.
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Carlos Eduardo no Al Hilal quando foi treinado por Ramón Díaz — Foto: Reprodução/Al Hilal
Bicampeão da Liga da Arábia Saudita com o treinador argentino, Carlos Eduardo mantém contato com o técnico até hoje. Amigo da família do argentino, o meia já falou com o filho do treinador (e agora auxiliar do Botafogo) e considera que os jogadores estarão mais confiantes para o returno do Campeonato Brasileiro.
- É um treinador que abraça os jogadores. Os jogadores vão se sentir protegidos, vão ter confiança. Não é só papo, ele vai blindar os jogadores. Tenho acompanhado o futebol brasileiro, não acho o Botafogo um time ruim, só que ainda não encaixou. Acredito que ele vai chegar com o estilo dele, que tem tudo pra dar certo.
A boa relação com os jogadores não se dá somente no dia a dia no vestiário, mas sim na maneira que defende os comandados com relação à diretoria. Para o brasileiro, é justamente essa convivência que torna o treinador unanimidade entre os atletas.
- Ele é de comprar briga mesmo. Lembro que quando ele chegou ao Al-Hilal tinham quatro estrangeiros, e o presidente deu abertura para ele contratar mais três estrangeiros, mas ele não quis. Preferiu ir com os jogadores que tinha e ganhou a confiança de todos, que jogaram por eles. Isso mostra o estilo de proteger, de estar com os jogadores. Acho que o Botafogo precisa disso nesse momento, os jogadores estarem focados no campo. Ele é paizão. Ele vai valorizar muito o que o clube já tem, isso é legal para o grupo também.
Ramón Díaz ainda não comandará o time do Botafogo neste domingo. Como chega na madrugada de sábado para domingo e ainda não está regularizado, o time será comandado por Flávio Tênius contra o Bahia, às 18h15 (de Brasília), na Itaipava Arena Fonte Nova, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Confira outros tópicos da entrevista com o meia do Al Ahli
Trabalho no Al-Hilal
- Foi um trabalho muito legal, ficamos juntos mais de dois anos, conquistamos títulos, fizemos história ficando muitos anos invictos. Um treinador muito bom, trata os jogadores como família. Hoje tenho amizade bonita com ele, a família, toda a comissão. A gente se fala sempre.
Parte técnica
- Ele é um cara que gosta de jogo ofensivo, ele tem esse estilo. Mas também, claro, trabalha na defesa, porque futebol é defesa, meio e ataque. Ele pensa muito bem, estuda muito futebol, tanto ele quanto o filho (Emiliano), que é auxiliar. Mas o estilo dele é bem ofensivo, tinha jogos que a gente só jogava na metade do campo, na parte do ataque.
Chegada ao Brasil
- Ele falava que tinha o sonho de treinar no Brasil e agora teve a oportunidade, está super contente. Falei com o filho dele, eles estão contentes de estar no projeto do Botafogo. Torço para dar certo.
Comissão
- Já tem um tempo que ele mantém essa equipe, e o Emiliano é uma peça fundamental na comissão. Uma pessoa que está sempre estudando e acaba tendo mais contato com os jogadores por ter mais tempo. Treinador tem mais atribuições, e o auxiliar sempre tem esse relacionamento com os jogadores. Vai ajudar muito, é uma pessoa fantástica, entende muito de futebol, acho que é uma junção das coisas.
Imagem que deixou no Al-Hilal
- Pessoal adora ele lá, falam como um dos maiores treinadores que passou por lá. É o maior clube da Ásia, ele é um ídolo, tem um nome muito forte. Não só as conquistas, mas o trabalho, deixou o nome dele marcado.
Treinadores estrangeiros (Jorge Jesus passou pelo Al-Hilal)
- São grandes treinadores que passam pelo Al-Hilal, sempre querem o melhor. Espero que o Ramón tenha o mesmo sucesso no Botafogo que o Jorge Jesus teve no Flamengo.
Fonte: GE/Por Ana Helena Goebel, Emanuelle Ribeiro e Rodrigo Cerqueira — Rio de Janeiro
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