Ideia de jogo não sai do papel em atuação ruim do time, apesar de bronca com arbitragem. Derrota no clássico mostra diferença não só financeira, mas de consolidação de trabalhos
Veja os melhores momentos do jogo
Não só pelo resultado, que poderia ser diferente, mas a realidade do jogo na derrota para o Flamengo é uma prova de que o caminho de reformulação do Botafogo não será rápido e nem fácil. Nos 2 a 0 para o rival, o time tinha claramente o plano de jogo, mas não contou com as peças certas, a qualidade e o entrosamento para colocar em prática.
Mais do que disparidades econômica ou administrativa, o duelo deixou clara a diferença de preparação entre os elencos. Do lado rubro-negro, apesar de não ter titulares, somente dois jogadores foram contratados em 2021. Já os alvinegros colocaram seis recém-chegados para iniciar a partida.
Com um mês de clube, Chamusca quer tempo para mudar time — Foto: André Durão
Isso se refletiu no campo. De um lado, um time que sabia o que deveria fazer e como executar. Do outro, um elenco em reformulação com um treinador no comando há um mês. O placar até poderia ser outro, já que o Bota reclama um pênalti não marcado quando ainda perdia por 1 a 0. Mas não há quem contrarie a superioridade do rival na partida. Nem mesmo o técnico Marcelo Chamusca.
- Tirando Bruno Viana e Hugo Moura, todos já estavam no clube. Eles jogam da mesma forma que a equipe titular. Jogadores extremamente qualificados. Não é por acaso que é o melhor ataque e líder da competição. Isso fez com que a gente tivesse muita dificuldade para enfrentar - disse.
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Ideia x prática
Para o torcedor alvinegro, a boa notícia é que o Botafogo da última quarta-feira está longe de ser a versão pronta dessa temporada. Primeiro, porque foram apenas seis jogos, três reforços ainda precisam estrear e outros chegarão. Mas, principalmente, ainda não houve tempo para colocar as ideias em prática.
O clássico deixou isso claro. O Bota entrou em campo com duas orientações essenciais: sem a bola, pressionar e fechar espaços; com ela, avançar em velocidade e com toques rápidos. A ideia estava lá, mas faltou organização e eficiência.
Na prática, o time não conseguiu jogar. A bola foi do Flamengo, e as melhores chances também. O time da casa saiu do primeiro tempo sem dar um chute a gol, enquanto via o rival tentar nove vezes e marcar um. Houve mais disputa no segundo tempo, mas os números ainda mostraram desequilíbrio. Seis arremates contra 21 e 35% de posse de bola. O goleiro Hugo, do Fla, fez apenas uma grande defesa ao parar Matheus Babi.
Na única chance clara, Hugo salvou o Fla — Foto: André Durão
No péssimo desempenho coletivo, alguns jogadores desapontaram individualmente. Benevenuto foi mal e tem o ônus da impaciência da torcida. Kanu, com a expulsão, também prejudicou. Fora da posição ideal, Rickson não se achou como ponta pela direita e fez pouco no ataque e na defesa. Babi perdeu muitas disputas na frente, além da chance clara no segundo tempo.
Do time titular que jogou o clássico, Kanu é o único que parece ter posição garantida para o restante do ano. Goleiro, zagueiros, laterais, volantes, meias, atacantes... Praticamente todo o time está aberto para a concorrência dos reforços que chegaram e dos que o clube ainda busca no mercado. Os próximos dias serão marcados por ao menos mais três estreias, de Carli, Ricardinho e Marco Antônio.
Fonte: GE?Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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